Estou a chorar.
Chorar de emoção.
Chorar de felicidade.
Ficou perfeito. Mesmo que amanhã não o esteja.
Hoje, ficou perfeito.
Acabado.
Tão feliz, tão orgulhosa…
Por mim, por eles.
Felizes… então também eu.
E esta é a magia de escrever.
sábado, 31 de outubro de 2009
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Hoje e Ontem
Ontem queria vir escrever, queria muito. Depois de uma tarde inteira e mais à volta com o mesmo trabalho, eu queria escrever. Bem, teoricamente nada me impedia. Mas a Internet fez birra e eu amuei também. “Fica para amanhã”.
Hoje não queria funcionar de novo. Mas eu já lhe sei os truques. É assim um pouco como as pessoas. Tem de desligar e voltar a ligar para que fique bem.
Não estou extraordinariamente feliz, não, mas estou bem. Apenas bem. Umas complicações estéticas de manhã e cheguei atrasada à paragem. Estavam pronta para o segundo autocarro, fones nos ouvidos e alguém desconhecido sentado ao meu lado. Mas sempre que eu estou inclinada para o “deixem-me na minha” as coisas não ocorrem a favor. Não fui a única atrasada, claro está.
Andar de autocarro é aquela rotina que nunca muda, mas que constantemente se altera. Ora com elas, ora sem elas. Ora perto, ora longe. Ora música, ora ouvindo as conversas, ora, mais raro, conversando. Bem, desde que as coisas viraram gelatina (no sentido de tremidas, se me faço entender) eu tendia para o primeiro caso e nunca para o último. Mas lentamente voltamos à saudosa normalidade das viagens de autocarro, de caminhar a par para a escola, e não dois metros à frente ou atrás. Bancos de quatro lugares, claro está! Daí que tenha vindo para casa rindo e rindo com elas. Soube realmente bem.
Ontem não foi bem assim. Anti-social, ouvi. Mas a verdade é que apenas fui preguiçosa demais para mudar para o lugar próximo que não tinha visto logo. E enfim, daquelas vezes que precisava da minha música.
Acho que falo demasiado de autocarros. Quem ler deve pensar que passo a vida neles. Mas é um tempo muito útil para escrever. (Não, agora estou mesmo em casa.) O iPod é a minha salvação, como sempre. Pois é deveras aborrecido passar textos para o computador!
Amanhã tenho teste de Português. Não é que esteja a pensar estudar realmente, mas vou obrigar-me a passar os olhos pela matéria. Afinal, foi para deixar a tarde de hoje livre que ontem tive até às dez e meia da noite a fazer um trabalho de história. Teoricamente, chamemos-lhe biografia. O texto biográfico está lá realmente. Mas na prática, essa parte levou umas das quase sete horas. O resto foi para a apresentação, pois o melhor vai para a biblioteca. Sei que há essa possibilidade e pelo trabalho gasto talvez merecesse e quisesse, mas definitivamente não gosto da ideia de não recebê-lo de volta. Está muito artístico. Plasticamente artístico. Pois, desenhei. A imagem era impossivelmente perfeita e a ideia demasiado aliciante. Há muito tempo que não pegava em lápis de cor e foi bom. Não custou como trabalho, até porque não o teria feito se não fosse por prazer. Deixar-vos-ei a digitalização mais tarde.
Agora vou, bem, não estudar. Ainda não acabei o livro ;)
Hoje não queria funcionar de novo. Mas eu já lhe sei os truques. É assim um pouco como as pessoas. Tem de desligar e voltar a ligar para que fique bem.
Não estou extraordinariamente feliz, não, mas estou bem. Apenas bem. Umas complicações estéticas de manhã e cheguei atrasada à paragem. Estavam pronta para o segundo autocarro, fones nos ouvidos e alguém desconhecido sentado ao meu lado. Mas sempre que eu estou inclinada para o “deixem-me na minha” as coisas não ocorrem a favor. Não fui a única atrasada, claro está.
Andar de autocarro é aquela rotina que nunca muda, mas que constantemente se altera. Ora com elas, ora sem elas. Ora perto, ora longe. Ora música, ora ouvindo as conversas, ora, mais raro, conversando. Bem, desde que as coisas viraram gelatina (no sentido de tremidas, se me faço entender) eu tendia para o primeiro caso e nunca para o último. Mas lentamente voltamos à saudosa normalidade das viagens de autocarro, de caminhar a par para a escola, e não dois metros à frente ou atrás. Bancos de quatro lugares, claro está! Daí que tenha vindo para casa rindo e rindo com elas. Soube realmente bem.
Ontem não foi bem assim. Anti-social, ouvi. Mas a verdade é que apenas fui preguiçosa demais para mudar para o lugar próximo que não tinha visto logo. E enfim, daquelas vezes que precisava da minha música.
Acho que falo demasiado de autocarros. Quem ler deve pensar que passo a vida neles. Mas é um tempo muito útil para escrever. (Não, agora estou mesmo em casa.) O iPod é a minha salvação, como sempre. Pois é deveras aborrecido passar textos para o computador!
Amanhã tenho teste de Português. Não é que esteja a pensar estudar realmente, mas vou obrigar-me a passar os olhos pela matéria. Afinal, foi para deixar a tarde de hoje livre que ontem tive até às dez e meia da noite a fazer um trabalho de história. Teoricamente, chamemos-lhe biografia. O texto biográfico está lá realmente. Mas na prática, essa parte levou umas das quase sete horas. O resto foi para a apresentação, pois o melhor vai para a biblioteca. Sei que há essa possibilidade e pelo trabalho gasto talvez merecesse e quisesse, mas definitivamente não gosto da ideia de não recebê-lo de volta. Está muito artístico. Plasticamente artístico. Pois, desenhei. A imagem era impossivelmente perfeita e a ideia demasiado aliciante. Há muito tempo que não pegava em lápis de cor e foi bom. Não custou como trabalho, até porque não o teria feito se não fosse por prazer. Deixar-vos-ei a digitalização mais tarde.
Agora vou, bem, não estudar. Ainda não acabei o livro ;)
terça-feira, 27 de outubro de 2009
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Viciada
Já tinha dito que sou viciada?
Sim, afinal acordei a pensar neles. Podendo dormir até mais tarde por não ter aulas de manhã, eu vi-me constantemente voltando na cama, pensando, sonhando, nem sei, até que às nove desisti e levantei-me. Sim, foi para ir escrever. Sim, estou no autocarro e desejosa de chegar a casa para ir escrever. E não, felizmente não tenho que estudar Psicologia porque o teste foi adiado para de hoje a uma semana. O que significa que não tenho que me preocupar até, provavelmente, sexta-feira.
Sim, isto não acaba até acabar. É uma constante preocupação, sempre martelando o pensamento cada vez que me afasto da realidade. Por sorte, estive demasiado ocupada nas aulas para pensar, mas nem sempre é assim. O que importa é que não tarda terá um fim. Não hoje, talvez não amanhã, possivelmente depois. Este mês garantidamente. Sim, sei de alguém que vai ficar radiante. Mas ainda vou pensar se lê antes ou depois de eu fazer a revisão ortográfica. Também sei que ela vai querer antes, não só porque está ansiosa, como também porque adora rir-se das minhas gafes.
Enfim, questões para depois do fim. Para daqui pouco mais de vinte páginas.
Depois? A rotina habitual de ler... E depois? Não, nada de um novo por agora. Tenho andado esquecida, mas a verdade é que deixei outro projecto pendurado. E o terceiro está à espera para ir para a mesa de operações. Tenho que começar a pensar nessa cirurgia. A minha mãe realmente está desejosa por ler. Mas não prometo nada para este ano.
Bem, o autocarro está quase lá. Vai ser chegar a casa, publicar isto e ir escrever.
Sim, admito, completamente viciada.
Sim, afinal acordei a pensar neles. Podendo dormir até mais tarde por não ter aulas de manhã, eu vi-me constantemente voltando na cama, pensando, sonhando, nem sei, até que às nove desisti e levantei-me. Sim, foi para ir escrever. Sim, estou no autocarro e desejosa de chegar a casa para ir escrever. E não, felizmente não tenho que estudar Psicologia porque o teste foi adiado para de hoje a uma semana. O que significa que não tenho que me preocupar até, provavelmente, sexta-feira.
Sim, isto não acaba até acabar. É uma constante preocupação, sempre martelando o pensamento cada vez que me afasto da realidade. Por sorte, estive demasiado ocupada nas aulas para pensar, mas nem sempre é assim. O que importa é que não tarda terá um fim. Não hoje, talvez não amanhã, possivelmente depois. Este mês garantidamente. Sim, sei de alguém que vai ficar radiante. Mas ainda vou pensar se lê antes ou depois de eu fazer a revisão ortográfica. Também sei que ela vai querer antes, não só porque está ansiosa, como também porque adora rir-se das minhas gafes.
Enfim, questões para depois do fim. Para daqui pouco mais de vinte páginas.
Depois? A rotina habitual de ler... E depois? Não, nada de um novo por agora. Tenho andado esquecida, mas a verdade é que deixei outro projecto pendurado. E o terceiro está à espera para ir para a mesa de operações. Tenho que começar a pensar nessa cirurgia. A minha mãe realmente está desejosa por ler. Mas não prometo nada para este ano.
Bem, o autocarro está quase lá. Vai ser chegar a casa, publicar isto e ir escrever.
Sim, admito, completamente viciada.
domingo, 25 de outubro de 2009
Emoção
Estou emocionalmente cansada. Mas agradavelmente suspiro de alívio. Quase temos um final feliz. Treze horas depois, catorze páginas depois, e não pesam tanto os seus medos, as suas ansiedades, as suas incertezas. Agora já vai ficar tudo bem…
E eu estou bem. Completa. Feliz. Porque lhes dei o meu dia e eles encheram-me, de lágrimas, sim, de aflição, sim, e de amor, de coragem, de alívio, sim.
Realmente não precisamos do mundo para sentir, pois não?
Eu criei este mundo e alimento-me dele. E hoje adormeço bem porque eles estão bem. Não vou mais acordar pela manhã, como desde há três dias o tenho feito, a pensar: e depois? Eles parados a meio do dilema das suas vidas e eu a dormir? Não parecia fazer sentido. Agora já pode.
Centro, eu levo-o demasiado a sério. Pois bem, há todos os tipos de viciados neste mundo, não é verdade? Então permitam-me ser viciada em escrever ficção. Não faz mal à saúde (tirando a maratona de horas ao computador) e é óptimo para o português. E realmente, qual teria sido a minha alternativa para o dia de hoje? É que passar a tarde a ver televisão também não me parece muito produtivo.
Enfim, são onze e meia e não quero me deitar. Há meses, para não dizer anos, que não o faço antes de meia-noite. Mas proíbo-me de escrever mais hoje. Arranjarei algo que inclua pensar na história de qualquer jeito. Não me cabe mais nada na cabeça, realmente. Talvez amanhã possa fazer espaço para estudar um pouco de Psicologia. Hoje estou bem fugindo à realidade. E foi uma fuga tão mais emocionante, se comparada à monotonia de outro domingo em casa.
O que fica, todas estas horas depois, é que a emoção não é algo que outros incutem em nós. Não, nós escolhemos quando e como. Às vezes podemos ser apanhados desprevenidos, mas na maior parte do tempo, somos nós que criamos a emoção.
Suponho que a isso possamos chamar liberdade…
E eu estou bem. Completa. Feliz. Porque lhes dei o meu dia e eles encheram-me, de lágrimas, sim, de aflição, sim, e de amor, de coragem, de alívio, sim.
Realmente não precisamos do mundo para sentir, pois não?
Eu criei este mundo e alimento-me dele. E hoje adormeço bem porque eles estão bem. Não vou mais acordar pela manhã, como desde há três dias o tenho feito, a pensar: e depois? Eles parados a meio do dilema das suas vidas e eu a dormir? Não parecia fazer sentido. Agora já pode.
Centro, eu levo-o demasiado a sério. Pois bem, há todos os tipos de viciados neste mundo, não é verdade? Então permitam-me ser viciada em escrever ficção. Não faz mal à saúde (tirando a maratona de horas ao computador) e é óptimo para o português. E realmente, qual teria sido a minha alternativa para o dia de hoje? É que passar a tarde a ver televisão também não me parece muito produtivo.
Enfim, são onze e meia e não quero me deitar. Há meses, para não dizer anos, que não o faço antes de meia-noite. Mas proíbo-me de escrever mais hoje. Arranjarei algo que inclua pensar na história de qualquer jeito. Não me cabe mais nada na cabeça, realmente. Talvez amanhã possa fazer espaço para estudar um pouco de Psicologia. Hoje estou bem fugindo à realidade. E foi uma fuga tão mais emocionante, se comparada à monotonia de outro domingo em casa.
O que fica, todas estas horas depois, é que a emoção não é algo que outros incutem em nós. Não, nós escolhemos quando e como. Às vezes podemos ser apanhados desprevenidos, mas na maior parte do tempo, somos nós que criamos a emoção.
Suponho que a isso possamos chamar liberdade…
sábado, 24 de outubro de 2009
Adrenalina
A imagem que hoje ficou foi a da ria. O azul e o céu raiado pelo pôr-do-sol. Lindo! E isto visto em queda vertiginosa. Os gritos nos meus ouvidos, que a dada altura se perderam no meu prazer.
Ascendendo, o céu. O ar no rosto. O vazio assustador debaixo dos meus pés. E caímos.
Não havia porquê de eu gritar. O estômago formigava numa agradável sensação. Acabou demasiado depressa. Realmente muito rápido. Teria ficado muito mais.
Depois o riso. Passos cambaleantes. Euforia.
Os meus segundos de libertação. Voara. Fora livre. Mas acabara.
Ela odiou-o? Eu amei-o. A ausência de matéria, a ausência de pensamentos.
Perfeição. Efémera perfeição de ser. De estar...
Adrenalina.
Ascendendo, o céu. O ar no rosto. O vazio assustador debaixo dos meus pés. E caímos.
Não havia porquê de eu gritar. O estômago formigava numa agradável sensação. Acabou demasiado depressa. Realmente muito rápido. Teria ficado muito mais.
Depois o riso. Passos cambaleantes. Euforia.
Os meus segundos de libertação. Voara. Fora livre. Mas acabara.
Ela odiou-o? Eu amei-o. A ausência de matéria, a ausência de pensamentos.
Perfeição. Efémera perfeição de ser. De estar...
Adrenalina.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Cristal
Claro…
Como água. Água fria. Gelada. Tão gelada que queima.
Cortante…
Como uma lâmina. Como vidro. Transparente. Mas tão embaciado...
Belo?
A mesma beleza de uma silhueta sozinha à janela, fitando a noite. De umas escadas abandonadas. De um copo entornado. De livro deixado a meio, aberto à espera, infinitamente.
O mesmo brilho pálido da Lua. De uma vela no escuro. De um olhar choroso. De mim…
Tão certo, e tão errado. Tão anormalmente normal.
Um banco de autocarro vazio. O outro lado da cama arrumado. Frio, sempre.
A sombra na rua que é a única que te segue. Que te acompanha. Que jamais te abandona, enquanto há luz. Assim como uma amiga. Mas cai a noite. E ela vai-se…
Frágil. Oh, tão frágil.
Miraculosamente, funcionando ainda que quebrado. Não, não quebrado. Incompleto. Mas bate incompleto coração…
Sempre o fez. Sempre…
E essa história que não é tua, mas pela qual choras como se fosse. Esse amor que ainda te aquece o peito, embora seja de papel. Não importa a mentira se te faz sorrir.
Não importa?
Oh, sim importa. Mas a teia de ilusões é tão densa… Não sei já para onde foi a realidade.
Sonho… Sonho de uma noite em que choveu. Memória distante roubada de alguém. Não minha, não.
De onde vieram, páginas e páginas? Tão certo que nunca o senti, nunca o conheci. A dor…
O amor.
A rosa que nunca foi deixada à minha porta. As lágrimas que jamais caíram por mim. A fogueira que ninguém acendeu. O arco-íris que não vem depois da tempestade…
O livro que ficou na prateleira.
Sei-o. Esperança que vive moribunda, respirando debilmente, como um corpo doente. Alimentada de ficção.
Um música que nos toca e faz chorar…
Claro e cortante.
Batendo cansado de esperar por um beijo. Por um sopro de ar quente na sua boca, coração.
Eternidade não é mais que uma palavra.
Solidão é a saudade da vida.
Desejo-a.
Alma de cristal.
Como água. Água fria. Gelada. Tão gelada que queima.
Cortante…
Como uma lâmina. Como vidro. Transparente. Mas tão embaciado...
Belo?
A mesma beleza de uma silhueta sozinha à janela, fitando a noite. De umas escadas abandonadas. De um copo entornado. De livro deixado a meio, aberto à espera, infinitamente.
O mesmo brilho pálido da Lua. De uma vela no escuro. De um olhar choroso. De mim…
Tão certo, e tão errado. Tão anormalmente normal.
Um banco de autocarro vazio. O outro lado da cama arrumado. Frio, sempre.
A sombra na rua que é a única que te segue. Que te acompanha. Que jamais te abandona, enquanto há luz. Assim como uma amiga. Mas cai a noite. E ela vai-se…
Frágil. Oh, tão frágil.
Miraculosamente, funcionando ainda que quebrado. Não, não quebrado. Incompleto. Mas bate incompleto coração…
Sempre o fez. Sempre…
E essa história que não é tua, mas pela qual choras como se fosse. Esse amor que ainda te aquece o peito, embora seja de papel. Não importa a mentira se te faz sorrir.
Não importa?
Oh, sim importa. Mas a teia de ilusões é tão densa… Não sei já para onde foi a realidade.
Sonho… Sonho de uma noite em que choveu. Memória distante roubada de alguém. Não minha, não.
De onde vieram, páginas e páginas? Tão certo que nunca o senti, nunca o conheci. A dor…
O amor.
A rosa que nunca foi deixada à minha porta. As lágrimas que jamais caíram por mim. A fogueira que ninguém acendeu. O arco-íris que não vem depois da tempestade…
O livro que ficou na prateleira.
Sei-o. Esperança que vive moribunda, respirando debilmente, como um corpo doente. Alimentada de ficção.
Um música que nos toca e faz chorar…
Claro e cortante.
Batendo cansado de esperar por um beijo. Por um sopro de ar quente na sua boca, coração.
Eternidade não é mais que uma palavra.
Solidão é a saudade da vida.
Desejo-a.
Alma de cristal.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Surrealismo
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Filosofias da Vida
Sinto que, mais do que escrever, tenho que dizer qualquer coisa. Por aqueles a quem deixei esperando uma resposta, enquanto me prendiam as páginas de um livro que não larguei até terminar.
Conhecem o vício. Sei que estou desculpada.
Mas… e mais?
Por esse toque de atenção, dos que lêem, dos que ainda têm uma palavra a dizer… Pensarei em algo filosófico para dizer.
Há mais de um ano – ou mais de dois? – que tenho umas quantas frases encorajadoras num placar de cortiça mesmo ao lado do computador. Já serviram para alguma coisa, mas agora que penso nisso, estão a precisar de uma reforma. Não que não mais precise de coragem, somente que há versos tão mais bonitos para me inspirarem. Estes sei-os de cor.
E versos é Fernando Pessoa. Queria o baralho de cartas da professora de Português agora. Mas a aula é amanhã. O livro terá que servir…
Ora que perfeito.
“Eu não tenho filosofia: tenho sentidos…”
Para as minhas colegas, página 58 ;)
E com isto lá se foi o que dizer. Bem verdade, filosofias, teorias, frases feitas… não importa. Faz o que estiver de acordo com o sentes.
Antes reclame a razão, que doa o coração.
“Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar…”
P.S: Hoje sim, choveu!
Conhecem o vício. Sei que estou desculpada.
Mas… e mais?
Por esse toque de atenção, dos que lêem, dos que ainda têm uma palavra a dizer… Pensarei em algo filosófico para dizer.
Há mais de um ano – ou mais de dois? – que tenho umas quantas frases encorajadoras num placar de cortiça mesmo ao lado do computador. Já serviram para alguma coisa, mas agora que penso nisso, estão a precisar de uma reforma. Não que não mais precise de coragem, somente que há versos tão mais bonitos para me inspirarem. Estes sei-os de cor.
E versos é Fernando Pessoa. Queria o baralho de cartas da professora de Português agora. Mas a aula é amanhã. O livro terá que servir…
Ora que perfeito.
“Eu não tenho filosofia: tenho sentidos…”
Para as minhas colegas, página 58 ;)
E com isto lá se foi o que dizer. Bem verdade, filosofias, teorias, frases feitas… não importa. Faz o que estiver de acordo com o sentes.
Antes reclame a razão, que doa o coração.
“Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar…”
P.S: Hoje sim, choveu!
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Canta Comigo
Apetece-me cantar. Sim, música nova! Como o brilho do Sol depois de dias de chuva.
Mesmo que a música fale de chuva…
E por falar em chuva, tenho saudades. Há muito tempo que não chove. E como eu gosto de adormecer com essa melodia de fundo embalando os meus pensamentos!
De facto, parece que o Verão nunca mais acaba. Há dias em que quero o Outono, quero blusas de manga comprida, casaco e lenço em torno do pescoço. Porque as folhas já estão no chão… Mas não hoje. Hoje estava bem como estava. Manga curta e Sol. Sem frio nem calor. Perfeito.
Sim, estou em alta. Uma vez mais, por nenhum motivo em especial. Talvez esteja só radiantemente contente por chegar a casa após uma cansativa (exagero) tarde de aulas. Sim, o bom humor veio essencialmente quando cheguei. E quando pus música.
Uma música que vai repetindo “living in a world so cold”. Curioso…
Ah, isto é realmente frustrante! Porque é quando eu estou bem disposta, ainda que, como frequentemente, estupidamente bem disposta, todas as outras pessoas estão mal, ou com algum problema? Já vão duas… Uma e meia, vá, dado que é só um conflitozinho infantil da minha irmã. Mas aposto o que quiser que a próxima pessoa que vier falar comigo (sei bem quem é) não vai estar num dos seus dias de ouro. Rezo para que não. Não desejo mal a ninguém! Não à custa da minha suposta felicidade.
“All I want is little of a good life, all I need is to have a good time”
Sim, quero cantar. Dizem que espanta os males, não é? Bem, eu tenho muitos males a espantar. E incrivelmente, agora não estou preocupada com nenhum em particular. Agora, quero ouvir música, cantar… Também queria a melodia da chuva, mas isso é pedir demais. Há-de vir, em breve.
P.S. (uns minutos depois): Sim, tinha razão, ela não está num bom dia.
Mesmo que a música fale de chuva…
E por falar em chuva, tenho saudades. Há muito tempo que não chove. E como eu gosto de adormecer com essa melodia de fundo embalando os meus pensamentos!
De facto, parece que o Verão nunca mais acaba. Há dias em que quero o Outono, quero blusas de manga comprida, casaco e lenço em torno do pescoço. Porque as folhas já estão no chão… Mas não hoje. Hoje estava bem como estava. Manga curta e Sol. Sem frio nem calor. Perfeito.
Sim, estou em alta. Uma vez mais, por nenhum motivo em especial. Talvez esteja só radiantemente contente por chegar a casa após uma cansativa (exagero) tarde de aulas. Sim, o bom humor veio essencialmente quando cheguei. E quando pus música.
Uma música que vai repetindo “living in a world so cold”. Curioso…
Ah, isto é realmente frustrante! Porque é quando eu estou bem disposta, ainda que, como frequentemente, estupidamente bem disposta, todas as outras pessoas estão mal, ou com algum problema? Já vão duas… Uma e meia, vá, dado que é só um conflitozinho infantil da minha irmã. Mas aposto o que quiser que a próxima pessoa que vier falar comigo (sei bem quem é) não vai estar num dos seus dias de ouro. Rezo para que não. Não desejo mal a ninguém! Não à custa da minha suposta felicidade.
“All I want is little of a good life, all I need is to have a good time”
Sim, quero cantar. Dizem que espanta os males, não é? Bem, eu tenho muitos males a espantar. E incrivelmente, agora não estou preocupada com nenhum em particular. Agora, quero ouvir música, cantar… Também queria a melodia da chuva, mas isso é pedir demais. Há-de vir, em breve.
P.S. (uns minutos depois): Sim, tinha razão, ela não está num bom dia.
domingo, 18 de outubro de 2009
sábado, 17 de outubro de 2009
Absurdo
Tive estranhos sonhos esta noite. Bem, esta manhã, porque é justo antes de acordar, quando a consciência se vai esquivando do negro manto, que vêm as imagens. Isto, ou assim que adormeço. Acontece quando estou cansada, como ontem à noite, mas nunca o recordo.
De manhã não. É tudo muito nítido. Absurdamente nítido.
Começou na minha antiga escola. Não faço ideia o que lá fazia. Era de tarde e eu tinha de me apressar para apanhar o autocarro para o liceu porque ainda tinha uma aula. Piscinas. Às seis da tarde! Bem, não apanhei coisa nenhuma. Cruzei-me com antigos professores e a de Educação Física, que por algum motivo parecia a deste ano, convidou-me a entrar não sei onde, ver não sei o quê. A última coisa que recordo foi de ser deixada na casa de banho. Mas se acham estranho, ainda agora começou.
Na cena seguinte, por assim dizer, eu estava no meio do mar. Uma extensa porção de azul que não podia ver onde acabava. Mas, ridiculamente, eu tinha pé. E mais absurdo ainda, passaram por mim alguns dos autocarros que todos os dias apanho. Com o nome exacto do destino quando venho do liceu para casa. Creio ainda que tive de fugir para não ser atropelada. E lembro ainda que a certa altura, antes ou depois não sei, me vieram à cabeça cenas do Titanic, da parte em que o navio começa a afundar e se estabelece quem tem o direito de ocupar os botes. Mas então também essas imagens se foram.
No final, eu estava em Espanha, num sítio que nunca vi e que bem poderia ser um jardim. Fiquei com a impressão de que o chão era verde. Sabia que viera de autocarro com a família. E eram três autocarros. O último vinha vazio, à excepção do caixão que parecia enorme ocupando o seu centro. Estava aberto. De algum lado onde estava, dentro de um veículo, levantei-me para espreitar mas tudo o que vi foi o lençol branco. Perguntei porque não o haviam trazido num carro funerário. Acho que a resposta envolvia os custos. Enfim saí e a minha mãe lá me fez cumprimentar primos e tios, poucos deles me eram familiares, alguns pareciam recuar. Devia estar mesmo com má cara. Sei que não vi a minha avó e isso teria feito sentido. Iríamos enterrá-lo de novo, em Espanha. E de novo o ridículo é que se supunha, eu pelo menos, que ele não iria ficar lá. Afinal, pensava, a minha avó nunca iria permitir que estivesse longe. No final de tudo, antes de acordar, eu recordo que estava próxima ao caixão. Relembrava a face gelada da primeira vez, e só dizia para mim que não queria ver o rosto do jeito que estava agora.
E foi isto. Não pesou no peito, não, foi um sonho como outros. Só que incrivelmente absurdo. Sei como é um reflexo tortuoso do meu inferior, sei que o absurdo de alguma forma faz sentido. Sei que tudo isto tem um significado. Mas como não tenho Freud para me elucidar, parece que a minha próxima paragem é o Dicionário de Sonhos que está na sala.
Autocarro: pressupõe uma mudança na nossa vida em que também estão implicadas directa ou indirectamente outras pessoas.
Enterro: é sinal de que vamos sair de uma situação na qual estávamos contrariados e que nos libertaremos da nossa tristeza e dos nossos infortúnios. Avizinham-se períodos de felicidade e de estabilidade.
De manhã não. É tudo muito nítido. Absurdamente nítido.
Começou na minha antiga escola. Não faço ideia o que lá fazia. Era de tarde e eu tinha de me apressar para apanhar o autocarro para o liceu porque ainda tinha uma aula. Piscinas. Às seis da tarde! Bem, não apanhei coisa nenhuma. Cruzei-me com antigos professores e a de Educação Física, que por algum motivo parecia a deste ano, convidou-me a entrar não sei onde, ver não sei o quê. A última coisa que recordo foi de ser deixada na casa de banho. Mas se acham estranho, ainda agora começou.
Na cena seguinte, por assim dizer, eu estava no meio do mar. Uma extensa porção de azul que não podia ver onde acabava. Mas, ridiculamente, eu tinha pé. E mais absurdo ainda, passaram por mim alguns dos autocarros que todos os dias apanho. Com o nome exacto do destino quando venho do liceu para casa. Creio ainda que tive de fugir para não ser atropelada. E lembro ainda que a certa altura, antes ou depois não sei, me vieram à cabeça cenas do Titanic, da parte em que o navio começa a afundar e se estabelece quem tem o direito de ocupar os botes. Mas então também essas imagens se foram.
No final, eu estava em Espanha, num sítio que nunca vi e que bem poderia ser um jardim. Fiquei com a impressão de que o chão era verde. Sabia que viera de autocarro com a família. E eram três autocarros. O último vinha vazio, à excepção do caixão que parecia enorme ocupando o seu centro. Estava aberto. De algum lado onde estava, dentro de um veículo, levantei-me para espreitar mas tudo o que vi foi o lençol branco. Perguntei porque não o haviam trazido num carro funerário. Acho que a resposta envolvia os custos. Enfim saí e a minha mãe lá me fez cumprimentar primos e tios, poucos deles me eram familiares, alguns pareciam recuar. Devia estar mesmo com má cara. Sei que não vi a minha avó e isso teria feito sentido. Iríamos enterrá-lo de novo, em Espanha. E de novo o ridículo é que se supunha, eu pelo menos, que ele não iria ficar lá. Afinal, pensava, a minha avó nunca iria permitir que estivesse longe. No final de tudo, antes de acordar, eu recordo que estava próxima ao caixão. Relembrava a face gelada da primeira vez, e só dizia para mim que não queria ver o rosto do jeito que estava agora.
E foi isto. Não pesou no peito, não, foi um sonho como outros. Só que incrivelmente absurdo. Sei como é um reflexo tortuoso do meu inferior, sei que o absurdo de alguma forma faz sentido. Sei que tudo isto tem um significado. Mas como não tenho Freud para me elucidar, parece que a minha próxima paragem é o Dicionário de Sonhos que está na sala.
Autocarro: pressupõe uma mudança na nossa vida em que também estão implicadas directa ou indirectamente outras pessoas.
Enterro: é sinal de que vamos sair de uma situação na qual estávamos contrariados e que nos libertaremos da nossa tristeza e dos nossos infortúnios. Avizinham-se períodos de felicidade e de estabilidade.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
(In)consciência
(...)
E eu, incerta de saber algo mais para além da efemeridade desde presente, da própria vida, dou por mim pensado que a linha fina em que me equilíbrio tem de um lado e realidade e do outro o imaginário, mas da mesma forma o passado e o futuro. O lugar onde pusemos o pé não é mais presente, é passado, e o sítio onde o poremos a seguir pertence ainda a esse futuro, e por muito próximo é todavia assim incerto, porque a qualquer momento podemos cair.
Cada pensamento presente, eternizado em palavras, é só e somente o passado já escrito de uma alma que conservará a história, mas que amanhã olhará para ela de forma diferente. Porque eu não sou algo certo, mas uma mente e um coração voando ao sabor da corrente da vida e por ela moldada num ser de natureza efémera.
E por falar em Português, sim porque as aulas de Pt. têm aquela componente reflexiva, foi-nos pedido que escrevêssemos uma pergunta para Fernando Pessoa. Foi ela:
E então tirámos um verso solto de um poema de Pessoa e era ele:
E eu, incerta de saber algo mais para além da efemeridade desde presente, da própria vida, dou por mim pensado que a linha fina em que me equilíbrio tem de um lado e realidade e do outro o imaginário, mas da mesma forma o passado e o futuro. O lugar onde pusemos o pé não é mais presente, é passado, e o sítio onde o poremos a seguir pertence ainda a esse futuro, e por muito próximo é todavia assim incerto, porque a qualquer momento podemos cair.
Cada pensamento presente, eternizado em palavras, é só e somente o passado já escrito de uma alma que conservará a história, mas que amanhã olhará para ela de forma diferente. Porque eu não sou algo certo, mas uma mente e um coração voando ao sabor da corrente da vida e por ela moldada num ser de natureza efémera.
Quem sou eu?
Ou ilusão de um espírito que quer passar para o papel a certeza efémera de um ser que ontem foi diferente e amanhã mudará
(Texto realizado para a disciplina de Português)
Ou ilusão de um espírito que quer passar para o papel a certeza efémera de um ser que ontem foi diferente e amanhã mudará
(Texto realizado para a disciplina de Português)
E por falar em Português, sim porque as aulas de Pt. têm aquela componente reflexiva, foi-nos pedido que escrevêssemos uma pergunta para Fernando Pessoa. Foi ela:
A que lugar pertence quem não vive no mundo a que pertence?
E então tirámos um verso solto de um poema de Pessoa e era ele:
"Ter a tua alegre inconsciência."
Não somos, estamos
Caminhamos de regresso a casa.
Somos pedras de calçada.
Olhamo-nos ao espelho.
Somos um reflexo.
Andamos de bicicleta.
Somos duas rodas em movimento.
Vamos às compras.
Somos sacos e roupas e futilidades.
Conversamos.
Somos vozes compreensíveis.
Sorrimos.
Somos pó de estrela.
Andamos de autocarro.
Somos corpos levados por alguém.
Choramos.
Somos água.
Respiramos.
Somos moléculas de ar.
Escrevemos um poema.
Somos apenas palavras.
Não somos o que somos.
Somos o momento
Em que estamos.
Somos pedras de calçada.
Olhamo-nos ao espelho.
Somos um reflexo.
Andamos de bicicleta.
Somos duas rodas em movimento.
Vamos às compras.
Somos sacos e roupas e futilidades.
Conversamos.
Somos vozes compreensíveis.
Sorrimos.
Somos pó de estrela.
Andamos de autocarro.
Somos corpos levados por alguém.
Choramos.
Somos água.
Respiramos.
Somos moléculas de ar.
Escrevemos um poema.
Somos apenas palavras.
Não somos o que somos.
Somos o momento
Em que estamos.
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Na linha que separa duas realidades
Cheira a queimado.
Não, não é culpa das vanguardas nem dos -ísmos. Não é a minha cabeça.
É mesmo a tomada. A que menos uso! Sim, e estive eu pensando por uma semana que era o computador.
O que é que isto interessa mesmo? Não faço ideia. Foi a primeira coisa que me surgiu. Talvez devesse pensar em algo mais inteligente.
…
Verdade seja dita, depois de – quantas horas? – uma tarde a estudar correntes artísticas, o nosso cérebro já não vê nada à frente se não uma miríade de palavreado pitoresco, misturando com alguns nomes de pintores estranhos e a terrível sensação de que ainda faltam muitas páginas de matéria. E eu que queria escrever (literatura) antes do jantar…
Certo, talvez a minha cabeça também esteja queimando.
Vamos tentar por a História de parte só um bocadinho, guardá-la numa gaveta até ao dia do teste.
Não sei quero falar de hoje. Hoje teve coisas boas, coisas aborrecidas, coisas tristes. Talvez pela ordem inversa, o que é bom. Não, estas viagens de autocarro não têm prestado. É certo que as passo a ler e isso é o que eu quero, mas a questão é o antes e o depois. Não gosto que não me olhem e retribuam o bom dia; mesmo que estejam a falar. Não gosto que caminhem três metros à minha frente; mesmo que tenha fones nos ouvidos e não esteja interessada nas suas conversas. Lamento, mas foram muitos anos para uma mudança tão radical. E não sou eu que ajo de maneira diferente todas as manhãs.
Mas então houve o regresso, o reverso da moeda. Acho que a aula de piscinas deu um empurrãozinho, porque saí com ela. Suponho que tenha falado mais nesses minutos que em toda a semana. Foi… normal. E depois eu deixei de lado a leitura para jogar com elas às cartas. Sim, foi melhor que normal.
Pergunto-me como será amanhã. O banco de quatro não voltou a estar desocupado. Pela primeira vez, gostaria que estivesse. Não para conversar, não para ouvir, mas para estar perto, um momento por dia. Não quero afastar-me, não de forma irreversível. Simplesmente porque não faz sentido. Tem de haver um meio-termo entre sempre e nunca, certo?
Espero desesperadamente encontrá-lo.
(Sim, pelos vistos queria falar de hoje.)
Ainda cheira a queimado.
Não, não é culpa das vanguardas nem dos -ísmos. Não é a minha cabeça.
É mesmo a tomada. A que menos uso! Sim, e estive eu pensando por uma semana que era o computador.
O que é que isto interessa mesmo? Não faço ideia. Foi a primeira coisa que me surgiu. Talvez devesse pensar em algo mais inteligente.
…
Verdade seja dita, depois de – quantas horas? – uma tarde a estudar correntes artísticas, o nosso cérebro já não vê nada à frente se não uma miríade de palavreado pitoresco, misturando com alguns nomes de pintores estranhos e a terrível sensação de que ainda faltam muitas páginas de matéria. E eu que queria escrever (literatura) antes do jantar…
Certo, talvez a minha cabeça também esteja queimando.
Vamos tentar por a História de parte só um bocadinho, guardá-la numa gaveta até ao dia do teste.
Não sei quero falar de hoje. Hoje teve coisas boas, coisas aborrecidas, coisas tristes. Talvez pela ordem inversa, o que é bom. Não, estas viagens de autocarro não têm prestado. É certo que as passo a ler e isso é o que eu quero, mas a questão é o antes e o depois. Não gosto que não me olhem e retribuam o bom dia; mesmo que estejam a falar. Não gosto que caminhem três metros à minha frente; mesmo que tenha fones nos ouvidos e não esteja interessada nas suas conversas. Lamento, mas foram muitos anos para uma mudança tão radical. E não sou eu que ajo de maneira diferente todas as manhãs.
Mas então houve o regresso, o reverso da moeda. Acho que a aula de piscinas deu um empurrãozinho, porque saí com ela. Suponho que tenha falado mais nesses minutos que em toda a semana. Foi… normal. E depois eu deixei de lado a leitura para jogar com elas às cartas. Sim, foi melhor que normal.
Pergunto-me como será amanhã. O banco de quatro não voltou a estar desocupado. Pela primeira vez, gostaria que estivesse. Não para conversar, não para ouvir, mas para estar perto, um momento por dia. Não quero afastar-me, não de forma irreversível. Simplesmente porque não faz sentido. Tem de haver um meio-termo entre sempre e nunca, certo?
Espero desesperadamente encontrá-lo.
(Sim, pelos vistos queria falar de hoje.)
Ainda cheira a queimado.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
terça-feira, 13 de outubro de 2009
E depois de amanhã
Quero ser escritora. Sim, quero-o.
Somente um querer, um desejo de futuro ideal.
Não, sou-o. Sou mesmo? Há quem diga quem sim. Mas o que quero mesmo é poder afirmá-lo quando daqui a uns anos alguém perguntar “Qual é a tua profissão?”
Agora a pergunta é “O que queres ser?”, ou então, “Que curso queres tirar?” Bem, a resposta não é mesma. Há muito tempo que percebi que queria escrever literatura a sério. Suponho que é daquelas coisas que estão destinadas desde logo. Como quando o pai olha para o filho pequeno brincando com uma bola e diz “quando for grande, ele vai ser jogador de futebol”.
Nunca ninguém me disse em criança que iria ser escritora. Talvez porque tenha deixado a minha imaginação vagar por caminhos mais secretos. No meio do nada onde vivo, não tinha vizinhos, ainda não tinha irmãos. Cresci brincado sozinha. E sozinha jogava ao faz de conta. Tinha montes de amigos. Era dezenas de personagens. Tinha até uma lista de nomes!
Sim, eu tinha essa alma imaginativa que do nada cria lugares e situações, todo um enredo, toda uma história. Alma de criadora. E depois, algures pelo meu percurso escolar, descobri que adorava escrever. Acho que primeiro descobri que queria escrever. Recordo-me no meu velhinho computador, tentando dar corpo às ideias que se construíam na minha cabeça. Era cedo demais. Eu queria escrever antes mesmo de saber escrever, pelo menos com correcção e eloquência. Tive que esperar. E ainda assim comecei cedo demais, suponho. Mas isso foi bom. Aprende-se com os erros, certo? Então não importava que tenhamos de reformular e reescrever a mesma história duas ou três vezes até que atinja o mínimo de qualidade.
Esse foi o caminho que eu escolhi.
Penso que antes era como um sonho de criança. Algo que queria tornar real. Escrever uma história, que orgulho! A verdade é que não cabia em mim de contente quando realmente acabei. Agora olho para ele e é somente um rascunho mal escrito.
Quero mais. Fiz mais, então quero alcançar ainda mais. Deixou de ser um desafio, para passar a ser um projecto de vida. Deixou de ser um passatempo para ser uma paixão. E quero que deixe de ser um hobby para ser um trabalho. A tempo inteiro.
Eu quero realmente essa vida de três, quatro meses em frente ao computador, dias inteiros, e logo após outro mês de revisão, discussão, e afins. Não quero sessões de autógrafos ou cartas de fãs. Quero somente ver um livro meu numa livraria, vê-lo nas mãos de alguém, apaixonando outros para além de mim.
Sim, eu quero ser escritora.
Mas qual é o curso que se tira para isso?
Somente um querer, um desejo de futuro ideal.
Não, sou-o. Sou mesmo? Há quem diga quem sim. Mas o que quero mesmo é poder afirmá-lo quando daqui a uns anos alguém perguntar “Qual é a tua profissão?”
Agora a pergunta é “O que queres ser?”, ou então, “Que curso queres tirar?” Bem, a resposta não é mesma. Há muito tempo que percebi que queria escrever literatura a sério. Suponho que é daquelas coisas que estão destinadas desde logo. Como quando o pai olha para o filho pequeno brincando com uma bola e diz “quando for grande, ele vai ser jogador de futebol”.
Nunca ninguém me disse em criança que iria ser escritora. Talvez porque tenha deixado a minha imaginação vagar por caminhos mais secretos. No meio do nada onde vivo, não tinha vizinhos, ainda não tinha irmãos. Cresci brincado sozinha. E sozinha jogava ao faz de conta. Tinha montes de amigos. Era dezenas de personagens. Tinha até uma lista de nomes!
Sim, eu tinha essa alma imaginativa que do nada cria lugares e situações, todo um enredo, toda uma história. Alma de criadora. E depois, algures pelo meu percurso escolar, descobri que adorava escrever. Acho que primeiro descobri que queria escrever. Recordo-me no meu velhinho computador, tentando dar corpo às ideias que se construíam na minha cabeça. Era cedo demais. Eu queria escrever antes mesmo de saber escrever, pelo menos com correcção e eloquência. Tive que esperar. E ainda assim comecei cedo demais, suponho. Mas isso foi bom. Aprende-se com os erros, certo? Então não importava que tenhamos de reformular e reescrever a mesma história duas ou três vezes até que atinja o mínimo de qualidade.
Esse foi o caminho que eu escolhi.
Penso que antes era como um sonho de criança. Algo que queria tornar real. Escrever uma história, que orgulho! A verdade é que não cabia em mim de contente quando realmente acabei. Agora olho para ele e é somente um rascunho mal escrito.
Quero mais. Fiz mais, então quero alcançar ainda mais. Deixou de ser um desafio, para passar a ser um projecto de vida. Deixou de ser um passatempo para ser uma paixão. E quero que deixe de ser um hobby para ser um trabalho. A tempo inteiro.
Eu quero realmente essa vida de três, quatro meses em frente ao computador, dias inteiros, e logo após outro mês de revisão, discussão, e afins. Não quero sessões de autógrafos ou cartas de fãs. Quero somente ver um livro meu numa livraria, vê-lo nas mãos de alguém, apaixonando outros para além de mim.
Sim, eu quero ser escritora.
Mas qual é o curso que se tira para isso?
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Tranquilidade & o Mundo girando à minha volta
Estou cansada. Realmente cansada. Mas não é daqueles cansaços físicos que exauriam o corpo até não podermos pensar, até cada som latejar na cabeça e manter os olhos abertos é tortura.
Mas continuo a desejar uma cama. Só é cedo demais ainda.
Estou tranquila. Cansada mas tranquila. Dói-me um bocadinho a cabeça – tem vindo a ser costume nos últimos dias – mas, à parte disso, estou em paz comigo mesma. Livre de preocupações, livre da escola, livre de Direito! (Sim, correu bem.)
Mas não tão livre para escrever. Muita gente a falar comigo ao mesmo tempo e tal… É bom, claro que o é, mas simplesmente acabei de perder o rumo do que estava a dizer.
Vamos começar de novo.
Comentaram que ando muito bem disposta. Verdade. Porquê? Não sei nem quero saber. Estou bem assim. No entanto, parece que há quem não ache muita piada. Percebi hoje que as pessoas são naturalmente ciumentas. Melhor, possessivas. Não aceitam muito bem que tenhamos uma multiplicidade de grupos de convívio, amigos para ser directa. Pelo menos, não quando há muitos anos, demasiados anos, esse grupo se resumia a um: aquele. E aquele não gosta de ser substituído. Nem sequer por algumas horas. Quase como: ou estás cá a tempo inteiro ou não estás. Porque estar lá e não estar não vale nada.
Bem, eu não alinho nesse jogo. Chega de me sentir mais outra ovelha no rebanho.
Já bem basta a rotina monótona do autocarro, que sempre que o conjunto de quatro bancos está desocupado, eu entro numa sessão de “o que fez o meu namorado nas últimas 24 horas”. Por amor de Deus!
Acho que vou escrever para outras realidades, aproveitar que a inspiração ainda fluí. E que todos subitamente de calaram!
Mas continuo a desejar uma cama. Só é cedo demais ainda.
Estou tranquila. Cansada mas tranquila. Dói-me um bocadinho a cabeça – tem vindo a ser costume nos últimos dias – mas, à parte disso, estou em paz comigo mesma. Livre de preocupações, livre da escola, livre de Direito! (Sim, correu bem.)
Mas não tão livre para escrever. Muita gente a falar comigo ao mesmo tempo e tal… É bom, claro que o é, mas simplesmente acabei de perder o rumo do que estava a dizer.
Vamos começar de novo.
Comentaram que ando muito bem disposta. Verdade. Porquê? Não sei nem quero saber. Estou bem assim. No entanto, parece que há quem não ache muita piada. Percebi hoje que as pessoas são naturalmente ciumentas. Melhor, possessivas. Não aceitam muito bem que tenhamos uma multiplicidade de grupos de convívio, amigos para ser directa. Pelo menos, não quando há muitos anos, demasiados anos, esse grupo se resumia a um: aquele. E aquele não gosta de ser substituído. Nem sequer por algumas horas. Quase como: ou estás cá a tempo inteiro ou não estás. Porque estar lá e não estar não vale nada.
Bem, eu não alinho nesse jogo. Chega de me sentir mais outra ovelha no rebanho.
Já bem basta a rotina monótona do autocarro, que sempre que o conjunto de quatro bancos está desocupado, eu entro numa sessão de “o que fez o meu namorado nas últimas 24 horas”. Por amor de Deus!
Acho que vou escrever para outras realidades, aproveitar que a inspiração ainda fluí. E que todos subitamente de calaram!
domingo, 11 de outubro de 2009
Domingo
Acabaram-se as viagens.
Tios cá... Ela lá.
De novo a nova rotina.
Ela cá.
Pensar que não mais será diferente.
Pensar que um dia foi diferente...
Quando os almoços de domingo ainda eram em casa dos avós.
Tios cá... Ela lá.
De novo a nova rotina.
Ela cá.
Pensar que não mais será diferente.
Pensar que um dia foi diferente...
Quando os almoços de domingo ainda eram em casa dos avós.
sábado, 10 de outubro de 2009
Perfeição
Hoje foi perfeito. O tempo em que estudei Direito incluído. Hoje foi um dia completo. Um sábado como provavelmente há muito tempo não tinha. Na sua singularidade, na sua simplicidade e vulgaridade, ele foi perfeito.
Não sei o que accionou o botão. Desde ontem que sinto esta energia positiva a irradiar por cada poro. Um sorriso no rosto por tudo e nada. Ataques de riso, loucura diz a minha irmã. Não importa realmente. Podemos questionar-nos do porquê das lágrimas, assim poderemos detê-las. Mas ninguém quer apagar um sorriso, então não há necessidade de saber a sua origem. Antes agradecermos por lá estar. E desejarmos que continue lá.
Por algumas de vós que irão ler isto, hoje foi perfeito. Essa perfeição que também vos devo e também agradeço. Afinal, um sorrisos sozinho não prospera. Como uma flor que desabrocha e continua a precisar de água.
Olhando para trás, sinto que fiz muita coisa hoje. Como se de alguma forma o dia tivesse tido mais horas. Suponho que me terem "obrigado" a levantar cedo ajudou (obrigada!). Não farei relatos, o que realmente fiz pouco importa. Interessa como o fiz.
Fi-lo sorrindo.
Hoje um sol brilhava dentro de mim. Vindo de parte nenhuma, como um cometa que aterrou na minha alma.
Foi como se aquela aula de português, Fernando Pessoa, os problemas existências, o salto para os ultrapassar que a professora dissera ser fácil... Tudo isso foi como se tivesse feito eco cá dentro e, inconscientemente, o salto tivesse sido dado.
Eu começara essa aula pensando nele, um comentário que alguém fez sobre o dia posterior, a aula que eu faltei... Mas dei por mim percebendo que não mais sentia necessidade de chorar. A dor chegara ao fim. Agora, apenas resta a saudade.
E também isso faz parte da perfeição da vida. Nada é eterno, para o bem e para o mal.
P.S. Hoje fui às compras. Ao pescoço trago agora um colar com três anéis. Eles dizem: Dream, Inspire e Believe.
Não sei o que accionou o botão. Desde ontem que sinto esta energia positiva a irradiar por cada poro. Um sorriso no rosto por tudo e nada. Ataques de riso, loucura diz a minha irmã. Não importa realmente. Podemos questionar-nos do porquê das lágrimas, assim poderemos detê-las. Mas ninguém quer apagar um sorriso, então não há necessidade de saber a sua origem. Antes agradecermos por lá estar. E desejarmos que continue lá.
Por algumas de vós que irão ler isto, hoje foi perfeito. Essa perfeição que também vos devo e também agradeço. Afinal, um sorrisos sozinho não prospera. Como uma flor que desabrocha e continua a precisar de água.
Olhando para trás, sinto que fiz muita coisa hoje. Como se de alguma forma o dia tivesse tido mais horas. Suponho que me terem "obrigado" a levantar cedo ajudou (obrigada!). Não farei relatos, o que realmente fiz pouco importa. Interessa como o fiz.
Fi-lo sorrindo.
Hoje um sol brilhava dentro de mim. Vindo de parte nenhuma, como um cometa que aterrou na minha alma.
Foi como se aquela aula de português, Fernando Pessoa, os problemas existências, o salto para os ultrapassar que a professora dissera ser fácil... Tudo isso foi como se tivesse feito eco cá dentro e, inconscientemente, o salto tivesse sido dado.
Eu começara essa aula pensando nele, um comentário que alguém fez sobre o dia posterior, a aula que eu faltei... Mas dei por mim percebendo que não mais sentia necessidade de chorar. A dor chegara ao fim. Agora, apenas resta a saudade.
E também isso faz parte da perfeição da vida. Nada é eterno, para o bem e para o mal.
P.S. Hoje fui às compras. Ao pescoço trago agora um colar com três anéis. Eles dizem: Dream, Inspire e Believe.
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Inexplicável
Criança
Hoje ia no carro a caminho da paragem, a ouvir uma música das que passam nas discotecas, e lembrei-me que sinto saudades dos dias em que dançava no quarto.
Fiz um acto bondoso hoje. O quê não importa. Já não somos essas crianças.
Mas há sonhos que persistem.
Ontem fui arrumar uma moderna caixa de recordações. Incrível o que se acumula nos ficheiros recebidos de um computador com o passar dos anos. Muitas memórias. Nenhuma exclusivamente minha. Tudo sonhos partilhados.
Encontrei uma história. Uma página e meia do que seria uma história, escrita há três, quatro anos, por mim e uma grande amiga. Era uma projecção fantasiosa da nossa vida, aquilo que queríamos que ela fosse. Um sonho que foi deixado com reticências, nem posso recordar porquê, para sempre à espera de ser continuado, empurrado para o esquecimento por projectos individuais.
Éramos crianças. Ou melhor, pensávamos ainda como crianças. Quem sabe se não pensamos ainda. Às vezes. Muitas vezes. A cada momento em que ponho de lado o eu para viver cada linha que surge velozmente no ecrã do computador.
Nessa horas eu sonho acordada, tenho esperança, acredito nessa fantasiosa promessa de algo mais que o mundo real não pode dar. Inocente, tão inocente!
Criança. Eternamente criança.
Nessas horas, eu sei dizer o que é o amor. Acredito nele. Sei o que significa lealdade, conforto, amizade. Sei encontrar a perfeição em vidas imperfeitas. Posso dizer todas as palavras que nunca direi. Posso saber com toda a certeza o que me espera amanhã.
Não, hoje a montanha-russa não voltou a descer. Felizmente.
Por agora, apenas chegar a casa. Esta mulher com alma de criança, que escreve negro sobre o branco.
Fiz um acto bondoso hoje. O quê não importa. Já não somos essas crianças.
Mas há sonhos que persistem.
Ontem fui arrumar uma moderna caixa de recordações. Incrível o que se acumula nos ficheiros recebidos de um computador com o passar dos anos. Muitas memórias. Nenhuma exclusivamente minha. Tudo sonhos partilhados.
Encontrei uma história. Uma página e meia do que seria uma história, escrita há três, quatro anos, por mim e uma grande amiga. Era uma projecção fantasiosa da nossa vida, aquilo que queríamos que ela fosse. Um sonho que foi deixado com reticências, nem posso recordar porquê, para sempre à espera de ser continuado, empurrado para o esquecimento por projectos individuais.
Éramos crianças. Ou melhor, pensávamos ainda como crianças. Quem sabe se não pensamos ainda. Às vezes. Muitas vezes. A cada momento em que ponho de lado o eu para viver cada linha que surge velozmente no ecrã do computador.
Nessa horas eu sonho acordada, tenho esperança, acredito nessa fantasiosa promessa de algo mais que o mundo real não pode dar. Inocente, tão inocente!
Criança. Eternamente criança.
Nessas horas, eu sei dizer o que é o amor. Acredito nele. Sei o que significa lealdade, conforto, amizade. Sei encontrar a perfeição em vidas imperfeitas. Posso dizer todas as palavras que nunca direi. Posso saber com toda a certeza o que me espera amanhã.
Não, hoje a montanha-russa não voltou a descer. Felizmente.
Por agora, apenas chegar a casa. Esta mulher com alma de criança, que escreve negro sobre o branco.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Montanha-Russa
O quarto está silencioso. Não, hoje ainda não há música; ainda. Parece que estou sozinha em casa…
Dói-me a cabeça. Desde manhã. As costas também; certamente de passar tantas horas aqui sentada, e mal. Estranhamente, o computador funciona tão bem como um analgésico. Sim, eu não sou normal.
Mas hoje posso dizer que estou bem assim.
Sinto-me como se andasse numa montanha-russa, um dia em cima, outro em baixo. Hoje voltei a subir. Rezo para que amanhã não desça.
Sim, a manhã de aulas hoje não custou tanto. As cinco horas não pareceram dez, talvez somente quatro. Não olhei ao relógio a cada minuto ansiando a campainha. Não temi os intervalos. Foi uma manhã realmente diferente. Mas cheia de repetições. E não falo da rotina casa-autocarro-escola – escola-autocarro-casa. As minhas aulas foram uma verdadeira revelação no que toca a repetições. Ora vejamos, no topo da lista, as 212 vezes (fora mais algumas) que a nossa professora de História, correctíssima oradora, repetiu a palavra “portanto”, a somar com os 70 e tal “digamos” e umas poucas dezenas de “ora bem”. Depois, as duas vezes que a professora de Psicologia passou um enxerto de um documentário sobre o cérebro (penso que não falo só por mim quando digo que não apanhei nada à segunda vez que não tivesse já apanhado à primeira). Para rematar, a repetição da bela rotina de correr à volta de campo e iniciar a aula de E.F. com uns 40 abdominais. Só para a aquecer!
Repetições à parte, foi uma boa manhã. Embora tenha sido realmente um sacrifício levantar-me.
Agora, sinto-me… tranquila. Tão tranquila que poderia adormecer. Mas hoje realmente tenho de começar a estudar direito. E quando mais depressa começar, mais depressa paro.
Entretanto, ainda tenho a apresentar-vos a minha nova criação. (Publicidade, hehe) Dêem uma olhadela a “No Final da História”, na minha lista de blogs. Para perceberem a ideia, leiam o primeiro post. Porque se eu começar com explicações agora, lá se vai o estudo de Direito! ;)
Dói-me a cabeça. Desde manhã. As costas também; certamente de passar tantas horas aqui sentada, e mal. Estranhamente, o computador funciona tão bem como um analgésico. Sim, eu não sou normal.
Mas hoje posso dizer que estou bem assim.
Sinto-me como se andasse numa montanha-russa, um dia em cima, outro em baixo. Hoje voltei a subir. Rezo para que amanhã não desça.
Sim, a manhã de aulas hoje não custou tanto. As cinco horas não pareceram dez, talvez somente quatro. Não olhei ao relógio a cada minuto ansiando a campainha. Não temi os intervalos. Foi uma manhã realmente diferente. Mas cheia de repetições. E não falo da rotina casa-autocarro-escola – escola-autocarro-casa. As minhas aulas foram uma verdadeira revelação no que toca a repetições. Ora vejamos, no topo da lista, as 212 vezes (fora mais algumas) que a nossa professora de História, correctíssima oradora, repetiu a palavra “portanto”, a somar com os 70 e tal “digamos” e umas poucas dezenas de “ora bem”. Depois, as duas vezes que a professora de Psicologia passou um enxerto de um documentário sobre o cérebro (penso que não falo só por mim quando digo que não apanhei nada à segunda vez que não tivesse já apanhado à primeira). Para rematar, a repetição da bela rotina de correr à volta de campo e iniciar a aula de E.F. com uns 40 abdominais. Só para a aquecer!
Repetições à parte, foi uma boa manhã. Embora tenha sido realmente um sacrifício levantar-me.
Agora, sinto-me… tranquila. Tão tranquila que poderia adormecer. Mas hoje realmente tenho de começar a estudar direito. E quando mais depressa começar, mais depressa paro.
Entretanto, ainda tenho a apresentar-vos a minha nova criação. (Publicidade, hehe) Dêem uma olhadela a “No Final da História”, na minha lista de blogs. Para perceberem a ideia, leiam o primeiro post. Porque se eu começar com explicações agora, lá se vai o estudo de Direito! ;)
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
10h
Não agora.
Começo a odiar o toque. Tão mais que as aulas.
Hoje está nublado. Hoje sim está nublado.
Quero... Realmente quero muita coisa. Sair daqui. Sim, antes de mais sair daqui. Não lá para fora. Para casa.
Não me apetece ver pessoas. Não me apetece escutar as conversas banais. E também não me apetece falar.
Apetece-me escrever. Mas não aqui. Não isto.
Não quero fingir. E com esta aula de Português tudo o que aprendi foi que há mais de fingimento do que de verdadeiro na minha vida. Isto é verdade.
Mas não é isto que eu quero escrever.
Quero criar. Quero fingir.
Pergunto-me se é porque assim dói menos.
Começo a odiar o toque. Tão mais que as aulas.
Hoje está nublado. Hoje sim está nublado.
Quero... Realmente quero muita coisa. Sair daqui. Sim, antes de mais sair daqui. Não lá para fora. Para casa.
Não me apetece ver pessoas. Não me apetece escutar as conversas banais. E também não me apetece falar.
Apetece-me escrever. Mas não aqui. Não isto.
Não quero fingir. E com esta aula de Português tudo o que aprendi foi que há mais de fingimento do que de verdadeiro na minha vida. Isto é verdade.
Mas não é isto que eu quero escrever.
Quero criar. Quero fingir.
Pergunto-me se é porque assim dói menos.
Outubro 2008
Fingimento?
Fingimento?
Sedenta
Estou sedenta de escrever. E não me sacia o iPod. Quero o meu teclado.
Quero o meu computador. Agora!
São oito da manhã. Ainda tenho cinco horas de aulas pela frente. E a única coisa em que penso é em chegar a casa, ligar o PC e escrever. Todos aqueles dias em que me senti bloqueada estão a cair-me em cima na forma de uma insaciável vontade de escrever. Como se todas as palavras que deixei estivessem retornando em força, exigindo serem mais que pensamento. Querem ter história. Ser história. E eu estou desejosa para lhes dar isso.
Sinto como se o tempo não fosse suficiente para colmatar esta vontade.
Ontem não foi. Hoje certamente também não o será. Preciso de dias. Tenho tardes. Noites mutiladas porque não posso dormir menos do que durmo. E esse tempo não é todo para a escrita. Escola! E trabalhos de casa e testes para os quais estudar... Hoje não importam. Hoje não vai importar. Já decidi que não vou estudar Direito. A minha inspiração não tem leis. E vem agora mesmo, forte, imperativa. Não posso pensar nas palavras. Depois terei obrigatoriamente de as escrever. E então não vai parar...
Quero o meu computador. Agora!
São oito da manhã. Ainda tenho cinco horas de aulas pela frente. E a única coisa em que penso é em chegar a casa, ligar o PC e escrever. Todos aqueles dias em que me senti bloqueada estão a cair-me em cima na forma de uma insaciável vontade de escrever. Como se todas as palavras que deixei estivessem retornando em força, exigindo serem mais que pensamento. Querem ter história. Ser história. E eu estou desejosa para lhes dar isso.
Sinto como se o tempo não fosse suficiente para colmatar esta vontade.
Ontem não foi. Hoje certamente também não o será. Preciso de dias. Tenho tardes. Noites mutiladas porque não posso dormir menos do que durmo. E esse tempo não é todo para a escrita. Escola! E trabalhos de casa e testes para os quais estudar... Hoje não importam. Hoje não vai importar. Já decidi que não vou estudar Direito. A minha inspiração não tem leis. E vem agora mesmo, forte, imperativa. Não posso pensar nas palavras. Depois terei obrigatoriamente de as escrever. E então não vai parar...
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Não mais Colegas, Amigos
Quero escrever, como quero escrever! E quero escrever coisas boas, coisas bonitas. O céu que é cinzento mas será sempre azul. Nem que as nuvens sejam da cor da escuridão. Não faz Sol. Mas algo brilha. Algo brilha em mim. Poderá ser um sorriso?
Não sei o que aconteceu. Não sei como aconteceu. Ela chegou e agora somos uma turma. Uma verdadeira turma. Obrigado.
Ou talvez nem tenha sido ela. Talvez só tenhamos levado três anos a perceber o óbvio. A perceber que somos um. Um quadro completo. Não um puzzle que se monta e desmonta cada vez que soa a campainha. Unidos, trabalhando para o mesmo. Há que começar a ressaltar os benefícios da Área de Projecto, para além do tradicional: três horas para brincar com computadores e passear pela escola.
Mas hoje nem teve nada a ver com isso, ainda que a aula tenha sido muito útil.
O que importa é que hoje cedemos o nosso tempo. O nosso tempo fora das aulas, fora da escola. E cedemo-lo para estarmos juntos. Para almoçarmos juntos como nunca antes. Para sermos uma turma fora da escola, para sermos companheiros fora das aulas. Para sermos acima de tudo amigos.
E foi muito bom.
Hoje, não é só ela que está de parabéns. Todos nós estamos, porque ao fim de três anos aprendemos a fazer algo juntos. Tenho pena que haja alguém que deliberadamente, parece-me, se mantém fora disso. Fora da união. Mas este ano adoptei este princípio para mim própria.
Este ano escolhi ser livre. Este ano escolhi abrir as algemas. Afinal, a chave sempre esteve na minha mão.
Queria que este ano fosse diferença. Assim o está a ser. Por um lado tem o seu senão, mas o lado bom é tão superior! Obrigado. A quem quer que seja. A ti, a todos.
Sei que levarei algo especial quando terminar o liceu.
Não deixarei colegas. Não, deixarei amigos. E talvez nem deixe, porque deixar é muito forte. Levá-los-ei comigo, para onde for. No coração.
Hoje aprendi a dizer algo em turco.
Seni Seviyorum
Não sei o que aconteceu. Não sei como aconteceu. Ela chegou e agora somos uma turma. Uma verdadeira turma. Obrigado.
Ou talvez nem tenha sido ela. Talvez só tenhamos levado três anos a perceber o óbvio. A perceber que somos um. Um quadro completo. Não um puzzle que se monta e desmonta cada vez que soa a campainha. Unidos, trabalhando para o mesmo. Há que começar a ressaltar os benefícios da Área de Projecto, para além do tradicional: três horas para brincar com computadores e passear pela escola.
Mas hoje nem teve nada a ver com isso, ainda que a aula tenha sido muito útil.
O que importa é que hoje cedemos o nosso tempo. O nosso tempo fora das aulas, fora da escola. E cedemo-lo para estarmos juntos. Para almoçarmos juntos como nunca antes. Para sermos uma turma fora da escola, para sermos companheiros fora das aulas. Para sermos acima de tudo amigos.
E foi muito bom.
Hoje, não é só ela que está de parabéns. Todos nós estamos, porque ao fim de três anos aprendemos a fazer algo juntos. Tenho pena que haja alguém que deliberadamente, parece-me, se mantém fora disso. Fora da união. Mas este ano adoptei este princípio para mim própria.
Este ano escolhi ser livre. Este ano escolhi abrir as algemas. Afinal, a chave sempre esteve na minha mão.
Queria que este ano fosse diferença. Assim o está a ser. Por um lado tem o seu senão, mas o lado bom é tão superior! Obrigado. A quem quer que seja. A ti, a todos.
Sei que levarei algo especial quando terminar o liceu.
Não deixarei colegas. Não, deixarei amigos. E talvez nem deixe, porque deixar é muito forte. Levá-los-ei comigo, para onde for. No coração.
Hoje aprendi a dizer algo em turco.
Seni Seviyorum
Hoje II
Hoje quero estar aqui.
Agora que o dia finda, o céu em breve escurecerá, alegro-me de ter estado aqui.
Alegro-me de ter estado lá.
Hoje senti-me eu mesma.
Hoje disse o que quis, quando quis.
Hoje falei, mais do que o costume, e com as pessoas certas.
Hoje sorri. Sim, hoje realmente sorri.
Fui certa e rebelde, fui calada e faladora, fui eu mesma.
Hoje senti que pertencia aqui.
E estou feliz por isso.
Hoje, o céu não esteve nublado para mim.
Agora que o dia finda, o céu em breve escurecerá, alegro-me de ter estado aqui.
Alegro-me de ter estado lá.
Hoje senti-me eu mesma.
Hoje disse o que quis, quando quis.
Hoje falei, mais do que o costume, e com as pessoas certas.
Hoje sorri. Sim, hoje realmente sorri.
Fui certa e rebelde, fui calada e faladora, fui eu mesma.
Hoje senti que pertencia aqui.
E estou feliz por isso.
Hoje, o céu não esteve nublado para mim.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Aqui
Aqui estou eu, de novo escrevendo, finalmente no próprio teclado do computador. Como disse, sobrevivi. Não foi assim tão difícil. De facto, com muita música e algo para ler é possível aguentar-se dez horas dentro de um carro. E sim, não me enganei, foram dez. Com uma de intervalo para o almoço. E para carregar o iPod (na casa de banho do restaurante XD). Era um caso de vida ou morte (ok, não estava assim tão próximo do fim, mas era certinho que não chegava até casa, e há muito pouco que se pode fazer num carro durante tanto tempo).
Enfim, estou cansada. Preciso de outro fim-de-semana, um que não implique viagens relâmpago como alguém tão bem o apelidou. Mas a escola espera-me amanhã. Iupi! De volta à bela rotina de não sei para que lado me virar, não sei com quem falar, não sei se estão chateadas ou não. Veremos amanhã. Talvez o fim-de-semana tenha aliviado o ambiente (as coisas não parecia negras naquelas mensagens de parabéns, mas quão bem pode uma pessoa fingir naturalidade?) De qualquer forma, é essencial que chegue a horas à rodoviária. Mais não seja porque não quero ficar apeada.
Vou pensar seriamente em deitar-me cedo. Por outro lado, queria acabar o livro… Acho melhor apressar-me.
Enfim, estou cansada. Preciso de outro fim-de-semana, um que não implique viagens relâmpago como alguém tão bem o apelidou. Mas a escola espera-me amanhã. Iupi! De volta à bela rotina de não sei para que lado me virar, não sei com quem falar, não sei se estão chateadas ou não. Veremos amanhã. Talvez o fim-de-semana tenha aliviado o ambiente (as coisas não parecia negras naquelas mensagens de parabéns, mas quão bem pode uma pessoa fingir naturalidade?) De qualquer forma, é essencial que chegue a horas à rodoviária. Mais não seja porque não quero ficar apeada.
Vou pensar seriamente em deitar-me cedo. Por outro lado, queria acabar o livro… Acho melhor apressar-me.
Partida
Quero dormir, Deus, como quero dormir! São sete horas. Lá. Mas isso não importa realmente. A questão essencial é que só dormi cinco horas. Nunca pensei dizer isto, mas quero saltar directamente para a parte em que entro no carro. Quero música. Quero dormir. Quero estar em casa. Oh, esteve calor. Mas agora tenho frio. Agora estou gelada. As estúpidas das mantas rolaram para o chão durante a noite. Um plim lá em baixo. Microondas. Alguém chamando o meu nome. Pequeno-almoço.
(...)
Estou com dores. Maldita mensal bênção feminina! E fora isso também não me sinto lá muito bem. O estômago parece reagir defensivamente em relação à comida, como uma tensão que sempre precede o conflito. Graças a Deus não enjoo com tal facilidade. E o Mercedes é um bom carro, confortável para dormir acima de tudo. Pena que agora venha substancialmente mais cheio, mas terei que suportar isso. Desconfio que vá ser um longo dia. Sem mais escrita; guardar o iPod para ler. Estão a chamar-me. Logo a noite estarei num computador. Por esse alento sobreviverei.
(...)
Estou com dores. Maldita mensal bênção feminina! E fora isso também não me sinto lá muito bem. O estômago parece reagir defensivamente em relação à comida, como uma tensão que sempre precede o conflito. Graças a Deus não enjoo com tal facilidade. E o Mercedes é um bom carro, confortável para dormir acima de tudo. Pena que agora venha substancialmente mais cheio, mas terei que suportar isso. Desconfio que vá ser um longo dia. Sem mais escrita; guardar o iPod para ler. Estão a chamar-me. Logo a noite estarei num computador. Por esse alento sobreviverei.
Diálogo de Línguas
O espanhol atrofia-me. Completamente. Estou tão habituada ao inglês que os pensamentos me vêm todos nessa língua, e apesar de perceber tudo em espanhol, as palavras enrolam-se e simplesmente não consigo falar. Cada raciocínio é construído em inglês, e mesmo quando acerto o sincronizador de idioma na minha cabeça, pensar é muitíssimo mais fácil do que efectivamente falar. E dei-me conta, com mais evidência do que antes, que também não gosto de ouvir falar. Não se trata apenas do timbre exageradamente alto, o que não deixa de ser uma valente dor de cabeça quando se juntam mais de cinco pessoas na mesma sala. (Deus abençoe as portas!) É certo que espanhóis bons de ouvir, mas hoje liguei a televisão, corri os mais de dez canais (pobre Portugal, só com quatro!), e acabei num filme daquelas que já vimos vezes e vezes. Para os que não sabem, aqui os nossos vizinhos traduzem tudo. Mesmo tudo. (Não admira que o inglês deles não preste) Enfim, voltando às vozes espanholas no filme inglês: horrível; o timbre igual em todos, super rápido e completamente artificial. Eu que sempre amei a língua de Camões, lento e nostálgico português, nunca gostei muito da vivacidade castelhana, mas nunca a aversão chegou tão longe. Ok, eu sei, sou uma vergonha para as minhas raízes espanholas, mas não tenho culpa que essa parte do meu sangue seja evidentemente mais fraca. Eu gosto de Espanha, país. Eu adoro esta casa, gosto de aqui vir. O único defeito, além da distância ao Algarve, é que todos falam espanhol. Obviamente que falam, estão a pensar vocês. Pois é, mas eu sou setenta porcento falada em português e trinta porcento falada em inglês. Lamento mas já não há cá espaço para o espanhol.
3-10-09
3-10-09
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Um Dia Igual, Outro Dia Diferente
Sonhei hoje. Algo tortuoso de que não consigo lembrar-me. Não estava cá desde o momento em que abri os olhos. De qualquer forma, acordei com a impressão que tinha algo a ver com elas. A propósito, atrasei-me outra vez; se isto continua assim ainda acabo por perder os dois autocarros. Não que me incomode ir sozinha, de facto prefiro assim. A questão é mais não quer que se pense que amuei e vou de carro. Longe disso.
Sinto que tenho um sem fim de coisas que tenho ou quero fazer esta tarde. No topo da lista, TPC de História. Sem dúvida muito motivador. Acho que vou raptar a professora e enviá-la num contentor fechado para África, e não, não estou a ser radical, quando acordei, há precisamente uma hora, pensava em matá-la (não se preocupem, estou só a brincar). De qualquer forma, sei que teria voluntários para me ajudarem. Mas por agora, acho que vou só agradecer por não ter História hoje. O que não implica que me balde esta tarde. Eu tenho mesmo de fazer isto hoje. O que nos leva ao próximo assunto: porque não amanhã. Simples, porque não estarei cá, nem amanhã, nem depois, nem depois. Motivo? A minha família vai fazer de taxista. A Espanha. À metade mais distante da Espanha. Vamos buscar a minha avó. Um dia de viagem de carro, um dia lá e mais outro de viagem. Sem dúvida o meu fim-de-semana de sonho. (Não, nem por isso) O que desde logo implica não computador. Deus abençoe os iPods! Mas a vantagem de ser uma viagem relâmpago é que serão só três dias, e com sorte estarei já na minha secretaria segunda à noite. Vai ser o feriado da minha vida. A boa notícia é que não vou estar cá para uma série de acontecimentos sociais importantes para os quais não fui convidada. Pergunto-me se partiram do princípio que não estaria cá , porque não lhes dei certeza, ou se, bem, tudo se deveu ao que aconteceu. Gostava de saber mas não estou realmente importada e até feliz por não estar cá pensando que, pela primeira vez em muitos anos, não vou aos anos... Esqueçam lá isso. Deus, isto está mesmo a parecer-se com um diário de adolescente! E não, não era essa a intenção.
Umas quantas horas depois, no autocarro para casa (sim, agora também é hábito escrever no bus, mas só porque o livro se acabou; o próximo fica para amanhã). Tenho mais um compromisso a juntar à lista de coisas-a-fazer-até-à-meia-noite. Em frente ao pc. Daqui a uma hora. Só conversa, projecto de turma, cinema, caridade, etc. Posso começar a fazer publicidade: é dia 28 de Outubro, a entrada um donativo à Unir e o filme a ser discutido esta tarde (espero que seja de Terror).
Hum, acho que estou a abusar no blá blá blá. Devia pensar em escrever algo mais instrutivo, filosófico, mas ainda não é hoje. Talvez na viagem, se puder fazer a proeza de parar de ler. (Espero que a bateria disto - iPod - dure a maratona de horas fechada no carro) Oh, e um bónus: a minha avó disse que estava frio lá. Esperemos que não demasiado. O que é em demasia estraga tudo. Acho que também vou levar a máquina fotográfica, apesar das altas probabilidades da minha avó ter levado a dela. Quero poder mostrar-vos a casa, além de que é um óptimo entretenimento (não vou passar cada segundo a ler, não é saudável). Gostava de estar lá mais tempo. Não vou lá há dois verões e não sei quando voltarei depois. Gosto da casa. Gosto do parque mesmo em frente. Gosto da sala com as cadeiras de baloiço.
Cheguei a casa. Estou oficialmente ocupada.
Bom fim-de-semana!
Sinto que tenho um sem fim de coisas que tenho ou quero fazer esta tarde. No topo da lista, TPC de História. Sem dúvida muito motivador. Acho que vou raptar a professora e enviá-la num contentor fechado para África, e não, não estou a ser radical, quando acordei, há precisamente uma hora, pensava em matá-la (não se preocupem, estou só a brincar). De qualquer forma, sei que teria voluntários para me ajudarem. Mas por agora, acho que vou só agradecer por não ter História hoje. O que não implica que me balde esta tarde. Eu tenho mesmo de fazer isto hoje. O que nos leva ao próximo assunto: porque não amanhã. Simples, porque não estarei cá, nem amanhã, nem depois, nem depois. Motivo? A minha família vai fazer de taxista. A Espanha. À metade mais distante da Espanha. Vamos buscar a minha avó. Um dia de viagem de carro, um dia lá e mais outro de viagem. Sem dúvida o meu fim-de-semana de sonho. (Não, nem por isso) O que desde logo implica não computador. Deus abençoe os iPods! Mas a vantagem de ser uma viagem relâmpago é que serão só três dias, e com sorte estarei já na minha secretaria segunda à noite. Vai ser o feriado da minha vida. A boa notícia é que não vou estar cá para uma série de acontecimentos sociais importantes para os quais não fui convidada. Pergunto-me se partiram do princípio que não estaria cá , porque não lhes dei certeza, ou se, bem, tudo se deveu ao que aconteceu. Gostava de saber mas não estou realmente importada e até feliz por não estar cá pensando que, pela primeira vez em muitos anos, não vou aos anos... Esqueçam lá isso. Deus, isto está mesmo a parecer-se com um diário de adolescente! E não, não era essa a intenção.
Umas quantas horas depois, no autocarro para casa (sim, agora também é hábito escrever no bus, mas só porque o livro se acabou; o próximo fica para amanhã). Tenho mais um compromisso a juntar à lista de coisas-a-fazer-até-à-meia-noite. Em frente ao pc. Daqui a uma hora. Só conversa, projecto de turma, cinema, caridade, etc. Posso começar a fazer publicidade: é dia 28 de Outubro, a entrada um donativo à Unir e o filme a ser discutido esta tarde (espero que seja de Terror).
Hum, acho que estou a abusar no blá blá blá. Devia pensar em escrever algo mais instrutivo, filosófico, mas ainda não é hoje. Talvez na viagem, se puder fazer a proeza de parar de ler. (Espero que a bateria disto - iPod - dure a maratona de horas fechada no carro) Oh, e um bónus: a minha avó disse que estava frio lá. Esperemos que não demasiado. O que é em demasia estraga tudo. Acho que também vou levar a máquina fotográfica, apesar das altas probabilidades da minha avó ter levado a dela. Quero poder mostrar-vos a casa, além de que é um óptimo entretenimento (não vou passar cada segundo a ler, não é saudável). Gostava de estar lá mais tempo. Não vou lá há dois verões e não sei quando voltarei depois. Gosto da casa. Gosto do parque mesmo em frente. Gosto da sala com as cadeiras de baloiço.
Cheguei a casa. Estou oficialmente ocupada.
Bom fim-de-semana!
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Noutro Autocarro
Algures entre a 8 e 10 e as 8 e 20: Passei por elas. Há instantes passei por elas. Noutro autocarro. Vi-as. Vi onde devia estar. E foi... Nem sei. Algum aperto, uma certa nostalgia. Essa estúpida certeza que apanhei o autocarro errado. Mas não. Eu apenas cheguei tarde. Há dois dias que chego tarde. E juro que não o faço propositadamente, embora elas talvez achem que sim. É ridiculamente propício.
Outra vez. Pela janela, subindo o caminho. Sem mim. Os autocarros param ao mesmo tempo. Eu apenas não quis sair aqui, por algum motivo que nem sei. Estou na mesma estrada. Mas noutro autocarro.
(Intervalo das 10h) A canção de hoje: Misery Loves Its Company, dos The Red Jumpsuit Apparatus. Ou seria melhor Misery Loves HER Company?
A corda já vinha a definhar, mas é realmente ingrato que custe tanto ter dado o puxão para a quebrar. (Apenas algo que me passou pela cabeça enquanto voltava a casa no mesmo autocarro que elas, a tantas cadeira de distância como nunca estive.)
Outra vez. Pela janela, subindo o caminho. Sem mim. Os autocarros param ao mesmo tempo. Eu apenas não quis sair aqui, por algum motivo que nem sei. Estou na mesma estrada. Mas noutro autocarro.
(Intervalo das 10h) A canção de hoje: Misery Loves Its Company, dos The Red Jumpsuit Apparatus. Ou seria melhor Misery Loves HER Company?
A corda já vinha a definhar, mas é realmente ingrato que custe tanto ter dado o puxão para a quebrar. (Apenas algo que me passou pela cabeça enquanto voltava a casa no mesmo autocarro que elas, a tantas cadeira de distância como nunca estive.)
Listen close as we wait for a sound to go
It's true, we are
We are destined to fail [x2]
And there's a problem here with our society
The absence of my tears is my sobriety
I have a growing fear and you're only helping me
Am I the only one who realizes it's true?
Beat but I'm not broken
Got me through way around
Leave with your words spoken
Show me how to listen
Let your light shine through me
Take this hate I can release
Help me make the blood see
Misery loves its company
When I dream, I see dawn turn into dusk, into dusk
It's true, we are
We are destined to fail [x2]
It's true, we are
We are destined to fail [x2]
And there's a problem here with our society
The absence of my tears is my sobriety
I have a growing fear and you're only helping me
Am I the only one who realizes it's true?
Beat but I'm not broken
Got me through way around
Leave with your words spoken
Show me how to listen
Let your light shine through me
Take this hate I can release
Help me make the blood see
Misery loves its company
When I dream, I see dawn turn into dusk, into dusk
It's true, we are
We are destined to fail [x2]
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