sexta-feira, 29 de julho de 2011

desenharam o mundo com linhas rectas

Quando a vida não encaixa,
ah, quando as nossas palavras se juntam numa figura disforme que não cabe na forma perfeita de um círculo, e o seu significado não tem o equilibro certo de um triângulo equilátero, nem a rectidão de um quadrado
apenas as lágrimas preenchem as covas do nosso rosto com uma naturalidade quase divina.
Mas não há nada de divino em chorar. É o mais humano, humilde e inferior caminho a que a vida nos pode levar. É onde as cores se borram, as formas se desfocam, as palavras perdem o sentido e as emoções se confundem.
É onde o mundo é quadrado e nós estamos à beira do precipicio.
Não há gravidade. Mas é tudo grave.
E o encaixe perfeito entre dois corpos,
ah, duas luas em fases opostas, tão distintas mas tão correctas, como a negação do nunca e a afirmação do para sempre, aconchegadas assim, no interior da forma perfeita do eterno ciclo
é desfeito pela actuação do tempo sobre a vida.
Mas o amor subsiste, como forma sem forma e sem cor, desenhado com agulhas sobre um coração de pedra, cheio de palavras que tiram o sentido às emoções e emoções que confundem as palavras.
A perfeição da vida foi derrubada pela lógica, pela razão e pelos teoremas matemáticos.
Já nada encaixa sem oposição nesta realidade. Não agora que o mundo foi desenhado com linhas rectas.

terça-feira, 26 de julho de 2011

encore

Don't give up on me
I won't give up on you

Não me deixes a contar as estrelas sozinha,
Não me deixes ouvir as minhas próprias histórias.
Rouba-me a almofada e abraça-te a mim.

Se for para me fazeres chorar, deixa que chore no teu ombro.

domingo, 24 de julho de 2011


Não faças perguntas.
Sabes perfeitamente onde mora o teu coração.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Um pedaço de vida

Um pedaço de ti.
Uma mão cheia de sonhos. Esperança.
Dá-me um beijo. Dá-me um abraço bem forte. Prometo-te que não peço mais.
És tudo o que quero.
E se esta luz se apagar, sabes que vou cair no erro adolescente de julgar o mundo perdido, mesmo depois de secar a fonte dos meus olhos.
O primeiro amor é o único que vive com a esperança de ser o único.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Accidents Can Happen


"We all fall off the wagon sometimes
It's not your whole life
It's only one day
You haven't thrown everything away.
(didn't I?)

So don't give up
It takes a while."


sábado, 16 de julho de 2011

18h50

Sempre que penso nas pessoas que ficaram para trás na minha vida, pergunto-me:
— Foi culpa minha ou delas?

Acho que nunca saberei.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

STOP

Senta-te. Pára. 'Pára' à moda antiga, para distinguir bem as coisas. Não interessa o 'para', o 'para' é a finalidade última que quase ninguém conhece quando faz as coisas. Daí ser preciso parar. Portanto dá ênfase à necessidade e pára. Não importa porquê ou para quê.
Pára e pensa. Quantas vezes é que eu te contei esta história?
Ah, ainda não te disse qual. Bem, é a tua história. Ou a minha. Ou a dele.
Começou com alguém que se esquecia consecutivamente do acento no 'para'. Quando a finalidade grita muito alto e não surgem sinais vermelhos hexagonais de STOP na nossa vida, quando o destino se impõe com demasiada força e violamos o direito de passagem àqueles que se cruzam na nossa vida, o caos acontece e o acidente é inevitável. À primeira, raramente é fatal. Depois, os outros ganham medo. E da próxima os estragos tornam-se permanentes.
E o culpado?
Pára, senta-te e pensa. Quantas vezes contaste esta história?
Quantas vezes ultrapassaste os outros sem teres esse direito? E quantos atropelaste mesmo?
Quantas vezes te esqueceste de olhar para o lado? E quantas vezes excedeste a velocidade?
Eu, muitas. Demasiadas.
Mais do que me pude aperceber.
Mas, e tu?

Senta-te, pára e pensa.
Talvez o código não sejam ensinamentos de condução. Talvez seja uma lição de vida.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Obrigada.
Agora já gosto mais de ti
...

Corpo,

Quando a preocupação nos tolda o olhar e nos revolve as entranhas, a vontade é de cuspir os coágulos de vida morta para os poupar da escolha entre sair e permanecer. E quando a incerteza se faz dona da nossa vida, queria poder exumar este meu corpo que me odeia por ter sido negligente com ele, e rasgar de vez com a tortura indolor e silenciosa que me destrói a sanidade.
Para o inferno com esta espera angustiante e inútil!
Neste momento, eu também te odeio.
Reformulation:

Thought: My body hates me

Request: Stop torturing me!

DAMN.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Thought: Shit!

Request: BE QUIETE, PLEASE

Thanks.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Keep It Together

"Even though we are miles apart tonight
I know we can make it right
So just give it a chance
And we can keep it together

And everytime I think of you
And after all that we've been through
cause no one ever
no one ever, ever compares to you
And my mind is spinning in circles
And my thoughts are running wild
And you know that I would take a bullet
Just to save your life
Just to save your life
And it's hard to turn back time
And it's hard to say goodbye

Even though we are miles apart tonight
I know we can make it right
So just give it a chance
And we can keep it together"

Keep It Together - Puddle of Mudd

quinta-feira, 7 de julho de 2011

500km

Quando a noite cair silenciosa neste incerto fim do mundo em que a minha alma se atolou sem ti, rasga-me a pele e vem pelo meu coração. Quero vê-lo vermelho e brilhante, palpitando com o meu último fôlego de vida, que sobrou em ti depois daquele beijo. Grita com paixão a tua presença se o meu corpo não pressentir a tua chegada, inerte numa espera velha e gasta, que envelhece e desgasta tudo menos a saudade.
Coloca o meu coração nos teus lábios e devolve-o à vida, deposita-o com cuidado no meu peito e fecha a ferida com amor. Ainda estou aqui para ti. Basta que me despertes deste solitário pesadelo onde me olho ao espelho e não te vejo a meu lado, acordo à noite e não estás lá, procuro-te e tudo, até a minha sombra, me parece só. Um devia ser um número proibido.
Dá-me a mão, puxa-me com força, até quebrar o abraço hostil da solidão. Deixa-me enterrar-me nos teus braços, fundir-me com o teu corpo. Vou algemar-te a mim.
E depois, suga-me as memórias negras da tua ausência e não me permitas jamais recordar o sabor salgado das lágrimas de despedida, nem o frio paralisante que se infiltra nos lençóis ásperos quando tu não estás. E aperta-me contra ti, até sentir a tua pulsação, murmura-me ao ouvido as nossas verdades incontornáveis sobre o amor.
Faz as últimas semanas desaparecerem. Volta depressa.

terça-feira, 5 de julho de 2011

NOVA TEORIA LITERÁRIA:
A SAUDADE INIBE A INSPIRAÇÃO

é preciso mais provas?

sábado, 2 de julho de 2011

Faz falta

FAZ FALTA AMAR todos os dias
e a cada dia FAZ FALTA AJUDAR
FAZ FALTA SONHAR todas as noites
e a cada noite FAZ FALTA ACREDITAR
FAZ FALTA AGIR todas as manhãs
e a cada manhã FAZ FALTA SORRIR
FAZ FALTA AO MUNDO pessoas com fé nele
e ao mundo FAZEM FALTA PESSOAS COMO TU