O espaço no meio da minha mão e da tua é um vazio de incertezas e um poço do possibilidades.
Se eu esticar um pouco mais os dedos, roçar suavemente nos teus, então a medo afastar-me, a tua mão vem atrás da minha?
Talvez aí a agarre como um gato a um rato e crave os dentes na palma terna e inocente. Ou simplesmente deposite um ávido beijo.
Contaram-te alguma vez que a violência é atributo tanto do ódio como do amor. O que há de mais violento e cruel, voraz e consumidor, que o desejo?
Mas talvez espere a tua mão, placidamente quieta no meu lugar. Virás de mansinho, ou arrebatador? Cobrir-me-ás o dorso frio da mão, ou o pulso quente?
Há pulsões de vida e pulsões de morte. Quedar-me-ei sob o teu toque, ou voltarei as garras para ti, sentir a tua pele ardente ser marcada sob brancas linhas de contestação à cobiça?
Podemos ainda não nos tocarmos. Ou fazê-lo com o olhar. Chamando-te a mim entre sinais de dedos, tamborilar ansioso, indicador atrevido. Virás ou não? Irei ou não?
Ou fecharemos simplesmente o espaço vazio, entrelaçando os dedos, unidos como os Homens deveriam ser.
2 comentários:
Está mesmo apaixonada :D
vai em frente e segue o teu coração :D
beijos...
Não estou nada. Pelo menos, não com ênfase no mesmo.
Eu tentei explicar isto à Rafa, não sei se a convenci ou não, mas estas mãos foram pensadas como as mãos de quaisquer duas pessoas, não necessariamente de um casal.
Enfim, eu sigo ;)
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