Já sei de cor a paisagem do meu novo berço, o cheiro da ria e a brisa que arrefece os corpos e aquece os corações. Já sei de cor o caminho, já abracei esta agradável rotina que é tanto nova e inesperada, volátil e, todavia, já estável nos rostos que me acompanham. Cheguei depressa onde queria. E há noites em que a felicidade é tão embriagante que não consigo dormir.
Vou coleccionando memórias como sorrisos. Há dois dias estive em Lisboa. O motivo da viagem não valeu a viagem. Mas visitar aquela amiga fê-lo valer a pena. É em momentos como estes que se vê a verdade das amizades que somamos ao longo dos tempos. E nessa noite olhámos para velhas fotografias e rimos e recordámos, e eu senti que cada passo até hoje esteve certo. Não importa as lágrimas que alagaram o caminho, hoje sou uma pessoa feliz. E é estranho como dizem isso de mim. Costumava ser mais calada e sombria e, sim, por vezes triste. Aveiro iluminou-me. Mudou-me de uma forma que só esta viragem radical poderia ter desencadeado.
Agora, estou satisfeita. Podia fazer mais por mim. Podia lutar com mais força para publicar os meus livros, mas não sinto esse ímpeto, não sinto essa insatisfação. Esse sonho permanece enquanto outro está a ser vivido, e completa-me de tal forma que não há espaço para querer ardentemente algo mais.
Sou feliz. Ponto final.
1 comentário:
Ainda bem k es feliz prima. e ja agora nice template ;)
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