sábado, 21 de maio de 2011

Coleccionar memórias

Vai na volta e tropeças na rua com a vontade de viver.
Podia ser a grande abertura para a minha dissertação iluminada desta noite. Não. A luz neste quarto é artificial e o mais puro brilha singelo no escuro e não se vê mas sente-se.
Andamos a coleccionar memórias, para um dia em que a distância à vida, aquela que nos dá a mão na rua, nos agarra o rosto e nos beija suavemente, for demasiado grande, e a inconsciência dos sonhos seja mais solitária mesmo no já tão privado e íntimo que é sonhar. Andamos a coleccionar matéria de pensamento, álbuns de fotos, vídeo, tudo o que seja, com cor, som e cheiro, para depois revermos uma e outra vez, com um aperto no peito, quando a pressão sobre ele não é a do teu corpo. Andamos a tapar os buracos que a saudade vai abrir com promessas de amor e reencontro.
E são duas da manhã, a cama está desfeita, as luzes estão acesas, os computadores ligados. Andamos a trocar as voltas ao dia, às horas, às convenções.
Não importa. Ser jovem e apaixonado é ser rebelde, fazer tudo ao contrário e gostar de viver assim. Gosto de viver assim.
Um dia ia na rua e tropecei na vontade de viver. Sorri.
Eras tu.

2 comentários:

ROxanne' disse...

Quando eu tropeçar na rua vou sorrir e dizer:
Foste tu maninha :p

Rachel disse...

Do sweet! :)
(L)