Acho que tenho um problema com este tempo. Sei que provavelmente não sou só eu, mas enfim. Talvez seja apenas uma questão de humor, que coincidiu com o tempo.
Mas continuo a não gostar do frio.
Não ando com vontade para nada. Preguiçosa até para pensar. Ontem à noite estava impertinente, chateada, não tinha nada de importante para vir escrever, talvez bloqueasse quando visse a página, mas queria vir no entanto. Não havia internet. Isso não ajudou ao meu humor.
Devia ter ido dormir. Fiquei acordada até às três e meia da manhã, com os enigmas da Pandora Box. Sim, para aqueles não me importava de pensar.
Esta manhã era para fazer um exame de Português. Acordei tarde, não me apetecia sair da cama. Estava frio. Quando finalmente me sentei à secretaria, saltei as perguntas para escrever e fiz as de escolha múltipla e verdadeiros e falsos. Odiei. Senti que não sabia nada, que não tinha a certeza de nada. Fiquei com medo, porque tenciono entrar na faculdade com o exame de Português.
Suponho que vá gastar muitas horas a estudar em Junho... Como se não bastasse o baile de finalista, projecto de turma que vai dar muitas dores de cabeça. Já não me lembro qual é a data, mas tenho a certeza que alguém já decidiu.
Alguém sempre decide, e só depois é que sabemos. Não acho que vá correr bem assim.
Enfim, aqui estou eu, depois de outra tarde gasta para não fazer nada, noutro domingo de chuva que antecede uma segunda-feira de aulas e... chuva. E frio. Muito frio. Odeio, odeio, odeio.
Assim, mais conversa que não vale nada. Queria voltar a falar de coisas interessantes, nada de futilidades da vida, mas a verdade é que temo estar a sentir-me um pouco fútil. Outra coisa que odeio.
Falta-me um propósito. Mais, falta-me vontade.
Sei o que quero fazer, mas não ando com a inspiração adequada para. Já não consigo escrever todas as noites. E agora os dedos doem por causa do frio.
Talvez seja de trabalhar em muita coisa ao mesmo tempo. Talvez seja a falta de tempo. Ou o excesso dele. Ou nenhum dos dois. Talvez me falte somente um pouco de incentivo.
Não, o que me falta mesmo é um pouco de paz. O silêncio da uma da manhã, tão perfeito. Mas agora não dá, porque há que acordar cedo, e eu já durmo pouco. Se dormir menos ainda, temo que não vá aguentar. Posso culpar o Inverno? É que antes eu acabava de jantar e ia para o computador, na secretária, no quarto, sozinha, e lá ficava a escrever desde as nove até à meia-noite. Agora tenho a lareira que é uma tentação, e o portátil que a permite. Ando mais próxima da minha irmã, passo mais tempo com ela, com jogos e puzzle. Menos tempo só, menos tempo para escrita.
Afinal de contas é o tempo. A forma como gasto aquele que tenho. Mas não sinto que seja mal gasto, muito pelo contrário. Só que essa hora, eu não posso tirar da noite, porque a tiro do sono e... ah, quem me dera não precisar de dormir!
Mas pronto, a minha família espera-me à mesa para jantar. É melhor não fazer a minha mãe chamar-me outra vez. É que eu sou sempre a última a chegar...
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