sexta-feira, 24 de abril de 2009

Porque o passado nunca se esquece

Se compreendesses não falarias assim. Se pudesses imaginar não lhe chamarias de loucura. Não vês como não é dor, porque dor, essa não sente na pele mas no coração. É a fuga para o desespero. A alternativa às lágrimas. Porque nem sempre se pode chorar, nem sempre se pode mostrar a nossa fraqueza. E suportar uma dor insignificante é tão melhor. Igualmente mal visto talvez, mas deixa de ser sinónimo de dor, para ser sinónimo de loucura. Felizes são os loucos e isto não é felicidade. É agonia. Uma revolta que não se expressa com palavras; uma dor que se combate com dor. A nossa dor. Dizem não fazer sentido. Há quem prefira descarregar a frustração nos outros; eu simplesmente não me magoo mais do que a mim própria. Altruísmo quem sabe? Mas não é esse o propósito. E porquê explicá-lo? Ninguém entenderia de qualquer forma.
Dez 08

Algo que eu escrevi há meses, pensando num passado ainda mais distante. Um passado com anos, que ainda hoje me acompanha. Fora uma conversa que o trouxera, e então expressões de choque, porque fizeste isto, porque fizeste aquilo. Ninguém compreendia. Ninguém ainda compreende. Nem eu. Ultrapassei-o, devaneio louco da primeira paixão, mas o mal, o vírus continua cá, esperando uma quebra nas minhas defesas - uma quebra grande - para me atacar outra vez. Não tenho medo. Todo o mal que eu possa fazer a mim própria, não é nada comparado com o poder que os outros têm para me magoar. Sou vulnerável, como todos nós. E cada um de nós tem a sua maneira de se amparar aquando dos empurrões da vida. Cada um de nós tem o direito de escolher como se há de levantar, ou se se há de levantar. Cada um de nós tem o direito a lidar com a sua dor conforme quiser. Não me arrependo. Mostrou-me que há maneiras correctas de fazer as coisas, e aquela, bem, aquela era errada...

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