sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Baile

Foi um baile de início de ano, não o de finalistas que vamos organizar no final do ano. Tão tentador que, quando as bombinhas começaram a estalar e o alvoroço entupiu os corredores, eu larguei a fugir, ansiosa por sair dali...
Ia sozinha. Não importa todo o surrealismo, a tinta em madeixas castanhas nos cabelos delas, os papéis de história cobrindo o chão como uma carpete. Não importa nada disso. Importa que elas estavam lá. Importa que ela estava lá, realmente bonita num vestido azul-escuro acetinado, com uma só alça, subindo um complexo de escadas metálicas, para, quem sabe – eu não –, uma plataforma de desfile.
Importa que eu pedi para não sonhar com ela! E certamente não sonhar com ela olhando-me daquela forma, superior, indiferente. Estranha e fria.
Isso foi mesmo antes das partidas com as bombinhas de estalos. Assim, realmente porque fugi eu? E mais, de quem?
Queria deixar isto para trás. Convencer o meu inconsciente de que não mais quero saber dela. E quero? Digo que sim, e digo-o com confiança. Mas a voz fala pela razão.
Provavelmente só dou espaço ao coração quando estou a dormir. Por isso sonho...
Bem, sorte a minha que passo, literalmente, três quartos do dia acordada. E devia reduzir mais. Visto que, para sonhar, é porque dormi o suficiente.
E eu que pensava que gostava de sonhar...

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