sábado, 13 de fevereiro de 2010

Ouvir-me

E um dia vamos ser nós dois a discutir filosofia...

Por voltas e mais voltas, acabamos sempre no mesmo lugar, e não sabes quem estás a enganar, a vida é o momento, e o momento está a passar. De olhos fechados, sentes-te no mar, e quem te embala não é o silêncio, o silêncio vem para acabar.
E são as palavras os alicerces, as perguntas a racionalidade, e não vês a monotonia de contar a monotonia, e és dilema e és indecisa, querer e não querer, chorar por ter, e por não ter. Eterna insatisfação, e para quem não escrevia poesia, bem vai aquele dia, e agora a rima entra e tudo vai, o sonho flui e o pensamento cai.

Talvez não saiba o que dizer, como o dizer, para que o dizer. Talvez seja eu um eufemismo, e viva "eufesmismando" tudo o que me rodeia, até que solta-se o pano e quebra-se o cristal, e sou louca, sou irracional, e maldita veia poética, que se lembrou de acordar, faz de tudo uma brincadeira, mera gente a voar, nada senão nada, e fugidios pontos finais.
Porque precisava de conversar, não comigo, não mais comigo, mas nessa imaginação alimento a ausência, alguém que ouça com paciência, e perceba, enfim perceba. Alguém que saiba ver, com os olhos da realidade, e não cegue de sonhos, porque os sonhos não devem cegar, devem guiar, e há que ter esperança, sem perder a racionalidade, ou perde-se a humanidade.

E um dia vamos ser nós dois a discutir filosofia...

1 comentário:

Rafaela Neves disse...

Sabes que podes sempre falar comigo. Sempre que precises de ser ouvida, sempre que precises de alguem com quem desabafar tens.me a mim e de certeza que as tuas colegas te vao dizer o mesmo.