Vento. Som. Suspiros de alma. Gritos. Paz. Natureza. Vazio de multidão. Uma história. Um caminho na mata. Lixo. Luz. Vida. Ou restos dela. Obstáculos. Uma mão que nos ampara a queda. Velocidade. Silêncio.
O que encontramos ao nosso redor não é mais do que um reflexo do que há em nós próprios. O chão, firme, duro, quente, sob os meus pés. O mesmo de ontem, e ontem, e ontem. O mesmo de amanhã. Imutável, ou assim podia parecer. Uma história, milhões delas, todos os dias. Tantas vidas, lentas, pausadas, velozes, descompassadas, ofegantes, relaxadas. Cada passo um espelho dessa mesma forma como levamos a nossa vida. Uns correndo, outros arrastando os pés, por obrigação ou por prazer. É fácil descobrir: olhos no céu ou olhos no chão. Mas ninguém olha para si. As pessoas preferem olhar umas para as outras, ver os defeitos das outras: demasiado depressa, demasiado devagar. Nunca olham para elas próprias. Medo talvez. Vergonha, diria eu. Não importa. O melhor reflexo de uma pessoa não está no espelho, mas no que a rodeia.
Pergunto-me o que mostra o meu reflexo. Silêncio. Solidão. Tristeza? Não hoje. Nostalgia. Melancolia? Perto, neste momento. Alma de negro. Luto por um sonho. Lábios colados por segredos. Olhos que nada perdem, mas quase tudo ignoram. Um reflexo de espelho antigo, moldura retorcida de ferro escuro e vidro baço, esfumado, que dá uma imagem distorcida, errada. Eternamente esperando que alguém venha e limpe o espelho, para deixar somente de olhar, e ser também vista.
Pergunto-me o que mostra o meu reflexo. Silêncio. Solidão. Tristeza? Não hoje. Nostalgia. Melancolia? Perto, neste momento. Alma de negro. Luto por um sonho. Lábios colados por segredos. Olhos que nada perdem, mas quase tudo ignoram. Um reflexo de espelho antigo, moldura retorcida de ferro escuro e vidro baço, esfumado, que dá uma imagem distorcida, errada. Eternamente esperando que alguém venha e limpe o espelho, para deixar somente de olhar, e ser também vista.
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