sexta-feira, 16 de outubro de 2009

(In)consciência

(...)
E eu, incerta de saber algo mais para além da efemeridade desde presente, da própria vida, dou por mim pensado que a linha fina em que me equilíbrio tem de um lado e realidade e do outro o imaginário, mas da mesma forma o passado e o futuro. O lugar onde pusemos o pé não é mais presente, é passado, e o sítio onde o poremos a seguir pertence ainda a esse futuro, e por muito próximo é todavia assim incerto, porque a qualquer momento podemos cair.
Cada pensamento presente, eternizado em palavras, é só e somente o passado já escrito de uma alma que conservará a história, mas que amanhã olhará para ela de forma diferente. Porque eu não sou algo certo, mas uma mente e um coração voando ao sabor da corrente da vida e por ela moldada num ser de natureza efémera.

Quem sou eu?
Ou ilusão de um espírito que quer passar para o papel a certeza efémera de um ser que ontem foi diferente e amanhã mudará
(Texto realizado para a disciplina de Português)

E por falar em Português, sim porque as aulas de Pt. têm aquela componente reflexiva, foi-nos pedido que escrevêssemos uma pergunta para Fernando Pessoa. Foi ela:

A que lugar pertence quem não vive no mundo a que pertence?

E então tirámos um verso solto de um poema de Pessoa e era ele:

"Ter a tua alegre inconsciência."

Sem comentários: