domingo, 25 de outubro de 2009

Emoção

Estou emocionalmente cansada. Mas agradavelmente suspiro de alívio. Quase temos um final feliz. Treze horas depois, catorze páginas depois, e não pesam tanto os seus medos, as suas ansiedades, as suas incertezas. Agora já vai ficar tudo bem…
E eu estou bem. Completa. Feliz. Porque lhes dei o meu dia e eles encheram-me, de lágrimas, sim, de aflição, sim, e de amor, de coragem, de alívio, sim.
Realmente não precisamos do mundo para sentir, pois não?
Eu criei este mundo e alimento-me dele. E hoje adormeço bem porque eles estão bem. Não vou mais acordar pela manhã, como desde há três dias o tenho feito, a pensar: e depois? Eles parados a meio do dilema das suas vidas e eu a dormir? Não parecia fazer sentido. Agora já pode.
Centro, eu levo-o demasiado a sério. Pois bem, há todos os tipos de viciados neste mundo, não é verdade? Então permitam-me ser viciada em escrever ficção. Não faz mal à saúde (tirando a maratona de horas ao computador) e é óptimo para o português. E realmente, qual teria sido a minha alternativa para o dia de hoje? É que passar a tarde a ver televisão também não me parece muito produtivo.
Enfim, são onze e meia e não quero me deitar. Há meses, para não dizer anos, que não o faço antes de meia-noite. Mas proíbo-me de escrever mais hoje. Arranjarei algo que inclua pensar na história de qualquer jeito. Não me cabe mais nada na cabeça, realmente. Talvez amanhã possa fazer espaço para estudar um pouco de Psicologia. Hoje estou bem fugindo à realidade. E foi uma fuga tão mais emocionante, se comparada à monotonia de outro domingo em casa.
O que fica, todas estas horas depois, é que a emoção não é algo que outros incutem em nós. Não, nós escolhemos quando e como. Às vezes podemos ser apanhados desprevenidos, mas na maior parte do tempo, somos nós que criamos a emoção.
Suponho que a isso possamos chamar liberdade…

Sem comentários: