Algarve, de novo. É estranho ver como passaram tão rápido estas três semanas. Ou assustador como certas memórias permanecem tão vívidas e fortes, que é como se tivesse sido ontem. Estar longe arrasta o antigo habitual para essa categoria de incomum que nos marca de forma diferente. Mas há algo de muito bom nisso. As velhas relações deterioram-se como papel no chão pisado vezes sem contada a cada passo de distância, mas aquelas que permanecem ganham uma importância sublime destacada pela saudade.
É com orgulho que declaro nenhum arrependimento nas escolhas que fiz. Não me canso de o dizer porque não me canso de o constatar. É como ter o melhor dos dois mundos, e ainda me assombra como tudo ficou tão bem e tão certo com uma única decisão.
No fundo, tudo se resume a pessoas. É tão simples quanto isso. Proclamamos independência, aspiramos a governar a nossa vida sozinhos e a construir com as nossas mão a tão cobiçada felicidade, mas ela não depende unicamente de nós. Depende, sim, de estarmos rodeados pelas pessoas certas. Lembro-me quando há uns meses me imaginava na universidade e censuro-me por desejar essa suprema independência de fazer tudo a contar só comigo. O melhor de Aveiro são as pessoas, e só compreendendo isso alguém percebe porque é que nós, algarvios, não morremos de amores pelos fins-de-semana lá — porque quando eles vão para casa, nós ficamos, mas não é igual.
Enfim surpreende-me que só faltem quatro semanas. Choca-me até. Eu gosto realmente daquilo, e embora quisesse poder alargar um pouco este curtíssimo fim-de-semana em casa, sinto-me algo dividida. E nunca volto triste para Aveiro.
1 comentário:
só discordo numa coisa, estas 3 semanas que passaram custaram bastante a passar, pelo menos a mim e ainda faltam 4 para eu poder voltar ao único sitio onde fui realmente feliz.
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