quarta-feira, 19 de maio de 2010

Preciso da reencarnação de Freud

Hoje vou falar de sonhos. Um sonho. Um nome. Esta manhã.
Foi tudo um pouco confuso de compreender, os porquês e como's e para quês. Vai haver muitos "não sei bem", aviso já. Eu também gostava de percebê-lo claramente. Contudo, e estranhamente, acordei bem. Para somente mais uma hora de sono do que o costume (uma hora, ou quase, cobrada em sonhos), não acordei como se mal pudesse abrir os olhos. Não saltei da cama cheia de energia, evidentemente, mas, lado positiva, não me sentia — sinto — cansada. Nota mental (ando a apanhar esta mania contigo): continuar a deitar-se uma hora mais cedo.
Mas de volta à história do sonho. Bem, ao que me posso lembrar. Foi uma grande, grande mistura de factores; a minha bela imaginação andou a juntar memórias tipo puzzle e saiu algo digno de filme (ou não). A primeira coisa de que me recordo é de estar num hipermercado tipo gigantesco — e de deixar qualquer coisa mal posta, afastar-me, e quando voltei costas esta toda a gigantesca prateleira recuada para trás (rodas?) e os pobres empregados andavam a apanhar o que fosse. Eu estava ansiosa e preocupada. O incidente não teve qualquer relação com o resto do sonho. Estava com a minha mãe, embora não andasse propriamente em cima dela. Mas ia controlando. Acho que ela falou uma vez ao telefone, ou teria sido a minha avó depois? Anyway, ela pediu à minha avó para ela contactar a mãe de uma rapariga — uma estranha que sabíamos ter falecido — e acertar quanto é que ela queria pelo coração (??) da filha morta. Okey, isto parece mórbido, mas nós tínhamos um motivo válido: era para salvar alguém da família. Não sei quem. Inicialmente, pensava que era o meu avô (ele já faleceu); quando a minha avó falava ao telefone em lágrimas, parecia como se fosse para a minha mãe (certo, não faz sentido); quando acordei, pensei que poderia ser para a minha irmã; agora, ocorreu-me que poderia ser para mim (??). Continuando, eu saí de onde quer que estivesse — sem falar com nenhuma delas — e dei por mim numa casa de banho do que parecia ser uma escola tipo internato (descobri isso quando saí), a olhar para o espelho. Agora vem a parte realmente estranha. Eu vi a rapariga morta no espelho. Não era bem uma rapariga, mas uma mulher, e parecia vinda do século passado, ou do anterior a esse. Depois (surreal em força) eu fui como que transportada para o tempo em que ela andava nessa escola — sei-o porque saí da casa de banho e estava mesmo frente a um pátio cheio de gente vestida como no século passado. And then, o meu telefone toca. Sim, pois, conveniente. Olhei o ecrã e vi o nome: Ricardo Moreira. E agora é que a coisa se torna intrigante. Não conheço ninguém com esse nome. Nunca o ouvi. Nem mesmo no sonho o reconheci. Mas atendi mesmo sem saber quem era. Ao princípio, soou-me voz de homem, homem mesmo. Então ele disse que era "o rapaz que eu tinha atropelado nas piscinas". O atropelado era em sentido figurado. Não faço ideia do tinha acontecido nas piscinas, mas eu soltei uma exclamação muito evidente — soube quem era. Mesmo não tendo agora a mínima imagem mental de quem era, eu reconheci-o de um passado que fazia parte do próprio sonho, e, deixado muito óbvio nessa surpresa, de alguma forma, eu gostava dele e gostava que me tivesse telefonado. Obviamente, eu tinha que acordar nessa altura. Não sei se a parte em que ele me perguntava onde estava fez realmente parte do sonho ou da imaginação posterior, mas havia ali qualquer coisa, eu sabia desse clique invisível entre nós que tinha acontecido nessa primeiro incógnito encontro.
E foi isto. Não paro agora de pensar que esse nome — Ricardo Moreira — é importante. Foi o único detalhe claro e inquestionável num sonho confuso e cheio de pontos de interrogação. Quererá dizer alguma coisa? Quão lógico será acreditar que foi apenas um nome, aleatório, sem significado? É que eu não consigo acreditar que assim seja. Mas se não pertence ao passado... sim, é absurdo achar que pertencerá ao futuro. Mas não deu para impedir o pensamento.
Por tudo isto, preciso urgentemente de uma reencarnação de Freud.

1 comentário:

Rafaela Neves disse...

nao sou nada que se pareça com uma reencarnaçao do freud (e tu sabes disso) mas acredito plenamente que esse nome é importante e que pertence ao teu futuro. talvez um futuro aveiro. (percebes.te?;D)