sábado, 4 de julho de 2009

Se...

If everyone cared and nobody cried
If everyone loved and nobody lied
If everyone shared and swallowed their pride
We'd see the day when nobody died

If Everyone Cared – Nickelback

O Mundo é perfeito. Não importa o que se diga, não importa o que se pense, o Mundo é simplesmente perfeito. O único problema são as pessoas…
Não podemos travar o ciclo da vida e da morte, é assim que as coisas são e é assim que vai continuar a ser. A imortalidade está nas memórias que deixamos quando partirmos.
Quando as coisas correm bem, não paramos sequer para as questionar. Todavia, quando o comboio descarrila, todos perguntam porquê. Se sorrimos, sorriem-nos simplesmente. Se choramos, perguntam-nos o porquê das nossas lágrimas. Como se a felicidade fosse natural, e a tristeza a coisa mais absurda desde mundo. Todos a questionam. Nós também. Se caímos, perguntamos: porque é que não tive cuidado? Se erramos num teste, perguntamos: porque é que eu não estudei mais? Se alguém nos deixa, perguntamos: porque é que isto tinha de acontecer?
Porquê, porquê, porquê…
O problema não está no porquê, mas no “se”. Não adianta perguntar porquê. Depois das coisas estarem feitas, nada jamais nos permitirá faze-las de outro modo. Mas ajuda pensar “se…” Imagino muitas vozes erguerem-se a protestar. O português é muito relativo. Vamos a uma lição de gramática inglesa? Muito genericamente, os ingleses dividem as frases “se…” em três tipos: possível, improvável e impossível. Nós só temos de pensar deixando o último de lado. “Se tivéssemos feito isto” é um pensamento que não vale nada. A tal história de depois das coisas estarem feitas… Deixando o passado no passado, foquemo-nos no futuro. “Se eu fizer isto, então…” é um pensamento que poucos tomam em conta. As pessoas só pensam depois das asneiras estarem feitas. E assim estragam o Mundo perfeito em que vivemos.
A Vida é um “se”, nunca um porquê. Porque se questionarmos os “ses”, sabemos o que acontece se… e mais tarde não teremos de perguntar porquê.

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