Sim, eu não me enganei a escrever o título. O habitual para a maioria das pessoas seria sonhar algo e tão, se tivesse realmente muita sorte, vê-lo tornar-se realidade - ou então, passar o resto da vida desejando-o. Eu também costumo funcionar assim. Mas há noites em que as coisas se passar ligeiramente ao contrário e torna-se muito difícil perceber em que momento a realidade se transforma num sonho - e quando dito sonho, eu refiro-me mesmo a sonhos, daqueles que temos quando estamos a dormir. É como se a nossa cabeça saltasse o momento em que caí na almofada e continuasse a agir tal qual faria se não houvesse aquela pausa, aquele fim: por esta noite já chega, vamos dormir. Eu queria continuar lá, dançando toda a noite, aproveitando, aproveitando, aproveitando, cada minuto, cada segundo, sorrindo, rindo, rindo, desmanchando-me a rir, cambaleando o suficiente para não andar direita, mas perfeitamente capaz de dançar, dançar, dançar sem parar, naquele ritmo contagiante, como talvez nunca havia conhecido. Mas isso acabou. Eu voltei para casa e adormeci. Então voltei lá, em sonhos, para continuar a dançar noite fora, para me esquecer da minha mãe e deixá-la meia hora à espera, à porta discoteca, para que ela entrasse para me vir buscar, e então para ficar ainda mais uns minutos, dançando, dançando. É claro que eu não faria isso na realidade, mas naquele sonho, essa era a minha consciência de realidade, porque estava muito próximo dela. Daí eu ter ficado tão preocupada... Foi no mínimo estranho, mas não inédito. Como o tempo acordada não fora o suficiente, eu vivi o resto sonhando.
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