quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

porque te abandonei, ficção

As saudades colam-se a ti. Palavras. A tristeza assoma-se, logo assim, tão rápido chamada, tão de repente na vertigem dos meus olhos. Perdi o trilho de pedra, as migalhas de uma história sem fim.
Não me encontro. Não encontro a vontade, não encontro o gosto em perder horas naquele mundo, não encontro o dom de fazer magia, não encontro a arte da criação. As palavras foram sugadas por um vórtice de nome realidade. O riso, o nada, o insignificante, o supérfluo gasto de horas sobrepôs-se àquele tempo. E a lista daqueles que foram deixados para trás cresce, entre sonho e vida real, com histórias suspensas, que não pesam o suficiente na minha preocupação para que me esforce a dar-lhe continuidade, a dar-lhes um final.
A desilusão acentua-se, corrói, magoa. Prioridades. No fundo tudo se resume a prioridades. E aquela fantasia, aquela romance de papel, aquele mundo paralelo, aquelas pessoas irreais não estão mais presentes, não são mais prioridade. Não me apaixonam mais, porque agora este coração tem um dono real, de carne e osso. E assim aquele sonho concretizou-se e o faz-de-conta morreu. Como sempre soube que aconteceria.
Não posso dar o meu coração a duas vidas ao mesmo tempo. Mesmo que uma delas seja de papel. E escrever sem ser com paixão... não resulta mais. Já divaguei, já filosofei, e agora a racionalização nua e crua. Como este diário, cada página tem sido prenúncio de algo errado. Quando o meu mundo está completo e eu estou feliz, não sinto qualquer desejo de escrever sobre isso. Quero vivê-lo. Como este amor. Pela primeira vez, não tenho de me limitar a escrevê-lo. Posso vivê-lo. Quero-o, mesmo que isso mate a romancista que há em mim.
Entristece-me, chama as lágrimas, aperta-me o coração, mas é verdade. Conciliar os dois mundos é um caminho árduo, sobretudo quando já perdi um deles. E sempre que tento, que dou um bocadinho de mim à fantasia, custa entrar, custa permanecer, porque a realidade chama agora muito, muito mais alto. E se neste momento importa, importa muito, na generalidade dos dias, na maioria das horas, não.
Então talvez entenda agora que não escrevia por vocação, mas somente porque necessitava de preencher a minha vida com algo que valesse a pena.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Lament

Cry not, my baby.
Cry.
I know a frog ate a white moth.
The frog did not cry.
That's why he's a frog.
The moth did not cry.
Now moth is not.
My baby, cry not. Cry. There is much to do.
I will cry too.
I will cry for you.


Stan Rice, Some Lamb 1975

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

...
PENSAMENTO SUSPENSO
...

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Saudades do Verão


Saudades de Ti

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

ISTO VAI MUDAR, CRL!

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Escrever já fez mais sentido.
É triste mas é verdade.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

"I wanna cut through my skin and pull you within"


So then you'll know
how much I loved you
how much you hurt me
how much you make me hate you
for tearing apart my world like this
you have no right
for such a small sin
you have no right


You make me wish to die and write. In this order.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Horizont*

Sento-me aqui de novo, com as mesmas palavras que cercam e sufocam. Continuamos iguais, na distância e na proximidade, no amor e no ódio. A história escreve-se cada vez mais longe do presente, como uma memória gasta de tão revisitada, sempre com uma linha a mais de gratidão que agora se desfaz no chão que a proclamada injustiça pisou.
Talvez não tenha sido jamais pintada do branco imaculado que as rememorações crêem. Quem sabe se não se tratou tudo de uma ilusão. O coração gosta de acreditar que não, mas o certo, o presente deste minuto do relógio, é que ele está enroscado como um novelo, fechado sobre si, pequeno e insignificante, ignorado até à artéria mais distante deste complexo sistema de emoções e aspirações.
As articulações sofrem com o frio da solidão que o tempo, tão escasso, impõem como se tivesse sempre presente. O dia arrasta-se penosamente, mas os dedos não se movem nem concretizam. As metas desfazem-se no desleixe de uma vontade por realizar. Esta outra é maior e move o meu corpo cansado para os únicos braços que ainda o recebem com um sorriso. Os antigos prazeres da vida são agora difíceis de recuperar, atirados para o segundo plano de todas as coisas. Os olhos doem e nunca custou tanto acordar. A nostalgia vence.
A vida é melhor na horizontal.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Reprovada. Shit!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

a queda dos anjos

O tempo passa e tudo permanece igual por aqui, numa inconstância angustiante que de anormal se vai tornado a realidade de cada dia. Aveiro morre lentamente dentro de casa. As ruas tingem-se de uma melancolia que escorre pelas janelas. Um frio insípido arrasta-se pela superfície da pele, resistente e insistente. Já houve mais gargalhadas a reverberar nestas paredes. Agora, as conversas são pontuadas por pesados silêncios e olhares incertos. A cidade calou-se para ouvires a tua consciência estrangulada e o teu coração despedaçado. São outras estas mãos que te amparam, são tudo o que tens nesta página da vida. E o dia desenrola-se, a noite desaparece, e o calendário consome-se. Aprendemos a sobreviver assim, com o melhor do que nos dão e o pior do que fizemos com isso. Porque os erros sucedem e a injustiça existe, o mundo é quadrado e a mente humana triangular. Choremos a rir. Estamos a perder os melhores dias da nossa vida.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

erro de alma

Vem, abraça-me, ajuda-me a respirar de novo.
Promete-me que vamos tentar mais uma vez.
Não precisas de me amar esta noite.
Apenas não desistas de mim.


Ninguém consegue ser melhor se não o fizer para alguém. Por mim. Para ti. Para elas.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Regra nº1

Tens de respeitar o tempo e o espaço.
Tens, sobretudo, de respeitar as ideias.


Mesmo que isso te mate por dentro.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Crise n.º29

O mais estúpido é aquele que comete os erros sabendo que são erros, porque não consegue fazer as coisas de outra forma, ou haverá alguma desculpa atenuante?
É daquelas coisas que a minha mãe sempre me disse. E daquelas que eu sempre disse "tens razão, mas isso não vai acontecer comigo" — até acontecer, e não ser capaz de o evitar.
Agir de outra forma. Porque é que há sempre alguém magoada que aponta o dedo e diz "tens de mudar isso" — isso, isto, aquilo — infernos, mandem-me de volta para a fábrica e mandem vir uma nova, porque não há como corrigir tantos defeitos.
E não há recompensa nenhuma por dizer a verdade — porque ela não devia ser assim, porque magoa, porque é injusta — mas é como sinto as coisas neste momento.
Desculpa.
É somente uma preferência, não uma escolha. Claro que não vêm isso. Claro que também não lêem isto. Mas já foi tudo falado, e repetido — e devidamente ignorado porque não me faço entender.
Ah, mãe, estou a fazê-lo. E já estou a perdê-las por causa disso. Mas ele...

Eu não sei o que estou a fazer.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Equilibrista

E outra vez a corda se agita, desce, escorrega. O chão aproxima-se rapidamente, à medida que o equilíbrio se esfuma como um beijo. Perdi a alegria desta manhã no momento em que o teu calor deixou o meu corpo.

O dia começa mal a partir do momento em que saio da cama. Não, quando o universo deixa de ter somente as nossas duas pessoas.
Sinto-me cansada. Exausta. Física e psicologicamente. Não quero sair de novo de casa. Não quero ter de caminhar até à universidade de novo. Não quero ver pessoas.
Dói-me a alma.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

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Por favor, não faças desde ano uma autêntica merda.
Raquel, não sejas preconceituosa.
Mas... AHHH! Porquê?
Melhor assim, melhor assim. Melhor assim uma merda.
Fizeste asneira, agora toma, aguentas. E vai piorar. Não há volta atrás. Vive com isso.
Shit!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Confissão

Faço a contagem decrescente com entusiasmo e ansiedade, mas não sei realmente porque tanto espero.
Unicamente por ti.
Saudades? Da independência. Da liberdade. De ti. E das relações que estraguei.
Este ano é diferente. Não há aquela mudança drástica, completa. Mas o familiar que foi deixado para trás é uma casa em ruínas.
Tenho, sim, medo que o tecto me caia em cima. Tão simples quanto isso.
Não sei conquistar pessoas. Não sei mudar-me quando o melhor que tento não resulta.
Nunca quis ser perfeita. Apenas um bocadinho menos imperfeita.
Uma vez mais, só quero saltar o primeiro mês de aulas.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Pinguim,

A vida nunca chega.

domingo, 4 de setembro de 2011

Para sempre é uma ilusão cara e infantil. Mas às vezes gostava de ainda ser capaz de a ter.

sábado, 3 de setembro de 2011

Yatzy

O frio corta a inspiração como estimula o amor. Os dados estão lançados, façam-se as apostas. A multidão ergue os braços para a probabilidade do costume: tanto é melhor o começo, como pior o final, e grandes entradas são tão somente as mais profundas palavras que hão-de surgir esta noite. O resto é sempre a decrescer. A tese e a "palha", porque as grandes palavras explicam-se a si próprias.
Não há sorte ou azar na literatura. E a redundância é o pecado. O mesmo se aplica à vida. Quando a repetição é a morte do artista, sabemos que não pisamos um palco mas a realidade, onde o tempo não volta atrás e o passado se perde num futuro que não planeou.
Não aspirava a nenhuma destas frases, mas sabia que ia jogar com todas estas letras. Metáforas, metáforas! E a puta da vida sempre como plano de fundo. Tudo se assemelha a ti, como se fosses um maldito dicionário. Guardas tudo, representas tudo, tens tudo, mas, no final, se não percebermos a tua linguagem, não explicas rigorosamente nada. 
É sempre interessante ver o rumo que um cérebro leva, escrito assim, como a radiografia da minha mente. E como uma árvore — não, chega de comparações! As figuras de estilo são algo negativo cujo mal duas palavras de amor me fizeram esquecer. E a inspiração oficialmente bloqueou, num desvario não literário que interrompeu crucialmente o caminho desta ilusão textual.
Os dados pararam na mesa. Mas os resultados são subjectivos: dependem da graduação das lentes de cada leitor. Uns podem não ver nada — muitos podem nada ver. Se alguém gritar Yatzy, façam-me saber.
É raro quando alguém encontra sentido em palavras que o perderam vinte segundos depois de serem escritas.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

dá-me um abraço

Abraça-me. Não chores, não rias. Abraça-me apenas.
Sabes aqueles dias em que tudo corre mal? Em que qualquer palavra soa a recriminação e ninguém parece satisfeito, andes direito ou de pernas para o ar?
Um abraço cura. Um abraço teu levava as lágrimas e devolvia o sorriso. Mesmo que fosse este sorriso molhado.
Há dias assim, em que caminhas vacilante na corda, sempre prestes a cair, a desfazeres-te e a condenares a vida e toda a existência. Depois passa. Passa sempre. É essa a maldição e a benção da vida.
Dá-me um abraço. Por tudo de bom e mau, vem aqui e dá-me um abraço.
Preciso de ti. Preciso tanto de ti...
Aqueles dias, aqueles infernais dias em que só se está bem só. É mentira. Estaria melhor contigo do que só. Nos teus braços, amor.
Abraça-me. Não perguntes porquê. Abraça-me apenas.

domingo, 28 de agosto de 2011


Don't Count the Miles, Count the I Love You's

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Life still on track

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Mata-me novamente

COMO FANTASMAS, OS ERROS HÃO DE PERSEGUIR-NOS SEMPRE


Foda-se, vida. foda-se! Putas das palavras que te atraiçoam! E estas deduções de merda que acabam sempre mal! És estúpida, para a próxima aprendes a dizer as coisas com todas as palavrinhas do dicionário. 
Revoltas-te? Sim, mas também choras como uma menina, porque no fundo talvez seja isso que és. Talvez eles tenham razão, criança.
É a lembrança de todas as palavras, as 24h de lágrimas, o medo. Infernos, como é que tudo o que sentes é medo? E mágoa. E arrependimento. Tudo isto a pisar o amor, que grita, que chora, que implora para que o deixem viver feliz, e não estrangulado nesta garganta apertada.
Como é que eu posso estar contigo amanhã e fingir que não estive a chorar baba e ranho esta noite?
E é isto. Amo-te. Faria tudo por ti. E neste momento tenho medo de até onde este amor me vai levar.

domingo, 21 de agosto de 2011

Nós.

O sonho era o mesmo todas as noites. Eu. Tu. A vida.
Com tão poucas e fortes palavras, não resta nada mais para dizer. Porque podemos andar às voltas, como luas em órbita, deixando um rasto de literatura, mas, no final, as palavras que ditam o nosso destino vêm sempre sozinhas: Sim. Não. Amo-te. Adeus. Fim.
Os testamentos são para os mortos. Em vida, as palavras devem ser contidas, directas, assertivas, verdadeiras. Quem se perde em rodeios, perde tempo, perde horas de vida e anos de felicidade. Mas, por vezes, é tudo o que existe.
Temos esta necessidade infantil de querer encher de palavras o silêncio. O amor expressa-se no prazer que duas almas sentem ao partilhar um momento de silêncio. A verdadeira verdade não precisa de palavras para se expressar. Mas todas as mentiras nascem nas palavras.
Lê em silêncio. Escrevo em silêncio. A literatura é a voz muda dos sonhos.
E todas as noites partilhamos este mesmo sonho. Eu. Tu. A vida.

sábado, 20 de agosto de 2011

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Preenches-me,

A vida roda entre cheia e vazia, ao sabor da presença e da ausência, como uma moeda atirada ao ar, vítima da sorte. Mas a lógica é certeira e a única variável expressa-se em quilómetros.
É inegável como a saudade cresce proporcionalmente aos passos entre a minha porta e a tua.
Já preciso de novo desse sorriso, aquele intenso e adorável sorriso, que grita por gestos "estás aqui e fazes-me feliz". Não há tecnologias que o simulem.
Sinto que me pertences sempre mais quando estás nos meus braços. Quando a realidade é palpável, "estrangulável" até, no melhor dos sentidos.
Agora, a cama é maior e mais fria. As palavras perdem o teu sentido quando não tas oiço dizer. E o pouco que sobra basta, mas não é suficiente quando não estás aqui.
São demasiados passos entre a minha porta e a tua.
E se esta noite sorrio, é porque a tua memória ainda vibra fresca na minha pele. Mas ela já sente a tua falta.
Preenches-me, e desconfio que eu já não consigo viver sem ti.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

VAIS VOLTAR A ESCREVER, ƒØ∆#-$&

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Amor,

Amor, amor, amor...
Lembro-me com demasiada clareza dos anos em que esta era uma palavra de esperança, de ignorância, de desejo, de angústia, de sonho.
Lembro-me da frequência com que era falada, ouvida, puxada à conversa, gasta em vão, escrita inutilmente, desperdiçada na ilusão.
Lembro-me sobretudo de estar sentada num banco puído do autocarro e alguém, com igual de anos mas talvez mais conhecimento de causa, dizer que era algo que aparecia quando não se estava à espera dele.
Ao longo do tempo, guardei sempre aquelas palavras e fui-me constantemente surpreendendo com o quão sábias eram.
Mas nunca tanto como agora.

Quando deixaste de ser a minha fantasia,
Foi quando a nossa história mudou,
E te converteste um sonho real,
Amor...

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Mar


Para além do que o olhar pode ver
Jaz a semente inócua da civilização
Num berço de nostalgia e esperança
De ti, mar, sagrado coração

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

As suspeitas matam o amor. Sobretudo as erradas.

Contigo

A vida vem e volta e desejo morder os meus próprios calcanhares para que siga unicamente em frente. Fantasmas no armário são como pregos no chão. E viver caminhando com demasiado cuidado significa não viver. Pensar como demasiado cuidado nas palavras significa trair as nossas ideias genuínas.
A verdade vem com o perigo do julgamento parcial, toldando pelas más memórias que colocam uns óculos escuros de desconfiança, impedido de vê-la crua e limpa. E a culpa instala-se onde não devia existir, o medo regressa, e aquela vontade errónea de ter permanecido em silêncio ronda como um pecado.
Mas o silêncio nunca altera a realidade. Apenas se apresenta como a medida preventiva — mas não é assim que se fazem as coisas. Não é assim que desejo fazer as coisas. Mas como conquistar a confiança de quem vê perigo numa flor?
A vida vem e volta e desejo morder os meus próprios calcanhares para que siga unicamente em frente. Para que não haja fantasmas sobre cada palavra, cada acto. Para que não haja medo em dizer que abracei uma flor.

Não temas. Não duvides.
Também sabes onde mora
o meu coração.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A VIDA É PERFEITA A DOIS.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

desenharam o mundo com linhas rectas

Quando a vida não encaixa,
ah, quando as nossas palavras se juntam numa figura disforme que não cabe na forma perfeita de um círculo, e o seu significado não tem o equilibro certo de um triângulo equilátero, nem a rectidão de um quadrado
apenas as lágrimas preenchem as covas do nosso rosto com uma naturalidade quase divina.
Mas não há nada de divino em chorar. É o mais humano, humilde e inferior caminho a que a vida nos pode levar. É onde as cores se borram, as formas se desfocam, as palavras perdem o sentido e as emoções se confundem.
É onde o mundo é quadrado e nós estamos à beira do precipicio.
Não há gravidade. Mas é tudo grave.
E o encaixe perfeito entre dois corpos,
ah, duas luas em fases opostas, tão distintas mas tão correctas, como a negação do nunca e a afirmação do para sempre, aconchegadas assim, no interior da forma perfeita do eterno ciclo
é desfeito pela actuação do tempo sobre a vida.
Mas o amor subsiste, como forma sem forma e sem cor, desenhado com agulhas sobre um coração de pedra, cheio de palavras que tiram o sentido às emoções e emoções que confundem as palavras.
A perfeição da vida foi derrubada pela lógica, pela razão e pelos teoremas matemáticos.
Já nada encaixa sem oposição nesta realidade. Não agora que o mundo foi desenhado com linhas rectas.

terça-feira, 26 de julho de 2011

encore

Don't give up on me
I won't give up on you

Não me deixes a contar as estrelas sozinha,
Não me deixes ouvir as minhas próprias histórias.
Rouba-me a almofada e abraça-te a mim.

Se for para me fazeres chorar, deixa que chore no teu ombro.

domingo, 24 de julho de 2011


Não faças perguntas.
Sabes perfeitamente onde mora o teu coração.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Um pedaço de vida

Um pedaço de ti.
Uma mão cheia de sonhos. Esperança.
Dá-me um beijo. Dá-me um abraço bem forte. Prometo-te que não peço mais.
És tudo o que quero.
E se esta luz se apagar, sabes que vou cair no erro adolescente de julgar o mundo perdido, mesmo depois de secar a fonte dos meus olhos.
O primeiro amor é o único que vive com a esperança de ser o único.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Accidents Can Happen


"We all fall off the wagon sometimes
It's not your whole life
It's only one day
You haven't thrown everything away.
(didn't I?)

So don't give up
It takes a while."


sábado, 16 de julho de 2011

18h50

Sempre que penso nas pessoas que ficaram para trás na minha vida, pergunto-me:
— Foi culpa minha ou delas?

Acho que nunca saberei.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

STOP

Senta-te. Pára. 'Pára' à moda antiga, para distinguir bem as coisas. Não interessa o 'para', o 'para' é a finalidade última que quase ninguém conhece quando faz as coisas. Daí ser preciso parar. Portanto dá ênfase à necessidade e pára. Não importa porquê ou para quê.
Pára e pensa. Quantas vezes é que eu te contei esta história?
Ah, ainda não te disse qual. Bem, é a tua história. Ou a minha. Ou a dele.
Começou com alguém que se esquecia consecutivamente do acento no 'para'. Quando a finalidade grita muito alto e não surgem sinais vermelhos hexagonais de STOP na nossa vida, quando o destino se impõe com demasiada força e violamos o direito de passagem àqueles que se cruzam na nossa vida, o caos acontece e o acidente é inevitável. À primeira, raramente é fatal. Depois, os outros ganham medo. E da próxima os estragos tornam-se permanentes.
E o culpado?
Pára, senta-te e pensa. Quantas vezes contaste esta história?
Quantas vezes ultrapassaste os outros sem teres esse direito? E quantos atropelaste mesmo?
Quantas vezes te esqueceste de olhar para o lado? E quantas vezes excedeste a velocidade?
Eu, muitas. Demasiadas.
Mais do que me pude aperceber.
Mas, e tu?

Senta-te, pára e pensa.
Talvez o código não sejam ensinamentos de condução. Talvez seja uma lição de vida.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Obrigada.
Agora já gosto mais de ti
...

Corpo,

Quando a preocupação nos tolda o olhar e nos revolve as entranhas, a vontade é de cuspir os coágulos de vida morta para os poupar da escolha entre sair e permanecer. E quando a incerteza se faz dona da nossa vida, queria poder exumar este meu corpo que me odeia por ter sido negligente com ele, e rasgar de vez com a tortura indolor e silenciosa que me destrói a sanidade.
Para o inferno com esta espera angustiante e inútil!
Neste momento, eu também te odeio.
Reformulation:

Thought: My body hates me

Request: Stop torturing me!

DAMN.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Thought: Shit!

Request: BE QUIETE, PLEASE

Thanks.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Keep It Together

"Even though we are miles apart tonight
I know we can make it right
So just give it a chance
And we can keep it together

And everytime I think of you
And after all that we've been through
cause no one ever
no one ever, ever compares to you
And my mind is spinning in circles
And my thoughts are running wild
And you know that I would take a bullet
Just to save your life
Just to save your life
And it's hard to turn back time
And it's hard to say goodbye

Even though we are miles apart tonight
I know we can make it right
So just give it a chance
And we can keep it together"

Keep It Together - Puddle of Mudd

quinta-feira, 7 de julho de 2011

500km

Quando a noite cair silenciosa neste incerto fim do mundo em que a minha alma se atolou sem ti, rasga-me a pele e vem pelo meu coração. Quero vê-lo vermelho e brilhante, palpitando com o meu último fôlego de vida, que sobrou em ti depois daquele beijo. Grita com paixão a tua presença se o meu corpo não pressentir a tua chegada, inerte numa espera velha e gasta, que envelhece e desgasta tudo menos a saudade.
Coloca o meu coração nos teus lábios e devolve-o à vida, deposita-o com cuidado no meu peito e fecha a ferida com amor. Ainda estou aqui para ti. Basta que me despertes deste solitário pesadelo onde me olho ao espelho e não te vejo a meu lado, acordo à noite e não estás lá, procuro-te e tudo, até a minha sombra, me parece só. Um devia ser um número proibido.
Dá-me a mão, puxa-me com força, até quebrar o abraço hostil da solidão. Deixa-me enterrar-me nos teus braços, fundir-me com o teu corpo. Vou algemar-te a mim.
E depois, suga-me as memórias negras da tua ausência e não me permitas jamais recordar o sabor salgado das lágrimas de despedida, nem o frio paralisante que se infiltra nos lençóis ásperos quando tu não estás. E aperta-me contra ti, até sentir a tua pulsação, murmura-me ao ouvido as nossas verdades incontornáveis sobre o amor.
Faz as últimas semanas desaparecerem. Volta depressa.

terça-feira, 5 de julho de 2011

NOVA TEORIA LITERÁRIA:
A SAUDADE INIBE A INSPIRAÇÃO

é preciso mais provas?

sábado, 2 de julho de 2011

Faz falta

FAZ FALTA AMAR todos os dias
e a cada dia FAZ FALTA AJUDAR
FAZ FALTA SONHAR todas as noites
e a cada noite FAZ FALTA ACREDITAR
FAZ FALTA AGIR todas as manhãs
e a cada manhã FAZ FALTA SORRIR
FAZ FALTA AO MUNDO pessoas com fé nele
e ao mundo FAZEM FALTA PESSOAS COMO TU

quinta-feira, 30 de junho de 2011

A message to Life

Não me pregues sustos, Vida, não me pregues sustos.
Não me tentes com o que não posso ter, não queiras violar a minha moral.
Não me faças arrepender, não me faças chorar.
Não deixes que a minha consciência fique pesada, não permitas que o mesmo pensamento se repita vez após vez como um disco riscado.
Não me permitas acumular erros como quem colecciona moedas, velhas e passadas de mão em mão, gastas, gastas como as asneiras que insistimos em cometer.
Não maltrates o meu coração, Vida, não o maltrates, por favor.
Não me obrigues a percorrer acordada as longas horas da noite e não me tragas pesadelos.
Não destruas os meus sonhos, não quebres as minhas ilusões, Vida, não mates o meu amor.
Não mates o meu amor.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Amizade


Believe me, is what we need the most...
Maio 2011

terça-feira, 28 de junho de 2011

Entre Obrigada e Desculpa, Silêncio

A qualquer hora que me chames, eu estarei aqui para ti. Para qualquer pergunta que faças, eu terei algo a dizer em resposta. Pode não ser o acertado, o fácil ou o inteligente, pode até nem fazer sentido, mas ainda que não te dê a sabedoria que não possuo, dou-te o tempo e a atenção de que disponho. Por vezes, pode ser necessário que a peças. Por vezes, pode ser que tenhas de gritar comigo para te ouvir, mas se e sempre que te ouvir, não te vou ignorar. É apenas uma questão de sair deste alheamento inconsciente da realidade e abrir os olhos para o mundo palpável, como caminhar à beira de um sonho, na fronteira entre o acordado e o adormecido, tão vulnerável que basta um pequeno empurrão. Não tenhas medo de me empurrar. A queda não é assim tão grande. E por tudo o que devia ter feito e não fiz, por tudo o que devia ter dito e não disse, e por tudo o que não fiz e devia ter feito e fiz e não devia ter feito; por todas as falhas que consigas enumerar, há uma desculpa pouco ética e talvez menos ainda aceitável, mas tenta equacioná-la com a falta de intenção e sem nunca esquecer que, mesmo que às vezes não aparente, és importante, fazes falta e magoa-me tanto como a ti qualquer pedra no caminho, mesmo jogada inconsequentemente por mim; e todas as conversas falhadas repetem-se como um disco estragado e eu gostava de voltar aos dias em que ainda não te tinha desiludido.
Porque, no final, soa como se tudo tivesse começado bem e acabado mal. Porque não se me acalma a alma com estes assuntos mal resolvidos, e deixar em suspenso, como uma amizade presa por um fim, a nossa história por estes breves meses parece errado e angustiante, cheguei aqui, na incerteza de fazer algum sentido com estas palavras, porque a única coisa que sei é que não estava tudo bem. Precisava de achar o contrário. Precisava que soubesses isso, isto, tudo isto. Porque o meu silêncio nunca é de indiferença. Neste momento, ele guarda duas palavras: Obrigada e Desculpa.
Não peço a ninguém que esqueça. Peço apenas que seja eu e não o tempo ou distância a apagar alguma mágoa. Peço um novo começo em Setembro. Peço que a nossa amizade não se perca no Verão.

sábado, 25 de junho de 2011

ODEIO DESPEDIDAS
JÁ TENHO SAUDADES TUAS
.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

VAI SER UM VERÃO ESTRANHO
PONTO FINAL
.

domingo, 19 de junho de 2011

Viagem

A vida segue o mesmo caminho, independentemente das pessoas que se cruzam contigo. A vida segue o mesmo caminho independentemente dos desvios que fazes, das colisões, das paragens.
A vida segue sempre o mesmo caminho.
Mesmo que cada dia pareça diferente, melhor ou pior, enquanto a vida for vida, ela segue o mesmo caminho, religiosamente cronometrado pelos rigorosos ponteiros do relógio.
O destino, só o destino o sabe, e o meu caminho só igual ao teu se caminharmos lado a lado, mas a vida, a vida percorre sempre as mesmas estradas, tropeça nos mesmos buracos, é tentada pelos mesmos atalhos.
E como numa viagem, meu amigo, mais importante que o meio de transporte em que viajas, são as pessoas que te acompanham.

domingo, 12 de junho de 2011

depois

E depois?
Damos umas cambalhotas, gritamos uns pregões, choramos por mentiras e rimos por verdades.
Quando achas que já nada se recompõe, tropeças no teu próprio erro.
Se calhar não é bem assim.
E depois já está.
Não é assim tão fácil, não. Mas é um (re)começo.
Primeiro batemos com a cabeça na parede. Depois dói. De seguida vemos que ela já estava lá. Depois zangamo-nos. Mas quando passa, fica lá a marca para nos recordar. E já não é a dor que dói. É a memória da dor.
E as memórias são os fantasmas mais difíceis de exorcizar.

sábado, 11 de junho de 2011

Um + Um

Desliga-te de ti e ouve-me. Desliga-me de mim e deixa-me escrever a certeza imparcial e impessoal do amor. Corta os cordões com que ele mexe o meu coração, por uns minutos, só por uns minutos, e deixa-me divagar sem acusações sobre o calor da presença e o frio da ausência, a temperatura errada, a mão manipuladora da distância, o exagero das saudades, a ampliação dos sentimento quando filtrados por esse espectro a que chamamos amor.
A vida rebola à flor da pele e os sorrisos são tão fáceis neste pedaço iluminado do mundo. Os pensamentos giram como satélites em orbita à volta deste porto seguro, soprados ocasionalmente por distracções, mas atraídos invariavelmente de volta pelo teu campo gravitacional. As horas são de uma subjectividade quase absurda quando a incógnita de todas as equações que regem o universo se resume a cinco letras. E se há demasiadas vozes que se erguem, a bolha encerra-se como um casulo de borboleta e caímos no erro de ignorar que realmente há um mundo lá fora que espera algo de nós. Sempre que fechamos a porta, erguemos essa barreira que altera as leis da natureza, impondo uma nova ordem onde um mais um não são dois.
Mas um mais um são dois. 99% do tempo.
Quem não o sabe, quem não o compreende, também não ama essa unicidade que defende. Porque se esqueceu de se amar a si próprio primeiro.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Ah, saudade!

Ah, se soubéssemos o preço emocional da distância, partiríamos quando decidimos ficar e ficaríamos quando escolhemos partir.
Se soubéssemos, ah, se soubéssemos... Escrevíamos o guião do filme sem intervalos, cortaríamos tudo o que é descrições, apagávamos despedidas e ficaríamos apenas com os reencontros, as noites apaixonadas, as horas acompanhadas.
Ah, se pudéssemos! Não fomos habituados a crescer separados. Não fomos habituados a dormir sozinhos. E agora, criança, enroscas-te sobre ti debaixo do cobertor, afastas os romances cor-de-rosa, e sonhas com um comboio azul e vermelho.
Se não o adivinhássemos, se não tivesse sido avisada, seria uma grande surpresa. Ainda só não podia prever a quantidade exacta de saudade que brotaria todos os dias, todas as noite, todas as manhãs. Só ainda não podia conceber a quantidade exacta de amor e a sua conversão em nostalgia.
Se soubéssemos, ah, se soubéssemos. Deixava o comboio azul e vermelho passar, não sairia sequer do calor dos lençóis. Mas voltar a casa... Quando a obrigação se converte em vontade e esse desejo entra em conflito com esta nova necessidade básica, ah, quando os quilómetros nos dividem o coração, acabamos a desesperar por uma mensagem e a desabafar no computador às três da manhã.
Porque não fomos habituados a dormir sozinhos.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Dilema

Coming back tomorrow.

YES
. . . . . No
. . . . . . . . . Yes
. . . . . . . . . . . . . . NO
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . YES
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . No
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Yes
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . NO
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . YES
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . No
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Yes
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . NO


quinta-feira, 2 de junho de 2011

Teorema errático

Errámos no dia em que dissemos que assim estava certo. No dia em que dissemos este caminho é melhor. Mais perto. No dia em que ficámos em casa. Em que ficámos calados.
Errámos quando dissemos sim e quando dissemos não. E quando não dissemos, não foi quando não errámos, mas quando mais medo tínhamos de errar.
Hoje, esta canção é para ti que choras, entre os lençóis, com a cabeça enterrada na almofada, a moer os erros que nem soubeste que fazias.
Essas lágrimas são de um arrependimento casto num corpo gasto, cheio de um rancor imerecido para com a vida e de uma saudade estúpida das pessoas que te fazem mal.
A inconsciência é o mais inocente dos erros, mas o mais difícil de superar. Não compreendo porquê. Apenas que a intencionalidade arrasta uma carga de maldade que vai de encontro à veia masoquista que cada um guarda, ou toca igualmente o lado maldoso que se quer ocultar, e pela nossa própria despenalização se esquece a culpa dos outros.
Mas errar, de facto, todos erram.
Como é injusto que o pior e o melhor do mundo sejam as pessoas!

sábado, 28 de maio de 2011

Um mais um


De entre queres que não se pode querer, escrevi eu uma vez, descobri um que posso querer e me quer de volta. E é assim quando deixamos que o romantismo da literatura se filtre nas nossas vidas e sorrimos genuinamente com ele que descobrimos que existe um outro lado da matemática onde um mais um não são dois.

Quando encontrares a vida, agarra-a com ambas as mãos e não a deixes fugir...

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Absurdo

E depois?

Há dias em que não deveríamos ter saído da cama. Life was so much better in there with you...

sábado, 21 de maio de 2011

Coleccionar memórias

Vai na volta e tropeças na rua com a vontade de viver.
Podia ser a grande abertura para a minha dissertação iluminada desta noite. Não. A luz neste quarto é artificial e o mais puro brilha singelo no escuro e não se vê mas sente-se.
Andamos a coleccionar memórias, para um dia em que a distância à vida, aquela que nos dá a mão na rua, nos agarra o rosto e nos beija suavemente, for demasiado grande, e a inconsciência dos sonhos seja mais solitária mesmo no já tão privado e íntimo que é sonhar. Andamos a coleccionar matéria de pensamento, álbuns de fotos, vídeo, tudo o que seja, com cor, som e cheiro, para depois revermos uma e outra vez, com um aperto no peito, quando a pressão sobre ele não é a do teu corpo. Andamos a tapar os buracos que a saudade vai abrir com promessas de amor e reencontro.
E são duas da manhã, a cama está desfeita, as luzes estão acesas, os computadores ligados. Andamos a trocar as voltas ao dia, às horas, às convenções.
Não importa. Ser jovem e apaixonado é ser rebelde, fazer tudo ao contrário e gostar de viver assim. Gosto de viver assim.
Um dia ia na rua e tropecei na vontade de viver. Sorri.
Eras tu.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

ser, estar, viver

De repente olhei e ainda estava lá, escondida num cantinho, à espera que me lembrasse dela. E quando me apercebi, gritou pela minha atenção, arrebatando-se com esta repentina saudade de escrever literatura.
Mas a realidade, o tangível e o sensível não o vêm permitindo, não o permitem neste preciso momento, e a minha cabeça já vai longe daquele mundo e não sabe em que parte daquelas vidas parou a câmara de escrever.
Eu sempre havia dito que quando tivesse um amor real para viver ia deixar os livros de lado — pelo menos no princípio. Acho que está na hora de voltar. E, no entanto, enquanto aqui estiver em Aveiro, enquanto as aulas não acabarem, o tempo é uma variável que se gosta demasiado rápido e nunca, jamais, sobra.
Não é um sacrifício. Viver é estabelecer prioridades. E prioridades é sinónimo de abdicações. Eu não abdico. Adio. Não estabeleço um plano. Vou traçando metas.
E a vida está perfeita como está.

Smoke me
I wanna be your poison tonight
Smother me
I can't hardly breathe anyway...

terça-feira, 17 de maio de 2011

Talvez

Talvez tu não saibas, quantas horas são precisas para acertar um coração.
Talvez tu não penses, até um relógio parado está certo duas vezes por dia.
Talvez tu não imagens, mas o espaço que há entre um e dois é o de um beijo.
Talvez...
Talvez tu não saibas, para ser feliz é preciso estar apaixonado pela vida.

domingo, 15 de maio de 2011

depois do enterro '11...

Rimos,
Chorámos,
Gritámos,
Lutámos

E agora já trajamos.
(L)EE

sexta-feira, 6 de maio de 2011

break point

Quero traçar um linha bem espessa entre esta história e a anterior, entre esta voz e a anterior, porque embora pertençam à mesma pessoa, não pertencem ao mesmo estado de espírito.
Este nada tem a praguejar. Nada tem a dizer, na verdade. Este sente-se no limite inferior da esperança e no limite superior da desilusão. Este sente que quer falar, mas não encontra as palavras — e, no final, sabe que são inúteis.
Não se pode obrigar ninguém a ver. Mas custa, custa quando pensávamos que alguém nos conhecia, e no final parece que essa pessoa tem uma imagem tão errada de nós — que não nos conhece de todo.
E é tudo.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Púdicos da linguagem: NÃO LEIAM!

Fode-me a vida até sangrar. Até as minhas palavras eloquentes virarem palavrões crus e ferozes, como a merda que dizes todos os dias. Os actos falhados ressoam nos meus ouvidos como sinos furados gritando um calão rude de além-mar.
Esta noite não é fácil. Mas para o diabo que te leve se me fodes a cabeça por mais um minuto que seja! O meu sangue já corre célere nas veias das minhas têmporas e não é por nenhuma maldita boa razão.
Que ele venha rápido, por amor de Deus!
Estou farta de pensar em ti! Não importas, não, diabos, não! Não desde o momento em que me falas como um puta estúpida que só cresceu mentalmente o suficiente para aprender que todo o mundo gostas de foder os outros!
Ah, se imaginasses a confiança nua que existe na troca destas bestialidades! Se soubesses que grau de intimidade é necessário para as proferir sem consequências! Se imaginasses o amor que é preciso para chamar puta a alguém e ela reagir como se lhe tivessem chamado de querida!
Para o inferno com o que chamas falta de respeito! Sim, isto É para ti!
Porque acabas a martelar-me o cérebro com a merda que dizer! Revolta-te para dentro e não leias mais! Que caralho, não me venhas com comentários que eu não te quero ouvir!
Se não fosses tu, ninguém mais tinha de suportar esta linguagem vil e nojenta de revolta sublimada contra o teclado do computador.
Fode-me mais um pouco esta noite, que amanhã eu já vou deixar de pensar em ti novamente.
Maldição, não hás-de ser assim tão importante! E podes insultar-me o quanto queiras. Perdes mais valor a cada palavra. Mesmo que quem diga os palavrões seja eu.
Lamento-o e é tudo.
Não voltei a chorar.