terça-feira, 13 de outubro de 2009

E depois de amanhã

Quero ser escritora. Sim, quero-o.
Somente um querer, um desejo de futuro ideal.
Não, sou-o. Sou mesmo? Há quem diga quem sim. Mas o que quero mesmo é poder afirmá-lo quando daqui a uns anos alguém perguntar “Qual é a tua profissão?”
Agora a pergunta é “O que queres ser?”, ou então, “Que curso queres tirar?” Bem, a resposta não é mesma. Há muito tempo que percebi que queria escrever literatura a sério. Suponho que é daquelas coisas que estão destinadas desde logo. Como quando o pai olha para o filho pequeno brincando com uma bola e diz “quando for grande, ele vai ser jogador de futebol”.
Nunca ninguém me disse em criança que iria ser escritora. Talvez porque tenha deixado a minha imaginação vagar por caminhos mais secretos. No meio do nada onde vivo, não tinha vizinhos, ainda não tinha irmãos. Cresci brincado sozinha. E sozinha jogava ao faz de conta. Tinha montes de amigos. Era dezenas de personagens. Tinha até uma lista de nomes!
Sim, eu tinha essa alma imaginativa que do nada cria lugares e situações, todo um enredo, toda uma história. Alma de criadora. E depois, algures pelo meu percurso escolar, descobri que adorava escrever. Acho que primeiro descobri que queria escrever. Recordo-me no meu velhinho computador, tentando dar corpo às ideias que se construíam na minha cabeça. Era cedo demais. Eu queria escrever antes mesmo de saber escrever, pelo menos com correcção e eloquência. Tive que esperar. E ainda assim comecei cedo demais, suponho. Mas isso foi bom. Aprende-se com os erros, certo? Então não importava que tenhamos de reformular e reescrever a mesma história duas ou três vezes até que atinja o mínimo de qualidade.
Esse foi o caminho que eu escolhi.
Penso que antes era como um sonho de criança. Algo que queria tornar real. Escrever uma história, que orgulho! A verdade é que não cabia em mim de contente quando realmente acabei. Agora olho para ele e é somente um rascunho mal escrito.
Quero mais. Fiz mais, então quero alcançar ainda mais. Deixou de ser um desafio, para passar a ser um projecto de vida. Deixou de ser um passatempo para ser uma paixão. E quero que deixe de ser um hobby para ser um trabalho. A tempo inteiro.
Eu quero realmente essa vida de três, quatro meses em frente ao computador, dias inteiros, e logo após outro mês de revisão, discussão, e afins. Não quero sessões de autógrafos ou cartas de fãs. Quero somente ver um livro meu numa livraria, vê-lo nas mãos de alguém, apaixonando outros para além de mim.
Sim, eu quero ser escritora.
Mas qual é o curso que se tira para isso?

1 comentário:

Rafaela Neves disse...

nao fasso a mais pekena ideiaxD