quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Não sei porque vim aqui

Não tenho nada que queira dizer. Isto é mais um hábito que outra coisa.
Hoje não preciso de estar aqui. Não quero contar coisas boas.
Realmente não há más?
Foi preciso chegar ao último mês deste ano para que tal acontecesse.
Definitivamente este não foi um ano bom. As últimas semanas/meses não chegam para compensar isso. Infelizmente.
Amanhã nem devo ter tempo para vir escrever.
Desejos para 2010? Muitos. Muitos mesmo. Se um ou dois se realizarem já será muito bom. Obviamente que eu não peço coisas simples...
Quero ir para Aveiro. A minha mãe está outra vez com o 'se'. Mas este acredito que se realize.
Quero um bocadinho de sorte com o drama livros-editoras-publicação. Difícil...
E de resto... Pequenas coisas que se fazem grandes todas juntas.
Mas agora quero apenas divertir-me na passagem de ano.
Esperemos que 2010 seja O ano.
Boas entradas ;)

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Não interessa a ninguém

Ontem, a Internet decidiu que não queria funcionar.
Deitei-me muito tarde, eram umas três da manhã e eu com a sensação que me faltava fazer alguma coisa.
De súbito lembrei-me, muito preocupada: Não postei hoje!
Depois: Oh, génio, não tinhas net!!
Pois é, arruína-me a vida. Até poderia estar com disposição para vos falar da minha tarde, dessa primeira experiência como modelo “made in home”. Amador, certo. Mas tinha o seu quê de profissionalismo.
Digo apenas que foi muito divertido. Realmente gostei.
Depois faço-vos chegar os resultados.
Hoje…
Não me apetece falar sobre hoje. Fui às compras e choveu muito.
E é isto.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Brainstorming

Um pouco de quebra-cabeças em família. Várias cabeças pensam melhor que uma. Vêm melhor que uma.

Eu já sei a resposta, eheh.


Este foi um longo fim-de-semana. Mas um bom fim-de-semana. Cansativo, muito cansativo. Há certas pessoas que, quando nos propomos a juntar, temos que estar preparados para um gasto extra de energia, de paciência e de tranquilidade.

São elementos químicos que reagem sempre. Explosivamente. Mas sem danos, senão uma valente dor de cabeça.


Há vários dias que não toco no puzzle. Naquele com peças. Mas os quebra-cabeças do Pandora Box estão na ordem do dia. Os meus pais também estão a gostar.


Estou curiosa por amanhã. Aposto que nos vamos rir muito. Muito mesmo.


Este foi um Natal estanho, já tinha dito, não é mesmo. Acho que não somos muito tradicionais cá em casa. Mas estamos em família.

Não importa o que já tenha dito ou pensado antes, amo a minha família. Esta que está comigo todos os dias.

O resto não passa de gente com o mesmo sangue.


Não tenho escrito como deve nos últimos dias. Em 2010 vou trabalhar a sério na revisão do terceiro livro. Tem de ser feito, e não vai ficar para trás por causa de projectos que de repente me apeteceu fazer.

Ah, e o os contos!

Sim, ando com o péssimo hábito de começar a escrever e deixar as história por acabar. Mas estas tem mesmo de ser. Os concursos não se vão dignar a esperar por que me apeteça acabar.


Ainda não arrumei os papéis que estão em cima de secretária. Preciso duma pasta para pôr os testes e as fichas.

Tenho de escolher também o próximo livro que vou ler. Tenho vários à espera na prateleira.


Hoje devia ter ligado o computador fixo; só nele tenho os programas fazer downloads. Há uma música que eu queria.

Mas o quarto está frio e não me apetece estar sozinha.

Quero o sofá ou o chão da sala.

Quero a lareira acesa.

Quero a companhia da família.


Talvez sinta que é Natal por isto...

Too Much


Às vezes, demasiada euforia simplesmente cansa.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Sorte...

Vivi o hoje pensando que era uma rapariga de sorte.
Apesar de tudo, uma rapariga com muita sorte.

Não é típico dos que assim são, admiti-lo. Não o faço. 90% do tempo.
Por isso que outra conclusão posso chegar senão a de ingratidão?

Obrigada.
Obrigada, obrigada, obrigada.
Por tudo o que é mais suficiente do que aquilo em que acredito.
Por tudo o que chega, quando eu penso que não chega.

Este Natal não pareceu Natal. Era Natal somente porque me diziam que era Natal. Somente porque eu sabia que o calendário dizia que era Natal. Mas podia ser outro dia qualquer em que se juntara a família.
Já me sinto sortuda porque não reconheço o Natal apenas pela reunião da família.

Hoje vai ser uma muito longa noite. Terei sorte se dormir...
Mas eu dizia que era uma rapariga de sorte. Tentarei não esquecer isso tão cedo.
Não prometo que seja fácil.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Consoada

Há algo de deliciosamente comum no Natal. Embora, neste Natal, vá existir um lugar vago à mesa. Não é algo em que pense frequentemente, mas veio-me agora à mente, tão certo e simples, e não encontro nostalgia nas palavras, não encontro esse sentimento nessa certeza de que sim, este ano seremos só cinco à mesa.

Quando era criança, lembro-me de passar a consoada em casa do meu avô paterno, mas fora isso, sempre foi aqui em casa, com os avós maternos, e sempre éramos seis. Quando pensava naqueles Natais com a família toda reunida, achava que seria engraçado sermos muitos. Agora somos ainda menos, e percebo que seis era simplesmente perfeito.

Na cozinha cheira a bolos, a minha mãe e a minha avó estiveram todo o dia nisso, mas eu fui demasiado preguiçosa e fiquei-me pela sala a ler. Continuo aqui. Com a lareira acesa e um portátil, o meu quarto parece-me um sítio estranhamente hostil, e sentar-me à secretaria para escrever não me fascina tanto como aqui. As vozes não me incomodam. Neste momento, o meu pai está a fazer telefonemas para a família; já perdi a conta com quantas pessoas diferentes já falou. Muitas decerto.

Este ano vamos quebrar um pouco a tradição de abrir os presentes pela manhã. Não é algo pelo qual esteja ansiosa porque há muito pouco que me toca a mim. Digamos que gastei quase todo o meu plafond nos anos, com o portátil. A espera até à meia-noite faz-me lembrar essa consoada de criança, na casa do avô. É a única que me recordo de quando era menina, talvez porque tenha sido a única diferente, mas não melhor por isso. De resto sempre fora em casa, com as prendas pela manhã. Há anos que a minha irmã tem vindo a pedir para mudar esse hábito, e parece que este ano finalmente conseguiu.

Sinto-me estranhamente tranquila. Nenhuma felicidade esfuziante, mas há um pequeno sorriso nos meus lábios. Parece que está tudo bem, assim mesmo, como é. Não perfeito, mas tão perfeito quanto poderemos fazer com aquilo que temos.

Estou em família e isso basta-me. Estou bem. Muito bem.


Feliz Natal

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Natal...

Mandei umas quantas mensagens a desejar um bom Natal e estou feliz.

Sei que não ando a escrever muito, mas não importa. Hoje fui ao cinema com amigas. Ontem também. Amanhã sem sair de casa. Já tenho planos para a passagem de ano. A minha mãe e avó já escolheram os bolos que vão fazer para o Natal.
Apetece-me estar em família. E com todos aqueles de quem gosto.

É isto o Natal, não é mesmo?

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Qualquer coisa

Dói-me a cabeça.
A culpa é da minha irmã.
Fez-me rir muito. Gritar muito.
...
Será que é hoje que me vou deitar cedo?
...

domingo, 20 de dezembro de 2009

Uma necessidade muito forte


Ainda me lembro quando recebia CD's pelo Natal...

sábado, 19 de dezembro de 2009

E acabou-se a energia

Não me queria levantar da cama.
Passei a tarde toda deitada no sofá.
Acho que o meu corpo percebeu que estava de férias e resolveu cobrar...

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Último dia de aulas

Lá pelo meio-dia...


Sabes que falta menos de uma hora para estar de férias. Última aula e estamos nós a corrigir o teste. Gasto inútil de papel e caneta. Não vou passar para o caderno. Não vou ler novamente. Mais tarde ou mais cedo, as folhas vão ser arrancadas e deitadas fora. Nem sei porque passo. Mal se percebe a letra.

Não parece o último dia de aulas, assim como não parece Natal. Assim como não parecia o meu aniversário. Há alguma coisa com o calendário. Eu e ele não estamos em sintonia. Acho que é por não sair cedo. Por não entrar, fazer a auto-avaliação e sair, em dez minutos. Por não jogar às cartas.

Devia estar a passar, mas diz-me o lado racional que não vale a pena. Ela não sabe o que estou a escrever...


Agora, quase nove da noite, sentada no sofá da sala, de frente para a lareira que espera ser acendida, com o portátil no colo, a ouvir uma música que não tocava há meses...


Acho que segunda-feira vou acordar a pensar que é dia de escola. Definitivamente hoje não pareceu o último dia, e não devido à normalidade. Tivemos concerto na escola, recebemos testes e, apesar da aula de correcção, saímos mais cedo. Mas não havia aquela euforia de “Férias! Natal!”, e parecia um sentimento comum a todos. Ninguém sentia como se fosse o último dia e isso é suspeito. O que se passa connosco este ano? Neste último ano.

Depois havia a chuva. Tive sorte de não chegar mais molhada a casa. Há dias em que nos apetece andar à chuva, há dias em que gostamos de ouvir a chuva, há dias em que daríamos tudo para que desaparecesse. Eu era-lhe indiferente, desde que não caísse sobre a minha cabeça. Não tenho vontade de passar as férias doente.

Hoje sinto-me estranha, pronto, devia somente começar por isto e acabar aqui. Ou, correcção, mais estranha do que a minha habitual estranheza.

Gostei de ver um filme esta tarde com a minha irmã. Tirando isso, não me apetecia ninguém. Tenho somente vontade de ficar em casa, com um livro, um puzzle, uma história...

Inverno é frio.

Natal é quente.

Possivelmente por isso sinta apenas que é Inverno. Quando segunda-feira não tiver de enfrentar o frio de Loulé, talvez sinta que é Natal e que estou de férias.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Puzzle

Estou a fazer um puzzle. É outros dos meus hobbies. Já tinha saudades.
Hoje não vou ligar o computador.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O que é preciso para sermos felizes

Um beijo, um abraço.

Um “vens comigo?” ou “também queres vir?”.

Uma conversa sobre férias durante a correcção do teste de Direito. O anúncio do filme que queremos ir ver.

Uma aula de Português, uma vela na mesa, uma pedrinha com a palavra “Amor” e uma carta com um poema. Símbolos...

Uma mensagem na aula de História, para lembrar a tarde que viria.

Um filme de terror no conforto da minha cama, bem acompanhada.

Uma troca cúmplice de palavras com a mãe.

Um olhar arregalado perante o livro que escrevi. Um “também quero ler!”.

Um PowerPoint feito pela minha irmã, com muitos “adoro-te mana”.

Uma conversa deliciosamente banal à porta de casa. Vais aprender a montar o cubo.

Um bocadinho de puzzle, para matar saudades, no chão da sala, a ouvir música. Só faltava a lareira acesa.

Um livro que de repente já dá vontade de ler.

Um telefonema que te interrompe mas te faz sorrir. Planos para sábado. Bicicleta outra vez?

Uma outra noite que chega em frente ao computador. Portátil agora ;)

Um dia que amanhece frio, mas se faz feliz e se faz quente.


Porque não somos felizes. Não há essa felicidade duradoura como um tapete vermelho sobre o qual caminhamos.

Não, não acredito que alguma vez sejamos felizes. Acredito, sim, que possamos estar felizes. E que possamos estar assim por muito tempo, se for esse o caso.

E tudo o que basta, são estes pequenos momentos.


Vamos apanhar uma pedra do caminho e transformá-la num novo começo.

Já Fernando Pessoa dizia:

“Pedras no caminho?

Guardo todas, um dia vou construir um castelo...”

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Porque não eu?


Ela estava preocupada com alguma coisa.
Não tinha razão.

Why me?

Why not me?

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Visita

O frio hoje bateu à porta e ouvi dizer que trouxe as malas com ele.
Lá dentro vem o Inverno.

Vamos convidá-lo para tomar chá connosco?

domingo, 13 de dezembro de 2009

Retrospectiva

Estou demasiado cansada para o que queria escrever. Há muito a contar e pouca vontade de pensar.
Tenho as mãos frias, também não me dá tanto prazer escutar o clicar das teclas sob os meus dedos. É quase doloroso, apesar de que queria mesmo escrever.
O fim-de-semana foi bom. Bem, pelo menos o sábado foi bom. Hoje foi render-me à preguiça, tirando o estudo de Direito, um pouco aldrabado.
Num dia normal, este post seria interminável. Um hino ao melhor dia da minha semana. Espera, o meu dia de anos? Certo, ando a ter muitos dias bons, muito próximos. Mas arrisco a dizer que ontem foi melhor. Estive com todas as pessoas importantes da minha vida – again – mas pude dar igual atenção a todas elas.
Foi um daqueles dias em que não paramos.
Fui andar de bicicleta, até à praia, com a minha prima e o meu… – não, não, AH! Eu não sou normal. Simplesmente acho que a palavra namorado não encaixa com a minha pessoa. Hábitos…
Enfim, estava horrivelmente nervosa ao princípio. (Sim, sim, sou tão parva.) Depois passou, e foi muito bom. O vento na cara, o som das ondas… libertaram-me. Ao ponto de andar de baloiço rindo às gargalhadas e cantar à beira da estrada.
Enfim (ups, estou a tornar-me repetitiva), valeu a pena acordar cedo. Tal como não faz mal se hoje me sinto toda partida.
Depois, na minha tarde ainda houve espaço para uma mini maratona de TrueBlood e compras de natal. Assim que andei de manhã por Quarteira, à tarde por Faro, ainda fui jantar a Loulé (chinês!!! Sim, gostei) e acabei a minha noite em Albufeira.
Eu bem sabia que mal ia parar em casa…
Foi uma noite muito boa também, nem consigo lembrar há quanto tempo não saia, ou qual foi a última vez, assim que certamente foi há muito tempo. (Sim, é realmente horrível não poder lembrar, mas não é que vá perder tempo a esforçar a memória.)
Foi uma segunda festa de anos para mim também.
E eu simplesmente adorei.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Como um Rio

Pensei subitamente nas amizades. No quão frequente e desagradável é cruzar-me com antigas colegas, antigas companheiras, antigas supostas amigas, com quem passei muitos bons momentos, nas casas das quais guardo memórias, que me convidavam para os seus aniversários, assim como eu as convidava para o meu.
Há muito tempo que não falo com elas. Mesmo que lhe diga "olá, tudo bem?" não é falar. Além de que a resposta é sempre a mesma. Já não sei nada das suas vidas, a não ser o que vejo quando as vejo. Mas também isso não é nada. Pergunto-me como será daqui a uns anos, se por acaso nos encontrássemos na rua. Seguiríamos o nosso caminho como se nem nos tivéssemos reconhecido ou realmente falaríamos uma à outra, aquela conversa "há tanto tempo que não te vejo! o que tens feito da vida?".
Gostaria que fosse a segunda. Mas tendo em conta o presente, há alguns casos em que não posso depositar confiança nisso.
Suponho que seja este o curso da vida. O rio que passa e os momentos ficam à margem, até se perderem de vista. Assim como algumas pessoas. Mas outras saltam para a água e vêm connosco.
São essas as que ficam. São essas as importantes.

(Não, não estava subitamente inspirada. Aula de Português, e a metáfora da vida como um rio é de Ricardo Reis, embora não concorde minimamente com ele. Não nos podemos meramente deixar arrastar até ao mar, ainda que, invariavelmente, lá terminemos o nosso caminho.)


quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Uma Tarde

São quase seis horas e cheguei agora a casa. Hoje é quinta-feira, exacto. Fui almoçar com as minhas meninas, e que grande almoço, sim. Foi muito divertido.
Tenho que me mentalizar que sou realmente estranha. E não é apenas algo que eu sei porque me conheço. Não, sou estranha para os outros também. E misteriosa. A pessoa mais misteriosa do mundo, disse a Rita, e mesmo que seja o mundo dela já é um mundo grande. Mas não é como se fosse algo mau. Definitivamente é estranho de ouvir, mas estranho, estranho como eu, não significa necessariamente desagradável. Além de que ouvi boas coisas também. Fez-me pensar no que fui antes e no que sou agora, na imagem que passei, uma imagem que mudou. Descobri que há quem vá ter saudades minhas, e não era algo muito provável há dois anos. Descobri que havia quem me achasse simpática desde o princípio, quando eu não sabia sequer o que ser, quando não as conhecia.
Foi uma tarde para perceber que posso ser eu e gostarem de mim assim. Mesmo estranha. Calada. Misteriosa. Foi uma tarde para me orgulhar que pensem assim de mim, porque seguro que nem sempre foi dessa forma. Antes era um espelho muito embaciado, e o reflexo que os outros viam era muito distorcido. E quero pensar que mais feio.
Mas este foi o ano das mudanças. Primeiro as más - mas primeiro não são sempre as más? - e depois as boas. Suponho que tenha de ser assim. Faz parte, o mau faz-nos crescer, faz-nos abrir os olhos e ver a realidade como ela é, faz-nos aproveitar a vida, dar valor ao que tem valor. Faz-nos ter coragem para mudar o que tem de ser mudado. E em grande parte dos casos, isso dá bom resultado. Trás-nos coisas boas.
Foi uma tarde, uma tarde diferente, uma tarde agradável. Uma tarde entre amigos, uma tarde despreocupada na esplanada sob o Sol de Inverno. Uma tarde para conversar, uma tarde para ouvir, uma tarde para rir. Uma tarde...
A minha tarde.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Promessa


Eu prometi esta foto há três meses, sei. Foi do casamento deste Verão. A redução de tamanho não é realmente um incentivo à qualidade.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Dezassete

Aqui estou eu, com dezassete anos. Hoje ainda não é ontem, mas já não preciso que o seja. Soube bem ser hoje, depois de uma descarga de emoções que já vem sendo hábito nos últimos dias.

Aqui estou eu escrevendo no meu brinquedo novo, branquinho como a neve, lindo, lindo. Realmente foi de muito mais rápida habituação, mas não comparemos. Além disso, estou num bom caminho. Num muito bom caminho. A estrada parece iluminada hoje, ao final do dia. Fez algum nevoeiro lá pelo meio, quando me perguntava se isto ia correr bem, mas o Sol brilhou.

Oh, suponho que ainda não tenha dito que fiquei em casa. Pois, eu bem andei dizendo há mais de uma semana que não queria sair, que não estava com humor para multidões nas suas demandas por compras a um feriado. O meu pai ajudou um bocadinho, embora me tivesse chateado quando me obrigou a mudar os planos, mas resultou muito bem. Suponho que seja a tal história de “Deus escreve direito por linhas tortas”.

Assim, foi uma tarde por casa, com as pessoas mais importantes da minha vida, sem dúvida, e há que dizer que o cinema tem outro gosto assim. Ou seja, muito drama para nada. Sim, essa sou eu. Mas antes assim. Que façamos muito filmes e depois corra tudo bem. Sempre é melhor do que ao contrario. Vantagens de ser pessimista e complicada e... eu!

Estou realmente apaixonada. E, ele que não leve a mal, mas agora estou a falar do meu MacBook. É simplesmente perfeito para mim. Uma escritora tem de ter uma boa ferramenta de trabalho, não é mesmo?

Enfim, foi um bom dia. Recebi muitas mensagens de parabéns, muitas mesmo, comparado com o que estava habituada. Isso fez-me sentir bem. Há muitos significados implícitos no facto de haverem mais pessoas a lembrarem-se do teu aniversário. Fez-me sentir que abri realmente os meus horizontes. Como uma prova de que vale a pena. E sem dúvida que vale porque eu estou muito melhor agora. Quinta quero almoçar com as minhas colegas de turma e isso é algo inédito. Isso é o meu crescimento. Os outros ajudam, muito, mas há que querer. E que quero muito.

Sinto-me preenchida, aqui e a agora. Como se não faltasse nada. Amanhã tenho que acordar cedo e ir para a escola, à tarde tenho que estudar História, mas não importa. Porque está tudo bem.

E eu adoro quando está tudo bem.
P.S. Queria muito que tivesses estado aqui hoje, avô.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Anjo no Escuro


Dezembro 2009

Amanhã

Não parece que seja já amanhã. Não pode ser já amanhã. Passou…
A correr.
Eu não faço anos amanhã, amanhã não é dia 8 de Dezembro.
É? Certeza?
Não houve contagem decrescente este ano. Não houve ansiedade. Não houve nada. Nem consciente estou de que é amanhã.
Oxalá não fosse. Quem me dera que tivesse sido ontem. Não sei se estou preparada para amanhã.
Não é que eu não tenha mentalmente dezassete anos há uns tempos, não é? Se calhar até tenho mais. Muito mais. Mas para efeitos oficiais, a data que aparece no bilhete de identidade é a que continua a contar.
De qualquer forma, continuaria a preferir passar o dia no conforto de casa. Mas vamos lá bem para o meio da confusão que se espera de um centro comercial a um feriado. Não é a primeira vez, assim que garanto que sobrevivo.
Mas bem, continuo a achar que não é amanhã. Não me entra ainda que só faltam duas semanas para estar de férias, por muito que as deseje. Não percebo como o tempo passou tão depressa. Quem carregou no botão high speed outra vez?
E no entanto, não era isso que eu queria? Que o ano passasse depressa para ir para a Aveiro?
Já me haviam dito para ter cuidado com o que desejo. Mas suponho que ainda seja tolerável. Talvez quando o terceiro período se aproximar é que eu me vou arrepender, olhar para trás e pensar “quem me dera que tivesse durado mais um bocadinho”.
Anyway… é o que eu quero.
Liberdade, liberdade, liberdade. Essa é realmente a minha essência. Já o percebia quando odiava que a minha mãe ditasse as horas a que me devia deitar. E isso era um sintoma leve. Assim que estar sozinha vai ser o paraíso.
Independência vem logo a seguir a liberdade.
Ou seja, devia estar a ansiar pelos dezoito. E no entanto, nem noto a chegada dos dezassete. Esta que era a idade que sempre exercera em mim aquele fascínio.
Não importa realmente. Tanto quando sei, o único impedimento verdadeiro de ser menor é não poder tirar a carta e, sinceramente, também não é algo pelo qual anseie. Eu e os transportes públicos temos uma boa relação. Conduzir não é de todo algo que me seduza. O que não significa que goste de ser conduzida por outros; não em planos que fujam ao transporte. Andar a pé então é fabuloso. Queria viver assim, perto de tudo o suficiente para ir a pé. Talvez tenha sorte, lá em Aveiro.
Tinha começado a falar sobre amanhã.
É ridículo, mas tenho medo de amanhã. E realmente não há qualquer razão para o recear. Daí o ridículo.
Amanhã não é amanhã. Ainda não.
(E quem pensas ser para achares que podes mudar isso?)
Ok, está bem.
Amanhã faço dezassete anos.
Anos, certo. Certíssimo.
Amanhã?
Completamente errado.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Love & Technology

Sinto que demasiados pedem a minha atenção e hoje queria-a só para a minha família. E um bocadinho para estudar História.
O telemóvel tocou muitas vezes hoje. Atendi mais chamadas que no último mês, porventura. Também passei muito tempo ao telefone com a minha prima e foi agradável. Já não falávamos há muito tempo. Ela agora tem um tarifário que não se paga, assim não tarda está aí o telefone a tocar de novo.
Eu nunca fui de levar o telemóvel atrás, para onde quer que fosse em casa. Mas esse é um hábito que já lá vai. Agora há a novidade de apagar a caixa de mensagens frequentemente, carregar o telemóvel ainda mais frequentemente, falar e responder a mensagens ao mesmo tempo.
Realmente gosto das coisas em tempo real. Mas assim também dá. De facto, a distância não vai diminuir, antes tornar-se maior. E é bom saber que me sinto suficientemente confortável com isso.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Presente


Não sei o que posso esperar.
Não sei quando o posso esperar.
Mas sei que o posso esperar.
E quando vier,
Estaremos preparados.
O que quer que seja.
Não há infinitos destinos.
Não existe sequer futuros,
Apenas o presente.
E aquilo que fazemos com ele.

P.S. Será coincidência linguística a palavra presente ser simultaneamente sinónimo de hoje e oferta?

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Flutuo

Hoje de manhã lembrei-me desta música, não sei porquê.

Flutuo...
Susana Félix

"Fazer de mim pretérito mais que perfeito"

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Antagonismo

Hoje vamos começar ao contrário. Assim…
P.S. Vou mandar o telemóvel à parede. Assim, se eu não responder, já sabem o que aconteceu.

E já que estamos numa de contradições…
Quero ter dezassete anos. Algum fetiche pelo número, não sei, ou apenas aquela ideia de plena adolescência sem as responsabilidades de adulto. De qualquer forma, estou farta dos dezasseis – o que acontece todos os anos: vantagens de ser a mais nova a ver todos alcançar o patamar superior antes de ti. Mas suponho que seja mais do que isso. Não me sinto com dezasseis. Talvez nem dezassete seja suficiente, mas pronto, uns são eternas crianças, outros têm a felicidade de ter rasgos de lucidez adulta em tão jovem idade.
A questão é que falta uma semana, assim devia estar contente. Mas não. Eu não quero fazer anos. Ou melhor: não quero o meu dia de anos. Quero apenas o feriado em que calha e vivê-lo como qualquer outro dia. Não me apetecem jantares nem idas ao cinema. Não me apetece saídas à noite. Não me apetece confusão.
Ooooookey: velha!
No ano passado queria finalmente entrar sem problemas numa discoteca. Este ano não anseio minimamente pôr lá os pés. O que é absolutamente contraditório à idade. Eu devia querer dançar até não poder estar de pé, beber demasiado e fazer figuras tristes.
Obviamente que eu nunca fui de seguir as multidões, assim que não, não e não!
Também descobri não ser o romântica o suficiente para que deseje passar este dia a sós com o namorado (Argh! Isto é tão pouco meu. Mas certamente deveria começar a habituar-me à ideia.)
O problema sei eu onde está. Nas pessoas que deviam estar presentes neste dia. Ao fim de muitos anos, elas deixaram de ser quem costumavam ser. Certamente que posso convidá-las para um almoço, uma ida ao cinema, e se não fosse a época de teste que é uma boa desculpa para todos, possivelmente até iriam, mas… Eu quero realmente passar esse dia com elas?
É horrível, mas a única resposta que faz sentido para mim é não.
Assim que não sei. Tenho as minhas meninas da turma, que são umas queridas, mas há o teste de História. Não que tenha já falado com elas, mas posso antecipar uma resposta.
Eu já calculava que fosse ser assim desde o Verão. E se formos a ver bem, não há uma boa razão para comemorar este dia. Não passa de uma data, e não são as datas que devem ser lembradas, mas os acontecimentos. E ter nascido… Ter nascido foi apenas o início, e ninguém comemora o início, somente o fim. Porque é que com as vidas humanas tem de ser ao contrário?
Fica a pergunta para pensarem no assunto. E se entretanto alguém tiver uma sugestão para mim, ela é bem-vinda.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Já sinto saudades do Verão...


Ou talvez sinta apenas saudades de respirar profundamente. Preciso de lutar contra esta falta de ar.
Talvez sinta apenas saudades da liberdade.
De ser só eu...

Deveras contraditório, não é mesmo?

Mas este não é o diário da adolescente apaixonada. Querem a história toda, têm-na aqui.