terça-feira, 26 de maio de 2009

E depois quem diz a verdade é o mal visto

Não sei ao certo por onde começar. Sei que isto não foi um sonho, mas também não foi nenhum pesadelo. É a vida, crua e nua. São as pessoas, na sua natureza mais vil. E as pessoas não prestam.
Está dito. Ponto.
Penso em alguém – vários alguéns – em concreto, mas, lamentavelmente, isto aplica-se a todo mundo. Talvez até a mim, sim, certamente a mim – às vezes.
É estúpido como somos capazes de permanecer calados muitas vezes. Como conseguimos engolir as palavras. Eu ainda engoli algumas. Digo e repito: eu sou demasiado boa (de extremos: preto ou branco). Silencio para não magoar os outros. Porque quando é para ser má…
De qualquer forma, há coisas que não suporto. Talvez devesse ter-me calado também naquele dia, mas porquê? Não faz parte da minha natureza encobrir mentiras. Pode ter sido uma vingançazinha infantil, mas eu prefiro acreditar que não. Há coisas que não se fazem e eu já estava indignada muito antes dela se ter plantado à porta da sala depois de ter pedido para sair 20 minutos (20, não 5 como dizia hoje!) mais cedo para supostamente apanhar um autocarro – e bastariam esses 5. Teve azar de ter sido eu a vê-la. E eu tive azar porque fui que, que num comentário pouco discreto, a denunciei. E no final, quem agiu incorrectamente? Eu, dizem. De quem será a culpa se o professor não voltar a deixar sair mais cedo? Minha, claro. E esses mesmos que criticam e apontam o dedo são aqueles que se vêm colar a mim quando há algum trabalho para fazer. Porquê? Porque a excelente nota dá-lhes imenso jeito. Para mim, só há um nome para isto: oportunismo. E este foi só um exemplo.
Ao que parece, hoje foi um óptimo dia para revelar o carácter das pessoas. Podia também falar do teste que roubaram à professora de Português enquanto esta se debatia com o problema de ter pago o bilhete para o teatro de alunos que decidiram que já não valia perder tempo a ir, mas não vale a pena. E sinceramente, já não me surpreende. Todos os que nos rodeiam parecem ter o dom inato de, mais tarde ou mais cedo, nos desiludirem. Talvez seja essa a fraqueza do seu humano… Ou o problema se chame mesmo egoísmo.
Não me chamo de santa, mas há limites para tudo, não? Eu gostava de acreditar que sim.

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