segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Amanhã

Não parece que seja já amanhã. Não pode ser já amanhã. Passou…
A correr.
Eu não faço anos amanhã, amanhã não é dia 8 de Dezembro.
É? Certeza?
Não houve contagem decrescente este ano. Não houve ansiedade. Não houve nada. Nem consciente estou de que é amanhã.
Oxalá não fosse. Quem me dera que tivesse sido ontem. Não sei se estou preparada para amanhã.
Não é que eu não tenha mentalmente dezassete anos há uns tempos, não é? Se calhar até tenho mais. Muito mais. Mas para efeitos oficiais, a data que aparece no bilhete de identidade é a que continua a contar.
De qualquer forma, continuaria a preferir passar o dia no conforto de casa. Mas vamos lá bem para o meio da confusão que se espera de um centro comercial a um feriado. Não é a primeira vez, assim que garanto que sobrevivo.
Mas bem, continuo a achar que não é amanhã. Não me entra ainda que só faltam duas semanas para estar de férias, por muito que as deseje. Não percebo como o tempo passou tão depressa. Quem carregou no botão high speed outra vez?
E no entanto, não era isso que eu queria? Que o ano passasse depressa para ir para a Aveiro?
Já me haviam dito para ter cuidado com o que desejo. Mas suponho que ainda seja tolerável. Talvez quando o terceiro período se aproximar é que eu me vou arrepender, olhar para trás e pensar “quem me dera que tivesse durado mais um bocadinho”.
Anyway… é o que eu quero.
Liberdade, liberdade, liberdade. Essa é realmente a minha essência. Já o percebia quando odiava que a minha mãe ditasse as horas a que me devia deitar. E isso era um sintoma leve. Assim que estar sozinha vai ser o paraíso.
Independência vem logo a seguir a liberdade.
Ou seja, devia estar a ansiar pelos dezoito. E no entanto, nem noto a chegada dos dezassete. Esta que era a idade que sempre exercera em mim aquele fascínio.
Não importa realmente. Tanto quando sei, o único impedimento verdadeiro de ser menor é não poder tirar a carta e, sinceramente, também não é algo pelo qual anseie. Eu e os transportes públicos temos uma boa relação. Conduzir não é de todo algo que me seduza. O que não significa que goste de ser conduzida por outros; não em planos que fujam ao transporte. Andar a pé então é fabuloso. Queria viver assim, perto de tudo o suficiente para ir a pé. Talvez tenha sorte, lá em Aveiro.
Tinha começado a falar sobre amanhã.
É ridículo, mas tenho medo de amanhã. E realmente não há qualquer razão para o recear. Daí o ridículo.
Amanhã não é amanhã. Ainda não.
(E quem pensas ser para achares que podes mudar isso?)
Ok, está bem.
Amanhã faço dezassete anos.
Anos, certo. Certíssimo.
Amanhã?
Completamente errado.

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