Não me pregues sustos, Vida, não me pregues sustos.
Não me tentes com o que não posso ter, não queiras violar a minha moral.
Não me faças arrepender, não me faças chorar.
Não deixes que a minha consciência fique pesada, não permitas que o mesmo pensamento se repita vez após vez como um disco riscado.
Não me permitas acumular erros como quem colecciona moedas, velhas e passadas de mão em mão, gastas, gastas como as asneiras que insistimos em cometer.
Não maltrates o meu coração, Vida, não o maltrates, por favor.
Não me obrigues a percorrer acordada as longas horas da noite e não me tragas pesadelos.
Não destruas os meus sonhos, não quebres as minhas ilusões, Vida, não mates o meu amor.
Não mates o meu amor.