terça-feira, 7 de setembro de 2010

Droga minha

Por vezes a imaginação é como uma droga que só não corrói o corpo.
Mas intoxica a mente.
Distorce os sentidos.
Envenena a realidade.
Por vezes este delírio acordado é toda a dopamina que preciso.
Por vezes, por vezes.
Quando me prendo a ele, perco-me.
Quando me leva com ele, desapareço.
E amo mais, sinto mais, vivo mais. Até ver.
Por vezes adoeço com o regresso ao mundo de verdade.
Faz falta, tanta falta!
Vazio, tão vazio!
E as minhas mãos caminham sozinhas na noite.
Dão vida, criam ilusão.
São minhas e tuas e deles.
E cega, acredito.
Por vezes a imaginação é como uma droga que só não corrói o corpo.
Mas os olhos vêm o que lá não está.
A pele aquece sozinha.
E a alma sente-se feliz.

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