sábado, 28 de maio de 2011

Um mais um


De entre queres que não se pode querer, escrevi eu uma vez, descobri um que posso querer e me quer de volta. E é assim quando deixamos que o romantismo da literatura se filtre nas nossas vidas e sorrimos genuinamente com ele que descobrimos que existe um outro lado da matemática onde um mais um não são dois.

Quando encontrares a vida, agarra-a com ambas as mãos e não a deixes fugir...

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Absurdo

E depois?

Há dias em que não deveríamos ter saído da cama. Life was so much better in there with you...

sábado, 21 de maio de 2011

Coleccionar memórias

Vai na volta e tropeças na rua com a vontade de viver.
Podia ser a grande abertura para a minha dissertação iluminada desta noite. Não. A luz neste quarto é artificial e o mais puro brilha singelo no escuro e não se vê mas sente-se.
Andamos a coleccionar memórias, para um dia em que a distância à vida, aquela que nos dá a mão na rua, nos agarra o rosto e nos beija suavemente, for demasiado grande, e a inconsciência dos sonhos seja mais solitária mesmo no já tão privado e íntimo que é sonhar. Andamos a coleccionar matéria de pensamento, álbuns de fotos, vídeo, tudo o que seja, com cor, som e cheiro, para depois revermos uma e outra vez, com um aperto no peito, quando a pressão sobre ele não é a do teu corpo. Andamos a tapar os buracos que a saudade vai abrir com promessas de amor e reencontro.
E são duas da manhã, a cama está desfeita, as luzes estão acesas, os computadores ligados. Andamos a trocar as voltas ao dia, às horas, às convenções.
Não importa. Ser jovem e apaixonado é ser rebelde, fazer tudo ao contrário e gostar de viver assim. Gosto de viver assim.
Um dia ia na rua e tropecei na vontade de viver. Sorri.
Eras tu.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

ser, estar, viver

De repente olhei e ainda estava lá, escondida num cantinho, à espera que me lembrasse dela. E quando me apercebi, gritou pela minha atenção, arrebatando-se com esta repentina saudade de escrever literatura.
Mas a realidade, o tangível e o sensível não o vêm permitindo, não o permitem neste preciso momento, e a minha cabeça já vai longe daquele mundo e não sabe em que parte daquelas vidas parou a câmara de escrever.
Eu sempre havia dito que quando tivesse um amor real para viver ia deixar os livros de lado — pelo menos no princípio. Acho que está na hora de voltar. E, no entanto, enquanto aqui estiver em Aveiro, enquanto as aulas não acabarem, o tempo é uma variável que se gosta demasiado rápido e nunca, jamais, sobra.
Não é um sacrifício. Viver é estabelecer prioridades. E prioridades é sinónimo de abdicações. Eu não abdico. Adio. Não estabeleço um plano. Vou traçando metas.
E a vida está perfeita como está.

Smoke me
I wanna be your poison tonight
Smother me
I can't hardly breathe anyway...

terça-feira, 17 de maio de 2011

Talvez

Talvez tu não saibas, quantas horas são precisas para acertar um coração.
Talvez tu não penses, até um relógio parado está certo duas vezes por dia.
Talvez tu não imagens, mas o espaço que há entre um e dois é o de um beijo.
Talvez...
Talvez tu não saibas, para ser feliz é preciso estar apaixonado pela vida.

domingo, 15 de maio de 2011

depois do enterro '11...

Rimos,
Chorámos,
Gritámos,
Lutámos

E agora já trajamos.
(L)EE

sexta-feira, 6 de maio de 2011

break point

Quero traçar um linha bem espessa entre esta história e a anterior, entre esta voz e a anterior, porque embora pertençam à mesma pessoa, não pertencem ao mesmo estado de espírito.
Este nada tem a praguejar. Nada tem a dizer, na verdade. Este sente-se no limite inferior da esperança e no limite superior da desilusão. Este sente que quer falar, mas não encontra as palavras — e, no final, sabe que são inúteis.
Não se pode obrigar ninguém a ver. Mas custa, custa quando pensávamos que alguém nos conhecia, e no final parece que essa pessoa tem uma imagem tão errada de nós — que não nos conhece de todo.
E é tudo.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Púdicos da linguagem: NÃO LEIAM!

Fode-me a vida até sangrar. Até as minhas palavras eloquentes virarem palavrões crus e ferozes, como a merda que dizes todos os dias. Os actos falhados ressoam nos meus ouvidos como sinos furados gritando um calão rude de além-mar.
Esta noite não é fácil. Mas para o diabo que te leve se me fodes a cabeça por mais um minuto que seja! O meu sangue já corre célere nas veias das minhas têmporas e não é por nenhuma maldita boa razão.
Que ele venha rápido, por amor de Deus!
Estou farta de pensar em ti! Não importas, não, diabos, não! Não desde o momento em que me falas como um puta estúpida que só cresceu mentalmente o suficiente para aprender que todo o mundo gostas de foder os outros!
Ah, se imaginasses a confiança nua que existe na troca destas bestialidades! Se soubesses que grau de intimidade é necessário para as proferir sem consequências! Se imaginasses o amor que é preciso para chamar puta a alguém e ela reagir como se lhe tivessem chamado de querida!
Para o inferno com o que chamas falta de respeito! Sim, isto É para ti!
Porque acabas a martelar-me o cérebro com a merda que dizer! Revolta-te para dentro e não leias mais! Que caralho, não me venhas com comentários que eu não te quero ouvir!
Se não fosses tu, ninguém mais tinha de suportar esta linguagem vil e nojenta de revolta sublimada contra o teclado do computador.
Fode-me mais um pouco esta noite, que amanhã eu já vou deixar de pensar em ti novamente.
Maldição, não hás-de ser assim tão importante! E podes insultar-me o quanto queiras. Perdes mais valor a cada palavra. Mesmo que quem diga os palavrões seja eu.
Lamento-o e é tudo.
Não voltei a chorar.