Havia qualquer coisa que eu queria dizer. Qualquer coisa que eu me havia lembrado, e andava a par com a necessidade de encontrar o caminho até aqui.
Não sei o que foi.
Assim, por ideia e sugestão de uma grande amiga minha — grande num bom sentido, no melhor dos sentidos — vou deixar de lado o que quer que era suposto escrever, e fazer uma lista das coisas que mais me dão prazer fazer.
Tentarei fazê-lo por ordem, mas não prometo nada. (;
Ora espreitem:
— Escrever, claro está, romances, poemas, histórias de 5, 50 e 500 páginas, cartas, desabafos, letras... o que me vai na alma e o que vai na alma de quem não existe. Dar as palavras à páginas branca, enchê-la, preencher o vazio, criar. CRIAR.
— Ler. Nos eleitos, livros com uma colher de romance e outra de sobrenatural; a minha receita perfeita.
— Ouvir música, em qualquer momento, em qualquer lugar. Não qualquer música, mas enfim, há que ser um pouco esquisito. Para concentrar, para embalar os pensamentos, adormecer, para encher a mente, ocupar o tempo, chorar, rir. Amar.
— Sonhar acordada, horas e horas, imaginar, perder-me em diálogos com as minhas personagens, na pele delas, na minha. Falar sozinha, não importa o que digam. Sentir as palavras a verter na minha mente, como poema que nunca chegará ao papel, e reclamar, uma e outra vez, pela falta de um gravador de pensamentos.
— Sentar-me no chão do quarto, ou da sala, e montar um puzzle. Por falar nisso, tenho um mal começado, mas tempo... Quando acabar o livro em que estou a trabalhar, vou fazê-lo. É nesses momentos, música nos ouvidos, peças nas mãos frias, olhar atento, que a mente divaga e as ideias vêm. Momento de inspiração, de criação. Preciso!
— Ver filmes, séries, comendo pipocas doces com chocolate, a invenção mais recente da minha mãe. Ai, chocolate! E qualquer coisa boa na televisão, acção e suspense, romance e sobrenatural; já sabem os ingredientes.
— Desenhar, para aqueles momentos em que nada nem ninguém apetece, somente um pouco de tranquilidade, fugir à rotina, que tirando os rabiscos das aulas, é coisa excepcional. Mas quando o é, sabe bem, seja a lápis, a esferográfica. Ah, a caneta! O cheiro da caneta riscando o papel, seja ou não delírio do meu nariz, cheira-me a mim a amêndoa amarga, tão bom!, que me faz lembrar a galette de rois que a minha avó faz na altura dos Reis.
— Passear, à chuva, ao Sol, sozinha, ou não, mas apreciar a paisagem, saciar os olhos no mundo, se for ele novo melhor ainda, e tirar fotografias, captar cada detalhe para depois recordar, ou não, simplesmente gozar o momento em que objectiva capta o espaço e o engole, eternizando aquele grão de areia do tempo.
— Conversar com um amigo com quem não falava há muito tempo, perdoem-me aqueles com quem falo todos os dias, e recordar por que gostava de tal pessoa, descobrir como ela ainda me consegue fazer sorrir, como ainda me conhece, como o passado não é página de diário deitada ao lixo.
— Sorrir, então não, rir até me doer a barriga, chorar de felicidade, não conseguir tirar aquele estúpido sorriso orgulhoso do rosto, saltar-me os parafusos e comportar-me como um criança eufórica, são raras as vezes, testemunha-as mais a minha irmã e a minha prima, que a loucura delas às vezes é contagiante.
— Andar de bicicleta e sentir o vento da cara, a liberdade, pura e simples, de viver somente o instante. E viver, sim. Os bons e os maus momento, que é assim a vida. Acima de tudo, VIVER.
— E mais, mais, mais. Sentir a chuva no rosto. Chorar por ouvir aquela música especial. Recordar. Acabar um livro. Abraçar um amigo. Ouvir e sentir como somos importantes e como gostam de nós. Dizê-lo. Observar o mundo, os outros. Alcançar objectivos por mim marcados. Prometer e cumprir. Acreditar. Partilhar. AMAR.
Nunca escrevam a palavra fim. Há sempre algo mais a dizer.
1 comentário:
na vida temos muitas coisas k nos dao prazer e kuase k aposto k te eskeces.te de algum. e kuanto aos raros momentos de loucura digamos k no k depender d mim e da mimi a nossa loucura vai.te contagiar este verao;D
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