terça-feira, 14 de julho de 2009

Silêncio

Invulgar. Este silêncio é invulgar. E seria quase perfeito não fossem as tecladas, quebrando-o de cada vez que pressiono uma letra. O som leve de fundo do computador a trabalhar também está aqui. E então a ventoinha, muito insignificante.
Mas não há vozes. Silenciaram-se subitamente, como respondendo ao meu apelo. E eu silenciei a música. (A minha cabeça exigia-o depois de ler e ouvir música ao mesmo tempo.)
O espanta espíritos às vezes tilinta quanto a ventoinha sopra na sua direcção. São como sinos… Perturba mais a cadência da escrita, que se sobrepõe a eles, bem como ao resto.
Ainda assim, a casa está silenciosa. Não sei se completamente vazia para além de mim, mas silenciosa.
Eu gosto desse silêncio. Eu queria-a assim sempre. É inspirador… Excepto que hoje não me sinto minimamente inspirada (cabeça?). De qualquer forma, eu queria escrever sobre algo. E a única coisa que me chamou a atenção foi precisamente aquilo a que ninguém dá atenção.
O silêncio.

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