Os dias andam devagar. O ponteiro dos minutos dá duas voltas ao mostrador antes de o das horas decidir avançar para o número seguinte. Mas quando as pálpebras caem, ele ganha vida e roda muito depressa, tão depressa que acordamos horas depois sentido que se passaram meros minutos. Ele é tímido perante o nosso olhar desperto. Então o tempo passa a um ritmo desfasado, irregular. Não dormimos quando devíamos dormir. Não comemos quando devíamos comer. Tentamos por tudo manter as mãos ocupados, para com elas entreter a mente, silenciar os lábios que, pela centésima vez, se debatem com as palavras daquela mesma história, que todos sabem, mas que é repetida uma e outra vez, como se assim fosse mais fácil acreditar; como se por ouvi-lo muitas vezes, deixássemos de pensar que é apenas um sonho – um pesadelo – do qual iremos acordar em breve.
E assim acordamos todos os dias, com essa certeza de uma rotina mal estabelecida, que nos esgota o corpo para poupar a mente já exausta. Vivemos o hoje com medo do amanhã, mas ansiando simultaneamente pelo amanhã. Porque o hoje é mau e o amanhã poderá ser melhor. Mas poderá também ser pior. Ou igual – e isso é pior. É nos dito desde que nos lembramos que o tempo cura tudo. Mas o tempo não cura a saudade, não, ele aumenta-a cada vez mais, alimentando o nosso coração com um memória perdida que amamos e que jamais teremos de volta a não ser numa alucinação realista dos nossos sonhos, onde o tempo não só pára como, milagrosamente, volta atrás, para nos permitir viver novamente, por uns efémeros momentos, com aquela alma que partiu para sempre.
E um passo de cada vez, caminhamos em direcção ao futuro. Devagar, inseguros, nunca como antes, porque já nada será como antes. Forçamos sorrisos quando as lágrimas não vêm, mas de quando em vez elas assaltam-nos, imprevisíveis, dolorosas. Um passo de cada vez, juntamos os bocados que sobram de vida, num puzzle imperfeito onde falta uma peça no nosso coração. Um passo de cada vez, sobrevivemos com a ilusão de que o tempo poderá curar a ferida, quando na verdade, a cicatriz será tão eterna como o amor e a saudade.
E assim acordamos todos os dias, com essa certeza de uma rotina mal estabelecida, que nos esgota o corpo para poupar a mente já exausta. Vivemos o hoje com medo do amanhã, mas ansiando simultaneamente pelo amanhã. Porque o hoje é mau e o amanhã poderá ser melhor. Mas poderá também ser pior. Ou igual – e isso é pior. É nos dito desde que nos lembramos que o tempo cura tudo. Mas o tempo não cura a saudade, não, ele aumenta-a cada vez mais, alimentando o nosso coração com um memória perdida que amamos e que jamais teremos de volta a não ser numa alucinação realista dos nossos sonhos, onde o tempo não só pára como, milagrosamente, volta atrás, para nos permitir viver novamente, por uns efémeros momentos, com aquela alma que partiu para sempre.
E um passo de cada vez, caminhamos em direcção ao futuro. Devagar, inseguros, nunca como antes, porque já nada será como antes. Forçamos sorrisos quando as lágrimas não vêm, mas de quando em vez elas assaltam-nos, imprevisíveis, dolorosas. Um passo de cada vez, juntamos os bocados que sobram de vida, num puzzle imperfeito onde falta uma peça no nosso coração. Um passo de cada vez, sobrevivemos com a ilusão de que o tempo poderá curar a ferida, quando na verdade, a cicatriz será tão eterna como o amor e a saudade.
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