Um beijo, um abraço.
Um “vens comigo?” ou “também queres vir?”.
Uma conversa sobre férias durante a correcção do teste de Direito. O anúncio do filme que queremos ir ver.
Uma aula de Português, uma vela na mesa, uma pedrinha com a palavra “Amor” e uma carta com um poema. Símbolos...
Uma mensagem na aula de História, para lembrar a tarde que viria.
Um filme de terror no conforto da minha cama, bem acompanhada.
Uma troca cúmplice de palavras com a mãe.
Um olhar arregalado perante o livro que escrevi. Um “também quero ler!”.
Um PowerPoint feito pela minha irmã, com muitos “adoro-te mana”.
Uma conversa deliciosamente banal à porta de casa. Vais aprender a montar o cubo.
Um bocadinho de puzzle, para matar saudades, no chão da sala, a ouvir música. Só faltava a lareira acesa.
Um livro que de repente já dá vontade de ler.
Um telefonema que te interrompe mas te faz sorrir. Planos para sábado. Bicicleta outra vez?
Uma outra noite que chega em frente ao computador. Portátil agora ;)
Um dia que amanhece frio, mas se faz feliz e se faz quente.
Porque não somos felizes. Não há essa felicidade duradoura como um tapete vermelho sobre o qual caminhamos.
Não, não acredito que alguma vez sejamos felizes. Acredito, sim, que possamos estar felizes. E que possamos estar assim por muito tempo, se for esse o caso.
E tudo o que basta, são estes pequenos momentos.
Vamos apanhar uma pedra do caminho e transformá-la num novo começo.
Já Fernando Pessoa dizia:
“Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...”
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