sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Ser eu é apenas ser

Sinto que não consigo fazer nada. As emoções são tantas que simplesmente me vejo bloqueada entre um turbilhão de sentimentos velhos, novos, divinos, humanos e, acima de tudo, inesperados.
Deixemos a racionalidade para trás das costas, nada é conforme pensamos que possa ser. E eu crio expectativas suficientes para saber que nada bate certo; o que pode ser uma delícia… ou não.
Tenho realmente frio agora, e pergunto-me se é só da temperatura. Mas ainda está tudo bem. Genericamente falando. Dói-me a garganta e não gostei da resposta; não obstante, continuo a sentir-me bem na minha própria pele. Assim como o dissera na aula de Português. Apesar de que, depois de vários e vários se terem chegado à frente e aberto uma janela da sua alma para deixaram uma repressão voar, eu pensei para mim se não teria ainda algo para libertar. Não encontro o quê. Não agora. Ou bem, talvez pudesse apontar o nervosismo miudinho, a ansiedade, a fraca mas existente insegurança, aquele medo que sempre temos de que as coisas não resultem… Mas nada disso eu considero máscaras, não agora, não nestas proporções. Diria antes serem algo saudável sem o qual até as boas emoções perderiam parte de tudo aquilo que as torna únicas e inesquecíveis.
Sabia que iria acabar a falar da aula. A professora pediu uma reflexão e, embora tenha acabado de decidir que é este o texto que lhe chegará às mãos, não o escrevo para Português. Escrevo-o para o blog, escrevo-o para mim. Porque esta salada de emoções empurrou para um canto a literatura e agora somente consigo matar a minha sede de palavras com estas reflexões.
Assim que tenho que voltar atrás. Ao papel que… oh, sim, tenho de ir tirá-lo do bolso das calças… por coincidência ou destino – palavra importante da aula de hoje, e com igual importância pessoal – me calhou. Era a grande chave do momento, a mensagem, a meta para a qual me proponho a andar e da qual sinto estar mais próxima a cada dia deste ano tão marcante. Dizia:
Sê tu próprio
Tanto que diz tão pouco, que sinto ter bloqueado por falta do que dizer. Encontrá-lo com o olhar foi dar-me conta de que agora era verdade, e que antes não o fora. E estava bem, realmente bem até que a conversa caiu para a perda e para a saudade e eu não pude evitar, nem quis, que aquelas duas lágrimas sulcassem um rasto que não foi doloroso no meu rosto. Não tive vergonha de as mostrar. Sentia que não tinha nada a esconder, apesar de me sentir incapacitada para falar (e aqui não acho justo culpar somente a dor de garganta). Assim, que, no fundo, chegara lá. Porque se não havia nada a esconder, não tinha realmente nenhuma máscara. Eu própria. Simplesmente.
Não gosto de escrever no computador quando está frio. Os dedos ficam gelados, o corpo fica gelado… Mas o coração ainda está quente. Ainda há um sorriso de criança nos meus lábios. Maior agora, quando pensou na outra revelação da aula de Português. Sinto-me capaz de acreditar em mim e faço-o. É certo que os elogios têm um grande poder, mas não me deram nada de novo. Eu sei que já o sabia. Eu sei que já o acreditava. Assim que medo, só o da morte. Mas Ricardo Reis tem razão numa coisa: não devemos perder tempo a pensar nisso; antes aproveitar o presente e tudo o que ele tem para nos dar.
E o meu presente vem com a promessa de que lutarei para fazer tudo o que possa para o tornar melhor. As peças já estão todas lá, só falta montar o puzzle.
Aposto que tem uma imagem bonita.

1 comentário:

catharà disse...

Ou bem, talvez pudesse apontar o nervosismo miudinho, a ansiedade, a fraca mas existente insegurança, aquele medo que sempre temos de que as coisas não resultem… Mas nada disso eu considero máscaras, não agora, não nestas proporções. Diria antes serem algo saudável sem o qual até as boas emoções perderiam parte de tudo aquilo que as torna únicas e inesquecíveis.

Bem raquel, isto para dizer q para alem de seres estranha... eu sou parecida ctg. e andei pela tua outra "casa" e realmente confirmo.