terça-feira, 11 de outubro de 2011

a queda dos anjos

O tempo passa e tudo permanece igual por aqui, numa inconstância angustiante que de anormal se vai tornado a realidade de cada dia. Aveiro morre lentamente dentro de casa. As ruas tingem-se de uma melancolia que escorre pelas janelas. Um frio insípido arrasta-se pela superfície da pele, resistente e insistente. Já houve mais gargalhadas a reverberar nestas paredes. Agora, as conversas são pontuadas por pesados silêncios e olhares incertos. A cidade calou-se para ouvires a tua consciência estrangulada e o teu coração despedaçado. São outras estas mãos que te amparam, são tudo o que tens nesta página da vida. E o dia desenrola-se, a noite desaparece, e o calendário consome-se. Aprendemos a sobreviver assim, com o melhor do que nos dão e o pior do que fizemos com isso. Porque os erros sucedem e a injustiça existe, o mundo é quadrado e a mente humana triangular. Choremos a rir. Estamos a perder os melhores dias da nossa vida.

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