quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Casamento

Faltam seis minutos para as três da manhã. Cheguei a casa há cerca de trinta e cinco minutos. Estou morta por dormir. Mas está claro que tal não é possível, senão não estaria a escrever. Por baixo do meu quarto, um rádio toca bem alto uma música bonita que não sei o nome; antes dessa, tocava La Camisa Negra. Ao que parece, todo o pimba do casamento não chegou ao meu tio. Eu já sei como ele gosta de pôr a rádio às tantas, mas bolas nunca esteve tão alto! A minha irmã mal podia abrir os olhos e agora está a jogar na Nintendo porque, obviamente, não consegue dormir. Acho que vou pôr os fones e ouvir a minha música. Depois de Tony Carreira e mais o cartório todo pimba preciso de algo decente. E parece que o rádio está para durar...
Enfim, andei o dia todo para escrever alguma coisa e nada. Não por me estar a divertir, julgo que apenas não surgiu a oportunidade. Talvez por parecer mal, não sei. Essa foi sem dúvida a razão na Igreja, porque eu estava a ponto de me deixar dormir. Deus! Ainda bem que eu nunca vou casar pela Igreja. O discurso do padre foi uma valente seca. Admito, não sou fã da Igreja Católica e apanhei umas quantas do padre que deram vontade de revirar os olhos. Para esclarecer, Cristianismo sim, Catolicismo não. Para mim, a Igreja é uma valente fantochada. Tão cheios de amor por Deus e pela Sua palavra e depois basta entrar numa Igreja para ver que nem sequer sabem interpretar uma das partes mais claras da Bíblia. Não repreendera Deus os hebreus por adorarem um bezerro de ouro? Não faz parte das Suas leis não adorar estátuas? Então o que fazem todos aquelas imagens mórbidas de santos e de Cristo pregado na cruz? Por amor de Deus! Resumindo, não achei piada nenhuma à cerimónia. Não acho que aos olhos de Deus um matrimónio se consagre comendo pão e bebendo vinho (um gole pequeno porque o resto é para o padre). Nem sequer houve beleza nas palavras de sempre, eternamente repetidas, embora os cânticos até não fossem maus, ainda que mais do mesmo. Definitivamente, eu não quero jamais algo assim. (Conveniente nem o poder por não ser sequer baptizada.) Sinceramente, nem sei se quero casar. A cerimónia vale zero para mim, o mais bonito são o vestido e as fotografias, dá tudo um trabalho dos diabos e custa uma fortuna! Não, muito obrigada.
Mas não era isto que eu queria começar por dizer. Afinal, saltei a parte em que fui arrancada da cama para tomar banho e de como no final pude sorrir e orgulhar-me. Sim, porque hoje eu sentia-me bonita e nada tinha a ver com o vestido. Gostei de como a maquilhagem realçou o meu olhar e de como o cabelo enquadrou o meu rosto. Não sabia realmente o que fazer com ele, mas felizmente não tive de me esforçar muito para que me agradasse. (Deixo depois uma fotografia para os curiosos!) O outro problema que me atormentava pela manhã era como ia aguentar todo o dia com os sapatos. Não houve propriamente uma solução para isso, apenas passar mais de metade do dia sentada. E no entanto doíam. Enfim... Já me dou por feliz por não ter experimentado o chão. Porque a calçada é o Inferno dos saltos altos e o calceteiro aqui da aldeia era o próprio Diabo! E, embora seja perto, o caminho da casa da noiva à Igreja é uma armadilha. Eu fi-lo quatro vezes. Uma experiência a tentar não repetir.
O raio do rádio ainda toca lá em baixo. São 3:40. Deus, será que ele não dorme? Eu já que agradecia. Por alguma razão, sinto-me bastante cansada. Não me tenha movido muito. Nem uma música dancei, e culpo a música, não os sapatos. Muito bom para quem aprecia o género. Eu não. Mas não foi mau de todo; a comida era boa, e entre água, sumo, cola, sangria, champanhe e algo delicioso e alcoólico para cortar o sabor entre os pratos, acho que bebi mais do que comi. Mas sinto-me bem. Tirando o peso das pálpebras. E por aquela foto linda, o dia valeu a pena! Estou a brincar, claro, mas gostei de uma fotografia minha sozinha que o fotógrafo se lembrou de tirar. E isso é coisa rara. Eu costumo odiar as minhas fotos. Mas hoje estávamos bonitos e felizes... excepto a minha prima que a certa altura que lhe deu para o amuo e a impertinência. (Ups, ela vai ler isto! Azar!) Foi... apenas um casamento. Como um casamento deve ser. Feliz. E espero sinceramente que essa felicidade dure.
Acho que agora vou tentar dormir. O rádio continua mas os olhos estão demasiado pesados. Raios, faltam dois minutos para as quatro da manhã! Um...
Talvez fique com a minha música. De olhos fechados. Quatro horas. Boa noite!

6-Setembro-2009

1 comentário:

Rafaela Neves disse...

oh tu estas tramada minha menina kuando te apanhar nem sabes o k te vai acontecer!