Vamos tentar outra vez. Desta vez a sério.
O meu nome é Raquel e estou farta desta música romantico-deprimente que me lembra que há dois dias que o meu telemóvel não toca. Apostei na filosofia "não me importo", mas não sei em que ponto entre a teoria e a prática é que fiquei. Às vezes recordo quando ele (o telemóvel, atenção) tocava, quando eu não queria passar uma hora agarrada a ele. Depois, penso em quando não via os minutos dessa hora passar. Por fim, quando essa hora deixou de existir.
Tudo sem nos vermos uma única vez.
Talvez a tua memória se gaste e se perca mais rápido que a minha. Não sei. Mas gostava de saber como me encaras. Gostava de saber se às vezes olhas para o telemóvel da mesma forma que eu. Eu não hesito em não dar notícias. Quero saber quanto tempo as esperas, ou se as esperas sequer. E então tu telefonaste e perguntaste porque eu não tinha dito mais nada. Bem, não posso ser sempre eu a dar notícias. Ponto final. Sei, foste tu. Mas serás tu outra vez. Ou isso, ou nada. É possível que ainda tenha expectativas suficientes para ficar desiludida com o nada, mas não quero saber. Já deixei tudo muito claro. Se não demonstro mais interesse é porque é reciproco. Estas são as cartas e estão na mesa. Hoje apetece-me ser directa e deitar tudo para fora. Devias ler isto, mas sei que não vais. Um dia eu disse-te que não queria que lesses o meu blog e, tanto quanto sei, respeitas isso. Mas talvez precisasses, só para teres um pouco mais de consciência acerca de mim. Acho que não a tens por inteiro. Afinal, nunca percebi o que fui, ou o que sou, ou o que esperas que seja. Talvez nem o saibas. É possível que te falte também um pouco de consciência de ti. E eu simplesmente não posso concertar isso.
Mas ainda estarei aqui quando decidires pegar no telefone.
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