Como bonecos de porcelana, nós somos frágeis. E como bonecos de porcelana, em equilíbrio precário no alto de uma prateleira, são as nossas vidas. Um pequeno encontrão, um toque menos delicado, e ficamos feitos em cacos. Frágeis, somos tão frágeis… Nossos olhos de vidro não podem fitar directamente a luz, embaciam-se com facilidade e por vezes chegam a quebrar-se. Nossa pele de porcelana racha como o papel se rasga, e o seu bonito tom ebúrneo sofre com o tempo, perde o brilho, a uniformidade, a beleza. Como bonecos de porcelana, nós vivemos esperando cruzar-nos somente com mãos gentis, porque as rudes, quebram-nos com uma facilidade tal, que não chegamos sequer a sentir. Frágeis…
Como bonecos de porcelana, encantamos o mundo nos primeiros tempos. Vestidos lustrosos, cabelos sedosos, olhos brilhantes, pele de mármore. A perfeição de um novo brinquedo humano, que como tudo o resto, vai perdendo importância, lenta e longamente, até ficar coberto de pó, no alto da prateleira. Até os olhos ficaram baços e os vestidos gastos, sujos e descoloridos. Até talvez uma mão ou uma perna se partir. Sonhando viver até à eternidade, guardando seu esplendor numa caixa de vidro protegida, na exposição de um qualquer museu, como bonecos de porcelana, percebemos ser demasiado frágeis, demasiados efémeros, e as mãos que nos seguraram com carinho são aquelas que nos deixaram cair, e que nos fecharam depois os olhos para sempre, guardando somente uma memória que também o tempo apagará.
Como bonecos de porcelana, nós somos frágeis, nós somos quebráveis. E como bonecos de porcelana, vivemos o melhor das nossas vidas nas mãos das crianças descuidadas, e não na vitrina do museu. Como bonecos de porcelana, o pó cai sobre nós, no alto da prateleira, entre memórias de glória. E como bonecos de porcelana, sabemos que esse não é o nosso lugar.
Meu boneco de porcelana, tu és frágil. Mas, meu amor, nas minhas mãos nunca te quebrarás. Porque, boneco de porcelana, mesmo que o mundo te desfaça em cacos, eu guardarei na memória a beleza do teu sorriso e o brilho do teu olhar.
Como bonecos de porcelana, encantamos o mundo nos primeiros tempos. Vestidos lustrosos, cabelos sedosos, olhos brilhantes, pele de mármore. A perfeição de um novo brinquedo humano, que como tudo o resto, vai perdendo importância, lenta e longamente, até ficar coberto de pó, no alto da prateleira. Até os olhos ficaram baços e os vestidos gastos, sujos e descoloridos. Até talvez uma mão ou uma perna se partir. Sonhando viver até à eternidade, guardando seu esplendor numa caixa de vidro protegida, na exposição de um qualquer museu, como bonecos de porcelana, percebemos ser demasiado frágeis, demasiados efémeros, e as mãos que nos seguraram com carinho são aquelas que nos deixaram cair, e que nos fecharam depois os olhos para sempre, guardando somente uma memória que também o tempo apagará.
Como bonecos de porcelana, nós somos frágeis, nós somos quebráveis. E como bonecos de porcelana, vivemos o melhor das nossas vidas nas mãos das crianças descuidadas, e não na vitrina do museu. Como bonecos de porcelana, o pó cai sobre nós, no alto da prateleira, entre memórias de glória. E como bonecos de porcelana, sabemos que esse não é o nosso lugar.
Meu boneco de porcelana, tu és frágil. Mas, meu amor, nas minhas mãos nunca te quebrarás. Porque, boneco de porcelana, mesmo que o mundo te desfaça em cacos, eu guardarei na memória a beleza do teu sorriso e o brilho do teu olhar.
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